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Trabalho compulsório na Antiguidade

Por:   •  20/3/2021  •  Resenha  •  1.310 Palavras (6 Páginas)  •  409 Visualizações

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CARDOSO, C. Trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 2003 p.49-67

“Os escravos, eram mais numerosos nas atividades artesanais e urbanas, e no serviço doméstica, do que nas tarefas rurais. Era comum também, a prática de alugar trabalhadores por tempo limitado, sempre que se tornava necessária uma mão-de-obra ocasional em adição aos trabalhadores fixos.” (p. 48)

“A preocupação das compilações legais com as fugas de escravos ao longo de vários séculos mostra que devem ter ocorrido com alguma frequência.” (p.49)

4. O mundo Grego

“[...] “escravismo” - ou a expressão “modo de produção escravista”. Durante muito tempo, os partidários da interpretação em termos escravistas do mundo clássico antigo julgaram que a defesa do seu ponto de vista implicava em poder demonstrar a existência de enormes quantidades de cativos, ou mesmo que estes constituíam a maioria absoluta da população” (p. 50)

“Eram poucas as atividades exercidas exclusivamente por escravos no mundo grego: o duro trabalho das minas, o serviço doméstico (que podia incluir a produção no quadro das unidades familiares a que estivessem integrados). Da mesma forma, eram escassos os setores reservados aos homens livres: o exército (mas não a marinha), as atividades ligadas à lei e à justiça, a política (mas não a burocracia). Em todas as outras áreas, o trabalho livre e o escravo coexistiam em proporções variáveis.” (p. 50)

“Pode-se perceber que os trabalhadores livres eram os mais numerosos nas atividades de autosubsistência, na pequena produção mercantil (rural e urbana) e no comércio varejista; e que os escravos forneciam a mão-de-obra básica para a produção em grande escala (rural e urbana).” (p. 51)

“Foi muito popular, no passado, a idéia de uma origem ligada às guerras, que conduziriam a capturas maciças de prisioneiros, transformados, então, em escravos. Em outras palavras, a oferta de escravos teria precedido e até suscitado a procura. Isto é falso. No passado micênico, homérico e do Início da Época Arcaica, houve grandes batalhas e foram feitos muitos prisioneiros.” (p. 51)

“Se a procura de escravos precede lógica e historicamente a oferta, é precedente indagar quais são as condições necessárias para que apareça tal procura. Moses Finley, baseando-se em I, Hahn, considera que elas são três: 1) Num mundo fundamentalmente agrário como o antigo, a primeira condição é a existência de uma propriedade privada para que certas famílias não pudessem cultivar suas terras sem uma mão-de-obra permanente extra-familiar;

2) A segunda condição é um desenvolvimento suficiente da produção mercantil - não necessariamente sobre bases monetárias, porém - e dos mercados (locais ou distantes): os escravos eram importantes e era previsto comprá-los, pelo qual não teria sentido um escravismo desenvolvido sem produção para o mercado;

3) A última condição consiste na inexistência de um suprimento interno adequado de força de trabalho dependente, levando à necessidade de ir buscá-la fora aproveitando a disponibilidade representada pelos gregos de outras cidades-Estados e sobretudo pelos “bárbaros” (povos de língua e cultura diferentes das gregas).” (p. 51 – 52)

“Desde Sólon, os atenienses não mais puderam ser escravizados em Atenas, e esta foi também a tendência nas outras póleis (cidades-Estados) gregas. [...]os filhos de mulheres escravas eram também escravos.” (p. 53)

“A guerra, em todas as suas modalidades, era uma das formas fundamentais dessa reprodução. Ela incluía os conflitos entre povos bárbaros - que podiam em seguida vender os gregos os prisioneiros resultantes -, entre os gregos e bárbaros, e entre gregos. Os escravos gregos eram considerados menos dóceis e fugiam com maior facilidade, razão pela qual eram preferidos os bárbaros.’’ (p. 53)

“O comércio pesava muito, também, no abastecimento dos mercados escravos” (p.53)

“Os principais mercados de escravos no mundo grego eram: Tanais (costa do Mar Negro); Bizâncio (região dos estreitos); Éfeso (costa da Asia Menor); Pagases (Tessália); Corinto (no istmo que liga o Peloponeso à Grécia Central); Atenas (na Ática); Egina, Quios e Delos (ilha do Mar Egeu). Cada cidade-Estado cobrava em seu território.” (p. 54)

“[...] matar um escravo era assassinato: se o criminoso fosse escravo, morreria; se fosse um homem livre, no entanto, indenizaria o dono, pagaria multa e passaria simplesmente por uma purificação religiosa.” (p.55)

“Não existe a possibilidade de realizar cálculos de rentabilidade acerca do trabalho escravo antigo. Em certos casos pode-se estabelecer, quanto aos escravos alugados, a relação entre o preço de compra do cativo e o salário que, por seu trabalho, recebia o senhor.” (p.56)

“Havia também escravos do Estado, que trabalhavam na pavimentação de ruas, na fabricação de moedas, como guardas, burocratas, etc. Recebiam uma diária em dinheiro do governo para subsistência.” (p.57)

“A aspiração máxima do escravo era a obtenção da alforria. A decisão de libertar o escravo partia do senhor na imensa maioria dos casos. Com frequência, o

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