Revista

Revista Fon-Fon

A revista brasileira Fon Fon (Anexo II) surgiu em 1907 no Rio de Janeiro. Com ênfase nas ilustrações, a revista chegou para buzinar mesmo, propondo um olhar irônico para o comportamento e os fatos do Brasil dito moderno. Foi publicada até 1958 – nesse meio tempo, teve colaborações de nomes como Di Cavalcanti e celebrizou ilustradores como Nair de Tefé, J. Carlos, Raul Pederneiras e K. Lixto.

A linguagem visual da revista buscava estabelecer uma sintonia com a linguagem escrita e com a própria identidade do periódico, A fotografia teve papel estratégico nessa materialização do moderno. Na capa de seu segundo número, a Fon-Fon exibiu o personagem do chauffeur carregando, em uma bandeja, uma máquina fotográfica. Ícone do moderno, a câmera dava forma, sentido e, sobretudo, contornos de realidade às imagens de um mundo que se apresentava, até então, como utópico, irreal e fantástico. A revista almejava um alvo bastante claro: fazer chegar aos seus leitores idéias, valores, comportamentos e imagens de um universo que se apresentava de forma inaugural, revolucionária e, sobretudo, sedutora. As publicações desempenharam papel de verdadeiros agentes mediadores no processo de atualização cultural.

Ou seja, o papel da fotografia era de se constituir como um elemento do cotidiano da população daquela época, consecutivamente não somente ao desenvolvimento científico e à verdade da reprodução dos fatos, mas igualmente ao registro, à documentação do momento especial vivido.

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