A Modernidade e Pós Modernidade
Por: Fernanda Guimarães Siqueira • 19/11/2020 • Artigo • 727 Palavras (3 Páginas) • 196 Visualizações
WELLEK, René. A crise da literatura comparada. In: COUTINHO Eduardo F.; CARVALHAL, Tania Franco (org.). Literatura comparada: textos fundadores. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
Resenha
Fernanda Guimarães Siqueira[1]
O que tem de interessante do texto de Wellek, é que ao falar da crise, daquilo que ele considera a crise do campo, ele faz uma retomada dos conceitos dentro do campo, do que ele considera obsoleto e propõe, modificações, mudanças, coisas novas, dentro desse campo de estudo.
O texto nos mostra muito bem, o quanto é fechado o campo da literatura comparada metodologicamente. Mas é interessante, também, a gente perceber a pertinência disso que ele fala nos anos 50.
O autor parte de um antes, para propor um depois, o que ele diz, é que essa literatura comparada, não falando isso explicitamente, mas, sim, fazendo referência a autores que estão no ensaio, do século XIX, nessas referências que ele faz, há uma consideração daquilo que foi um campo de estudo da literatura comparada, na sua formação, no final do século XIX, a partir de todo um cabedal teórico e epistemológico, que é próprio do final do século XIX.
Se tomarmos como principio, aquilo que o bom senso e nosso estudo mais tradicional, nos trazem, que são a mentalidade cientifica do final do século, e as questões históricas que vão acontecendo no final do século XIX, o autor fala que a literatura comparada nesse contexto epistemológico das ciências do final do século, e em um contexto histórico do que chamamos de neocolonialismo, a partir disso, conseguimos entender porque a literatura comparada no começo dos primórdios foi o que foi. Sendo que, esses modelos ainda persistem.
No inicio, quando os primeiros teóricos, resolveram pensar literatura comparada, dentro de um século, em que estudamos fundamentalmente o conceito de nacionalismo, ou seja, todos, sabemos que os romantismos, foram movimentos de fundamentação das literaturas nacionais, só no final do século, surge a necessidade de comparar nacionalidades também do ponto de vista da literatura, justamente porque o mundo cresce.
A literatura comparada nasce na necessidade de comparar culturas, ela nasce no mesmo bojo da antropologia mais tradicional. E isso, vai conferir ao campo de estudos certas características, regras epistemológicas típicas dessa fase.
No sentido, do neocolonialismo, portanto, temos também uma subdivisão cultural dessas culturas/literaturas, também da mesma forma, classificatória.
Dentro do pensamento do século XIX, que é um pensamento ideológico, portanto, não totalmente consciente isso faz parte de uma visão de mundo muito própria desse momento histórico, em que as nacionalidades eram apenas uma. O filósofo, Heigel, dizia que uma nação se define, como um só povo, num só território, com uma só língua. Sob, esse ponto de vista, nenhuma nação colonial, seria algo separado da matriz.
A literatura comparada tradicional comparava um com o outro, para dizer, quem é que tinha influenciado quem, quem era o melhor, quem era o pior, quem tinha vindo antes, quem tinha vindo depois.
Essas correntes, teórico e ideológico, acabam criando um tipo de epistemologia, dentro da literatura comparada tradicional, que é justamente contra o que o Wellek, está se colocando, o que o autor questiona, que ele diz que não serve mais é a chamada epistemologia antiga da literatura comparada. Wellek, questiona isso, na década de 50, porque, é nessa década que está começando o processo de descolonização.
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