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RESENHA DO LIVRO CIDADANIA NO BRASIL: O Longo Caminho

Por:   •  4/6/2021  •  Resenha  •  2.522 Palavras (11 Páginas)  •  852 Visualizações

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FAI - FACULDADE IRECÊ[pic 1]

CURSO: Engenharia Civil

Paulo Jorge Andrade Santana

RESENHA DO LIVRO CIDADANIA NO BRASIL: O Longo Caminho

Irecê/BA

2020


Paulo Jorge Andrade Santana

RESENHA DO LIVRO CIDADANIA NO BRASIL: O Longo Caminho

Resenha apresentada para a disciplina Ética, Sociedade e Cultura, no curso de Engenharia Civil, da FAI – Faculdade Irecê

Prof. Rodolfo Carneiro Dourado

Irecê/BA

2020

1 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 3ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

2 APRESENTAÇÃO DO/A AUTOR/A DA OBRA

José Murilo de Carvalho (filho de Sebastião Carvalho de Sousa e Maria Angélica Ribeiro, nascido em 08 de setembro de 1939, Piedade do Rio Grande, MG), é um grande cientista político e historiador brasileiro, graduou-se em Sociologia e Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1965, especializado em Metodologia de Pesquisa, Universidade de Michigan (1967), com mestrado (1969), e doutorado (1975) ambas em Ciência Política pela Stanford University. Em 1977, concluiu seu pós-doutorado em História da América Latina pela University of London. Foi professor na UFMG, e professor visitante nas universidades de Stanford, California-Irvine, Notre Dame (Estados Unidos), Leiden (Holanda), Londres e Oxford (Inglaterra) e na École des Hautes Études en Sciences Sociales (França). José Murilo é o único historiador brasileiro a ter assentos na Academia Brasileira de Letras (desde 2004) e também na Academia Brasileira de Ciências.

3 PERSPECTIVA TEÓRICA DA OBRA

Como grande historiador e cientista político, José Murilo de Carvalho atento às questões políticas e sociais de cunho marxista, defensor da existência e preservação da ordem e igualdade dos direitos, também defensor da educação

4 BREVE SÍNTESE DA OBRA

José Murilo retrata na obra uma cronologia dos grandes e pequenos eventos sucedidos no Brasil, não deixando de associá-la ao modelo inglês e norte-americano. É feita também uma crítica ao processo em que se deu a construção da democracia, dos direitos e da própria cidadania no Brasil, desde 1500, era colonial ao período Collor.

5 PRINCIPAIS TESES

A obra Cidadania no Brasil: o longo caminho sustenta a ideia de que a democracia e a existência dos direitos, portanto da cidadania, se deu de forma não comum no Brasil. É levantado pelo autor que o maior empecilho para a construção de uma mente cidadã, logo de toda uma cidadania, veio a ser a escravidão e exploração de indivíduos, e por ser base da progressão brasileira como potência, sua erradicação da cultura nacional se deu muito lentamente. Ainda é sustentado a desordem na forma como se deu os direitos civis, sociais e políticos, ao passo em que por vezes se extinguia um, quando outro era conquistado, sendo este outro fator negativo na inserção da cidadania no Brasil.

6 Reflexão crítica sobre obra e implicações

A princípio, José Murilo de Carvalho retrata os acontecimentos e fatos que corroboraram e proporcionaram a existência de uma democracia no Brasil, e para ele, um marco nessa luta foi o fim da ditadura militar em 1985, com o retorno dos direitos- social, político e civil -. José Murilo expressa a cidadania como um fenômeno que apesar de existente em muitas nações, elas se diferem em muito. A cidadania, é descrita inicialmente como complexa, e Carvalho descreve de antemão que ao surgirem, os direitos e a própria cidadania são também fenômenos históricos. É dito que, a construção da cidadania é relacionada com a interação das pessoas com o Estado e a Nação, assim, o indivíduo se sentiria cidadão ao pertencer a um estado e uma nação. José Murilo sustenta que a educação foi de grande auxílio para a formação da cidadania, foco principal do seu debate.

No capítulo I, José Murilo faz retórica ao obscuro passado que se deu a construção do brasil em seu período colonial. Descreve-se o contraste do que se entende por cidadania à realidade que existia em território brasileiro, e à vida que levavam os colonizados/escravizados sob punho vil colono português. Também e citada por Carvalho a inexistência da educação básica no Brasil-colônia, e quando presente, em muito dificultado, pois Portugal negava ensino aos desfavorecidos, prevenindo uma temida rebelião, tampouco a inserção de instituições de ensino superior. Neste capítulo são analisados a escravidão os eventos ocorridos no Brasil como fatores pertinentes no retardo da construção de uma cidadania. José Murilo é claro em afirmar o descompassado ritmo em que se deu a existência e consciência dos direitos, sobretudo o civil, sendo ele a base para os demais. É discutido ainda o sentido de pertencimento á nação e de pátria, ditos por Carvalho serem inseridos na sociedade brasileira e adotados pelos povos brasileiros principalmente pela influência de guerras, sendo elas incialmente um conceito deturpado tido por pertencimento a província ou ao estado, o que gradualmente veio a ser a identidade de pertencimento a um Brasil nação.

Em seguida, José Murilo de Carvalho vai denotar a complexidade que se deu no progresso dos direitos, a começar dos anos 1930, sobretudo com influência dos movimentos de civis e militares em expor sua insatisfação aos governos. É notado por Carvalho que o despertar da consciência cidadã e patriótica da população se intensificou com mais vigor após a guerra do Paraguai, de modo que a partir desta surgiu nos- agora então - cidadãos brasileiros, com mais força em militares, a necessidade de preparo e inserção de novos integrantes ao poderio militar, outrora abominado pela população. Essa união e sentimento de pertencimento segundo José Murilo foi o que permitiu ao povo lutar reivindicando exigências, e contra as oligarquias ainda presentes no governo republicano, de modo os militares em 1930 conseguiram força para derrubá-lo. É notado então, que se fazia presente maior participação política da massa popular, de modo que mesmo inconscientemente emergia dos cidadãos a crítica ao governo, diferentemente do que se apresentava na segunda metade do século XIX.

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