Resumo Revolução Industrial
Por: BEATRIZ DA SILVA DE PAULA • 27/11/2020 • Resenha • 537 Palavras (3 Páginas) • 229 Visualizações
Partindo de contextos econômicos, sociais e políticos, é evidente que o fenômeno da Revolução Industrial foi uma das maiores transformações já ocorridas na história. Na passagem do século XVIII ao XIX, havia uma Europa agitada por revoluções (como por exemplo, a Revolução Francesa), das quais acumulam diversas circunstâncias e motivações baseadas nas demandas sociais de uma Europa que caminhava ao início da modernidade.
É necessário enfatizar que a Revolução Industrial é um fenômeno inglês, isto é, a disseminação de seus efeitos não foi algo que se alastrou pela Europa e pelo mundo de maneira rápida e óbvia. Boa parte da cronologia e dos acontecimentos ligados a esta revolução, são exclusivamente britânicos. A própria história da Grã-Bretanha é interessante para se compreender o modo como a Inglaterra se impôs aos outros países do Reino Unido, transpondo a dinâmica de exploração partindo da coroa britânica.
Hobbsbawm descreve: “Mas as condições adequadas estavam visivelmente presentes da Grã-Bretanha, onde mais de um século se passara desde que o primeiro rei tinha sido formalmente julgado e executado pelo povo. [...] A solução britânica do problema agrário, singularmente revolucionária, já tinha sido encontrada na prática. [...] As atividades agrícolas já estavam predominantemente dirigidas para o mercado” (p. 54)*
A mudança no modelo tecnológico deu origem às fábricas. O setor têxtil foi determinante para o momento inicial do processo, sendo responsável pela emergência da produção em larga escala. Levando em conta que antes da fábrica existir como um modelo pronto e acabado de exploração do trabalho, as pessoas viviam em um sistema de manufatura. Portanto, não havia um operário, mas sim um artesão, do qual trabalhava em casa e com suas próprias ferramentas, dominando seu tempo de modo que lhe parecesse melhor.
Com o surgimento da energia a vapor, máquinas e ferrovias, estas tecnologias capazes de transformar a escala de produção se mostraram fundamentais ao estabelecimento da indústria, englobando técnicas científicas, políticas e sociais que colaboraram com a criação da ideia da fábrica e a possibilidade de desenvolvimento de outros setores posteriormente.
No contexto do trabalho, a destituição da população camponesa e manufatureira de suas terras comunais resultou na aglomeração de uma nova classe que passou a viver nas orlas das cidades que abrigavam as grandes indústrias. Os dois grandes pontos de trabalho nestas cidades eram as fábricas e as minas de carvão. As jornadas de trabalho ultrapassavam dezesseis horas diárias, e a maior parte do serviço era executado por mulheres e crianças.
É indiscutível que a mão de obra utilizada naquele momento era baseada na exploração quase que escravocrata. O que mais tarde pode ter sido uma motivação à inconformidade dos trabalhadores, justificando até mesmo o surgimento dos “quebradores de máquina” posteriormente e que foram severamente reprimidos pelos detentores das fábricas.
De todas as mudanças que esta revolução acarretou, para além da econômica e material, destaca-se também a relação entre capital e trabalho como conhecemos nos tempos modernos. A transformação nos padrões de consumo, a relação do governo, população e indústria, são fatores importantes para tecer um estudo sobre este acontecimento histórico
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