A Larossa Síntese Reflexiva
Por: Djenifer Lima • 30/11/2020 • Trabalho acadêmico • 894 Palavras (4 Páginas) • 196 Visualizações
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Curso: Licenciatura em Letras Português/ Inglês
Atividade Acadêmica: Planejamento e Organização da Ação Pedagógica
Professora: Suzana Moreira Pacheco
Aluna: Djenifer Taina de Lima RA: 1748518
Síntese Reflexiva:
A experiência em sala de aula e na docência
Ser professor nos dias atuais vai muito mais além do que se formar em uma licenciatura e tornar-se reprodutor de conteúdos. Ser professor requer muito mais do que dedicação. Requer também paixão pelo que se faz. Ser professor é uma vida e uma missão que precisa ser cumprida com apreço, cuidado e atenção.
Larossa (2001) ao falar da dicotomia experiência/sentido como uma nova proposta pedagógica mostra que a docência e o aprendizado vão além do livro, dos conhecimentos enciclopédicos e daqueles adquiridos na licenciatura. Busca desmitificar a ideia de que um bom profissional é aquele que sabe mais sobre a área e tenta resgatar o lado humano e essencial que faz toda a diferença, especialmente quando se fala de ensino.
Entende-se aqui a experiência como algo subjetivo que leva em conta os pensamentos e aquilo que pôde ser extraído dessa vivência. A experiência, de modo simples e direto, “é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. [...].”. (ibid, p. 21).
Além disso, o filósofo destaca que existe uma grande diferença entre o saber proveniente da experiência e o saber que condiz à informação:
A informação não é experiência. [...] ela é quase o contrário da experiência, quase uma antiexperiência. [...] O sujeito da informação sabe muitas coisas, passa seu tempo buscando informação, o que mais o preocupa é não ter bastante informação; cada vez sabe mais, cada vez está melhor informado, porém, com essa obsessão pela informação e pelo saber (mas saber não no sentido de “sabedoria”, mas no sentido de “estar informado”), o que consegue é que nada lhe aconteça. (Larossa, 2001, p. 22)
Martin Heidegger, filósofo alemão pertencente à corrente existencialista, também aborda em seus estudos a questão do saber da experiência e afirma que:
[...] Quando falamos em “fazer” uma experiência, isso não significa precisamente que nós a façamos acontecer [...] Fazer uma experiência quer dizer, portanto, deixar-nos abordar em nós próprios pelo que nos interpela, entrando e submetendo-nos a isso. Podemos ser assim transformados por tais experiências, de um dia para o outro ou no transcurso do tempo. (1987, pg. 14)
O saber da experiência, o experimentar das coisas somente nos acontece quando algo nos toca, quando algo nos acontece. Esses saberes da experiência que os professores adquirem durante a sua docência têm um valor e importância imensuráveis.
Entretanto, para adquirir os saberes pela experiência é preciso estar aberto, sujeito aos acontecimentos. É preciso deixar-se tocar por eles e a aprender com o que essas experiências têm para oferecer. Por isso, engana-se quem diga que um professor com uma carreira docente de 30 anos possui “mais experiência” que um professor que está há 10 anos na área. Isso dependerá da forma como esse individuo trabalhou seus conhecimentos e aprendizados durante a sua trajetória.
Os saberes da experiência são fortes aliados da ação pedagógica e devem fazer parte dela. Em adição, o professor que consegue propiciar o ensino por meio da experiência aos seus alunos dá a eles uma das mais poderosas ferramentas do conhecimento.
Dentre todos os males que estão presentes na contemporaneidade, talvez se possa dizer que o pior de todos é o mal que fez a maioria dos homens deixar de viver para apenas existir. Ou seja, houve um esvaziamento no significado das coisas que acontecem no dia-a-dia do indivíduo, não se percebendo a importância e o sentido destes acontecimentos.
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