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Uma visão sobre o conceito de pós-modernidade em Fredric Jameson

Por:   •  28/11/2019  •  Resenha  •  723 Palavras (3 Páginas)  •  237 Visualizações

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JAMESON, Fredric. Pós-Modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio. Trad. Maria Elisa Cevasco. São Paulo: Ática, 1996. p. 27-79.

Uma visão sobre o conceito de pós-modernidade em Fredric Jameson

                                                                Emmanuel Chaves[1]

O pós-modernismo, condição sociocultural e estética dominante no mundo desde a década de 50 e 60, mas mais predominante após a queda do muro de Berlim, o colapso da URSS e com a crise das ideologias nas sociedades ocidentais (ou seja, a partir da segunda metade do século XX), por apresentar repulsa ao racionalismo, ao iluminismo e às ideologias que buscavam o progresso por meio da remodelação social (como o socialismo, o positivismo, o anarquismo etc.), é para muitos pensadores (como François Lyotard) a quebra radical com o modernismo, e, para outros (como Gilles Lipovetsky), por ainda conter traços desse movimento centenário, a sua plena extensão – uma “hipermodernidade”. No entanto, o crítico artístico e literário, teórico marxista, Fredric Jameson, tem uma visão diferente para esse período artístico, cultural e social em questão.

Para Jameson o pós-modernismo, ou melhor, a pós-modernidade, deve ser pensada não como um movimento artístico, marcado por um estilo e estética próprios, mas sim como uma estrutura que afeta não só os meios culturais, mas a sociedade como um todo. O autor pretende demonstrar em seu livro “Pós-modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio” (1996) que o que se conhece como uma remodelação ou ruptura com o modernismo, é, na verdade, mais que isso, é a terceira fase do capitalismo, o capitalismo recente, ou capitalismo tardio.

Esse estágio ficou marcado pela globalização, por um capital altamente flexível (toyotismo), por uma digitalidade (início das mídias eletrônicas edas redes sociais que levam ao distanciamento físico, à comunicação sem intimidade e à intimidade sem afeto), por um aumento do poder de consumo individual, mas submissão deste à aceitação do grupo (é necessário estar sempre bem-vestido, bem aparente, sempre na moda, para não correr o risco de ser excluído ou se tornar invisível), a uma cultura de nível global (devido aos processos de globalização. Visando levar o consumo a todos os povos), a superficialidade (todos sabem uma porção pequeníssima de tudo, devido ao contato raso com a informação abundante e a avidez, característica também desse período, que faz com o que as pessoas tenham uma ansiedade por coisas novas o tempo todo e, com isso, dediquem pouco tempo ao estudo profundo de determinado tema), a falação (apesar de não saberem nada todos falem sobre tudo), ao individualismo possessivo (todos querem tudo para si, independente de quem fez, como fez e como isso interfere na sociedade), a dominação econômica (não há mais necessidades de conflitos militares entre as nações, as guerras são travadas no consumo. Um país subjuga o outro, na medida em que o mantém na pobreza e se impõe sobre ele) entre outras coisas.

Com isso, percebe-se claramente, que com a descrédito do socialismo real – que fracassou onde passou durante o século XX – o capitalismo tem um ambiente fértil para surgir e se fortificar. É no período da pós-modernidade que o capitalismo renasce mais forte que nunca, agora não mais limitado às colônias, ou a países privilegiados, mas se expandindo globalmente, por meio de estratégias culturais. Para Jameson, nesse sentido, o pós-modernismo é a ferramenta cultural do capitalismo contemporâneo. De fato, o capitalismo subjuga todas as forças de produção, já o pós-modernismo está tentando subjugar toda a cultura.

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