Resumo do Livro Cidadania no Brasil do Autor José Murilo
Por: limahanna • 24/7/2021 • Resenha • 1.569 Palavras (7 Páginas) • 402 Visualizações
No livro cidadania no Brasil, escrito pelo autor José de Murilo de Carvalho, aborda
no primeiro capítulo a história do Brasil na área civil, político e social, tratando a
história de desde que o país pertencia a colônia de Portugal, até os dias de hoje. O
autor também discute o processo de cidadania e independência do país.
Durante os 108 anos de história do Brasil, perante a processo de cidadania a única
alteração que houve de importante foi a abolição da escravidão, o autor cita que “A
cidadania no Brasil nunca foi um caminho fácil, mas sim repleto de complicações. ”
Pois a abolição incorporou os escravos aos direitos civis. Segundo Murilo, o cidadão
pleno seria aquele que fosse titular dos três direitos, os direitos civis, sociais e
políticos, e que é possível que exista direitos civis sem que tenha os direitos
políticos, mas não que se tenha os direitos políticos sem os direitos civis. O maior
obstáculo para se construir uma cidadania civil e política é a falta de educação das
pessoas. Os direitos civis são aqueles que asseguram o direito à liberdade, à
propriedade e a igualdade perante a lei. Esses direitos são a participação da
sociedade no governo, que atribui algumas tarefas a uma pequena parte dessa
sociedade, entre essas tarefas está o direito de votar e ser votado. Ou seja, quando
se fala dos direitos políticos, fala-se do direito do voto. E o direito ao voto não
garante que o governo vá resolver problemas enfrentados pela população, ou seja, o
direito ao voto e a participação dessa pequena parte da sociedade, não resultará
nas soluções de problemas sociais por exemplo. O direito ao voto era dado aqueles
que tivessem uma renda compatível com a que era estipulada, excluindo as
mulheres e os escravos. E a maioria dos votantes, eram analfabetos influenciados
por grandes proprietários e pelo governo. Com o passar do tempo as leis foram
mudando, e houve uma na exigência de renda e também se passou a proibir que os
analfabetos tivessem o direito ao voto, que na época era uma realidade presente na
maioria da população. Além dos analfabetos também não podiam votar as mulheres,
os soldados, os mendigos e religiosos e os resultados das eleições eram fraudados
e ocorriam nessas eleições muita corrupção. Essas pessoas que eram excluídas, ou
que tinham os seus direitos limitados, não tinham relação direta com o governo, ou
seja, não tinha lugar no sistema político, não havendo uma oportunidade de
introduzir os seus direitos e tinha que acatar as decisões, o que provocavam nessas
pessoas o desejo de manifestar, mesmo de forma informal, que era a única forma
que exerciam o desejo de cidadania.
Somente era considerado “Cidadão pleno” aqueles que possuíam dos três direitos,
aos que não se encaixavam nesse padrão eram considerados “Cidadãos
incompletos”, já aqueles que não tinham nenhum dos três direitos não era
considerado um cidadão, chamados de “Não-cidadão”. Após a queda da Primeira
República, houve um avanço em relação aos direitos civis e políticos, e futuramente
aos direitos sociais. A maior ênfase que se teve foi nos direitos sociais, no período
da pós-libertação dos escravos.
Os direitos sociais eram aqueles ligados a uma boa educação, ao trabalho digno, a
saúde e aos direitos trabalhistas. Os direitos sociais, podem existir, mesmo sem os
direitos civis e políticos.
O autor não acredita em uma ordem cronológica do avanço dos direitos, e define
que a cidadania no Brasil teve pouco impacto devido os direitos sociais serem
introduzidos antes do avanço dos direitos civis, pois houve uma “doação” desses
direitos, ao invés de ter uma conquista o que acaba criando uma percepção de
“favor” onde a população fica em dívida com os líderes e com isso o estado
consegue passar à frente da sociedade civil, retardando a conquista dos outros
direitos e invertendo a base da pirâmide de Marshall.
Os direitos civis são direitos extremamente importantes, pois são eles que garantem
à liberdade, à propriedade e também a igualdade perante a lei. Esses direitos
asseguram o livre árbitro de escolhas, entre elas o trabalho, e também garante o
direito de poder se manifestar, de ser respeitado, facilitando que exista uma relação
civilizada entre a população. O direito civil e baseado na existência de justiça
independente, prezado a liberdade individual e acessível a todos.
A conquista pelos direitos políticos pode ser considerada uma conquista tardia,
levando em conta que os estados eram governados por alguém e que nem todos da
sociedade podia participar desse governo. Foi devido a Revolução Francesa que
esse histórico começou a mudar, pois essa revolução questionava a igualdade das
pessoas
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