A Alfabetização Cientifica
Por: Roseli Oliveira • 4/8/2016 • Artigo • 2.286 Palavras (10 Páginas) • 437 Visualizações
1- INTRODUÇÃO
Este artigo propõe-se discutir e refletir acerca da prática pedagógica com os textos de divulgação científica, assim como argumentar sobre a relação entre o letramento cientifico e o estudo do gênero textual em questão a narrativa oral, considerando a rica complexidade que cerca não somente esses pressupostos teóricos, mas também a sua utilização no sistema pedagógico, no qual diz respeito ao ensino – aprendizagem da língua materna.
Depois de muitas leituras a cerca de textos de divulgações cientificas, foram construídas muitas reflexões sobre a pratica em relação a esse tipo de gênero textual, onde se constatou um questionamento verificado em relação à novidade que esse tipo de texto trouxe para as minhas ações didáticas, não existindo um estudo com detalhes, no que resulta no dessaber dos alunos sobre os estudos científicos.
Ademais, no decorrer da minha graduação no curso de Letras com habilitação na língua Francesa, os trabalhos pedidos pelos professores nunca eram relacionados com textos de divulgação cientifica.
Foi a partir do curso de pós-graduação que me foi apresentado esses tipos de textos, principalmente nas aulas de alfabetização e letramento cientifico, onde vários autores versavam a cerca do ensino de educação cientifica nas escolas pude observar a importância desses conhecimentos adquiridos para a formação dos alunos no ensino fundamental, através do ensino da língua portuguesa.
Com base nesses conhecimentos, foram aparecendo discussões para a melhoria das praticas escolares, enfatizando o ensino de leitura e escrita observando as habilidades dos alunos bem como de outros professores para construir leitores e escritores, e para que isso aconteça é fundamental que haja uma elaboração de projetos para melhor realizar-se.
A construção desse artigo baseou-se a partir de uma pesquisa realizada em 2012 com mulheres que trabalham na feira da cidade de Catu, onde foram realizadas entrevistas sobre suas vidas naquele espaço, com o intuito de analisar as diferentes linguagens inseridas nas falas de cada uma daquelas mulheres.
A ideia de realizar este trabalho partiu do desejo de transforma-lo mais a frente em uma sequencia didática para que pudesse ser levado para a sala de aula, colaborando para o aprendizado de alunos do ensino fundamental, de forma que os mesmos apreendessem como desenvolver atividades através das narrativas orais.
A alfabetização cientifica dentro das narrativas irão propiciar ao educando uma aprendizagem de qualidade, transformando-o em um indivíduo critico capaz de descobrir as diversas fontes existentes nessa área de conhecimento.
Existem as mais variadas formas de se apreender métodos participativos em relação à aprendizagem que objetive o desenvolvimento dos recursos científicos e tecnológicos dos alunos. Consiste na pesquisa de narrativas orais que apresentam ideias de pesquisas na alfabetização e letramento cientifico.
As narrativas orais serão trabalhas dentro da alfabetização cientifica através dos estudos linguísticos e sociolinguísticos inseridas no contexto escolar.
A prospectiva de letramento e alfabetização científica atrelada aos estudos das narrativas orais aqui vistas neste artigo refere-se à utilização das influencias técnicas e instrutivas dos saberes científicos, tornando os educandos cientificamente letrados e alfabetizados no que tange a necessidade desses alunos reconhecerem a relevância dos conteúdos sobre a linguagem escrita e a linguagem cientifica estabelecida no contexto escolar.
2 – AC/LC E LETRAMENTO NA PERSPECTIVIVA DE ALGUNS AUTORES
São muito correntes nos dias atuais os usos dos termos AC/LC, alfabetização cientifica e letramento cientifico nos estudos a cerca do ensino de ciências. O letramento cientifico aparece como possibilidade para a alfabetização cientifica e os dois se aludem na organização para a vivencia em uma sociedade cientifica e tecnológica. Todavia, podemos encontrar distinções entre os termos LC e Ac. A alfabetização cientifica é caracterizada por ser responsável pela aquisição de conhecimentos e da linguagem cientifica, em contraposto o letramento cientifico se alude ao emprego de uma conjuntura social e histórica, na tangencia do saberes científicos e tecnológicos no recorrente do individuo.
Para Freire (1980), a alfabetização não deve ser apenas uma divulgação de conhecimento, sendo que a alfabetização provoca em uma construção uma possibilidade que ocasione uma perspectiva intervente do individuo sobre seu argumento. Nesse ponto de vista hipoteticamente, a alfabetização posiciona-se oposta a um padrão de conhecimento transmissivo e narrativo, sendo positivo a uma pedagogia fundamentado na elaboração precedente dos educandos.
Paulo Freire (1967) salientava para a inevitabilidade de se usar perspectivamente aos instrumentos da leitura e da escrita, assemelhando-os do que na atualidade se permeia ao redor do letramento cientifico. Segundo freire
é mais do que o simples domínio psicológico e mecânico de técnicas de escrever e de ler. É o domínio dessas técnicas, em termos conscientes. É entender o que se lê e escrever o que se entende. É comunicar-se graficamente. É uma incorporação. Implica não uma memorização visual e mecânica de sentenças, de palavras, de sílabas desgarradas de um universo existencial — coisas mortas ou semimortas — mas numa atitude de criação e recriação. Implica numa auto formação de que possa resultar uma postura interferente do homem sobre seu contexto. (FREIRE, 1967, p.117).
Para iniciar o processo de letramento deve-se levar em conta o fato de que os educandos, ao chegarem à sala de aula, já têm algumas familiaridades com a língua materna, pois a utilizam constantemente através da comunicação verbal.
Essa proposta tomou como referência os estudos de Kleiman (1995) que define letramento como um conjunto de práticas sociais, não apenas uma habilidade técnica neutra.
Segundo Kleiman (2005), o conceito de alfabetização também denota um grupo de conhecimentos sobre o símbolo produzido da sua linguagem, que é motivado por sujeitos capazes de envolver-se nas das habilidades do letramento. Daí se dizer que um indivíduo é analfabeto, semianalfabeto, semialfabetizado para referirem-se aos modos, graus ou níveis desses saberes que ele apresenta.
Segundo Soares (1999), a palavra letramento surge no discurso dos especialistas nas áreas de Educação e Ciência da Linguagem na segunda metade dos anos 80.
Soares (1999) denomina o letramento como algo que aparece na fala dos profissionais que atuam nas áreas da Educação e a Ciência da Linguagem na segunda metade dos anos 80.
Ainda segundo a autora, essa teoria se baseia na concepção de que um individuo letrado que escreve e lê pode trazer consigo consequências implícitas dentro da sociedade de um modo geral, criando situações cognitivas e linguísticas, sendo inserida de forma clara para que o individuo possa utiliza lá.
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