A Literatura encontra-se em perigo
Por: Bruna991 • 23/10/2018 • Trabalho acadêmico • 931 Palavras (4 Páginas) • 266 Visualizações
“A Literatura encontra-se em perigo”
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Discente: Bruna Alexandra Martins Afonso
Número: 52516
Licenciatura: Estudos Portugueses (2ºano)
O presente trabalho que irei desenvolver tem como título A Literatura encontra-se em perigo e foi desenvolvido no âmbito da unidade curricular de Teoria da Literatura. Assim sendo, pretendo analisar o título do presente ensaio com o auxílio dos textos: a Lição de Roland Barthes e E tudo/o resto é Literatura de Eduardo Prado Coelho.
Como é versado, a Literatura assume muitos saberes, consequentemente, acaba por convocar vários conhecimentos de forma menos sistemática e ao acaso, de modo a conseguirmos testá-los.
Esse conhecimento que a literatura proporciona é sempre um conhecimento analógico, na ordem do incerto, logo não há uma teoria como existe nas outras ciências mas, de certo modo, é capaz de incitar-nos para a compreensão do mundo.
Todos nós somos sedentos por conhecimento. Todos temos predileções por determinados assuntos, mas quando um conteúdo é-nos imposto, por vezes, “a vontade de saber” perde “o seu sabor” e é através do Ensino Escolar que essa dita vontade começa a desaparecer, ao invés de surgir.
Não é só hoje em dia que a literatura tem sido escolarizada por meio de um sistema em que cada um de nós é forçado a ler e estudar determinadas obras ou textos para, no final, resolver uma prova que resultará na obtenção de um dado estatístico nacional.
Sabemos que o ensino da literatura, nas escolas de hoje em dia, é fundamental mas, na maioria dos casos não existe, sendo resumido em leituras de obras nacionais designadas como obrigatórias, em análises literárias e atividades com questões superficiais, como por exemplo: “Quais as personagens principais do texto?” ou “Em que tempo e lugar se passa a história?”.
Sendo assim, para quê estudar Literatura?
A primeira concepção para o estudo da literatura deve ser considerar um texto como uma “obra aberta”. Cada texto suscita uma série de apreensões de sentidos, a literatura não é objetividade. Logo, quando lemos, iniciamos um processo de procura de um sentido, de compreensão e interpretação da realidade, no qual o leitor amplia a sua visão do mundo, que originará na apreensão de diversos saberes que estão para além da cientificação. Esta apreensão de conhecimento é necessária para que o leitor crie o seu pensamento pessoal e os seus próprios gostos, a sua própria opinião.
Mas, tendo a consciência que a literatura tem sido escolarizada, existem muitas restrições face a esta abordagem no estudo das Letras.
Perante esta situação de grave perda, a “literatura encontra-se em perigo” e, como tal, o problema não é recente.
Torna-se necessário reconhecer, em primeiro lugar, que o lugar das Letras no mundo dos saberes nunca foi indubitável. Na complexidade das matérias escolares houve sempre “fiéis” a acreditar que só as grandiosas obras corrigem a atrocidade e resgatam o sistema da “tentação" das ciências; por outro lado, e em sentido oposto, nunca deixou de manifestar-se um “pensamento técnico”, que toma a Literatura como “algo inferior”. Se, para uns, nunca a literatura estivera ou estará suficientemente representada nos programas escolares, para outros houve sempre literatura a mais. É nesse quadro que devem ser entendidas as manifestações que se vêm sucedendo em face da perda curricular dos conteúdos humanísticos.
Isto posto é de entender que a prática pedagógica da literatura não desempenha só um papel formativo sobre a importância da língua, da cultura e dos seus valores, como também, um alargamento do campo dos sentidos, das áreas de sensibilização e de interação comunicativa entre o autor e o leitor.
Caso esta relação autor/leitor não seja estabelecida, como acontece em muitos dos casos no Ensino Escolar, o aluno não passa de um simples protagonista de um processo de análise literária e, consequentemente, não conseguirá despertar o gosto pela literatura no momento certo, sendo provável que a consciência do seu proveito não se faça sentir depois pela vida fora.
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