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A PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR

Por:   •  21/1/2019  •  Trabalho acadêmico  •  4.979 Palavras (20 Páginas)  •  220 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE LETRAS

PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR

PABLO P. SALVADOR

ÓDIO AO FUTEBOL MODERNO

Trabalho apresentado à Faculdade de Letras da UFG como requisito parcial de avaliação da Prática como Componente Curricular 2018.

Orientação: Profª Ms. Pablo Antón Mira

GOIÂNIA

2018

ÓDIO AO FUTEBOL MODERNO

Pablo Pereira SALVADOR

Universidade Federal de Goiás-GO

e-mail: p.pirety@gmail.com

Pablo Antón MIRA

Universidade Federal de Goiás-GO

e-mail: pabloleitor@yahoo.com

GOIÂNIA

2018

RESUMO

Este trabalho observa a ampliação da marketização do futebol moderno. Essa modalidade, além de um esporte excitante que movimenta milhares de pessoas ao redor do mundo, tem sido usado como uma arma política de distração. Esse uso do futebol tem o objetivo de tirar a atenção do que realmente está acontecendo. Para aventurar-se a comentar esse problema, investiguei em bibliografias como reportagens, artigos, sites especializados, enciclopédias e materiais impressos diversos a causa da mercantilização do esporte e seus desdobramentos.

Palavras chaves: Futebol. Capitalismo. Alienação. Política.

RESUMEN

Este trabajo observa la ampliación de la marketización del fútbol moderno. Esta modalidad, además de un deporte excitante que mueve miles de personas alrededor del mundo, ha sido usado como una arma política de distracción. Este uso del fútbol tiene el objetivo de desviar la atención de lo que realmente está pasando en otros aspectos vitales. Para aventurarse en este asunto, investigué en bibliografías como reportajes, artículos, sitios especializados, enciclopedias y materiales impresos diversos la causa de la mercantilización del deporte y sus desdoblamientos.

Palabras claves: Fútbol. ​​Capitalismo. Alienación. Política.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO          05

1.1 PÃO E CIRCO ...............................................         07

1.2 A LINGUAGEM DO FUTEBOL É A PAIXÃO E NÃO O MARKETING         11

1.3 METODOLOGIA         13

2. CONCLUSÃO         15

    REFERÊNCIAS         16

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho se fundamenta de pesquisas bibliográficas que foram realizados a partir de investigações em literatura, artigos, sites especializados, em enciclopédias e materiais impressos diversos. A observação é acerca do futebol moderno (entende-se neste texto futebol moderno como sendo o esporte que valoriza o entretenimento iniciado por clubes europeus, valorizam a tática, a estratégia, dados das equipes e etc.), o esporte se tornou mais global e mercantilizado, entretanto há vozes que desejam o retorno a tradição e proclamam a aversão a esse futebol moderno. Será que futebol atual é melhor que o velho?

Para atrever-me a comentar esse problema, primeiro é preciso dizer que a bibliografia acessada faz-me sugerir que futebol moderno é uma arma política de distração, cujo objetivo é desviar a atenção do que realmente está acontecendo. Esportes de alto rendimento tem essa característica como o futebol, mas no nível planetário, o maior impacto é o futebol. É usado, descaradamente por governos, conglomerados de TV, bancos e até cervejarias, para introduzir mudanças sociais, econômicas e culturais. São mudanças impopulares, não são compreendidas em função do entretenimento, que fantasia a realidade.

Por isso, o futebol se transformou em show business, organizando cortinas de fumaça para esconder grandes temas, que em outras condições seriam amplamente discutidas como, por exemplo: eventos de copa do mundo são festivais de entretenimento, vale lembrar a copa da Argentina 78, pois talvez seja o caso mais marcante que mostra esse uso do futebol. Aquele evento foi desenvolvido enquanto o país era governado por uma ditadura militar, sob o punho de ferro de Videla. A Argentina ganhou sua primeira copa, sendo motivo de comemoração para um país em que o futebol é uma festa popular, visceralmente ligada a cultura “dos Hermanos” latinos americanos, enquanto comemoravam o campeonato mundial, opositores eram jogados no mar.

        Futebol moderno é também um esporte tecnocrático, valoriza-se a técnica, a tática e as tecnologias em detrimento da habilidade e da improvisação. No plano discursivo quanto mais o futebol se burocratiza mais distante ele fica do público. O ideal do futebol contemporâneo é o lucro, o que importa são as vendas de atletas, de camisas, os patrocínios da camisa, as arenas luxuosas, os naming rights, os contratos de transmissão de TV e publicidade nos outdoors.

A ideologia do lucro contaminou a essência do futebol, distorcendo valores básicos do esporte como a paixão, o gol e o torcer. Isso pode ser ainda melhor percebido, com o desprestigio das competições estaduais aqui no Brasil, com pouco ou nenhum patrocínio de grandes empresas, essas competições são constantemente ameaçadas pelas engrenagens do futebol contemporâneo.

A paixão é causa do torcer, os admiradores do futebol, além de gostar da prática do esporte, encontram nessa paixão o agente que faz adorar algum clube de futebol. A paixão por esse esporte é orientada em primeiro lugar pela peleja, depois a prática nas ruas e nos campinhos de várzea, tem a memória da infância, as brigas com os colegas, o impedimento, o pênalti não marcado e o gol. O gol é a consequência de tudo, a catarse do futebol, momento mágico que sensibiliza e dá sentido a ação de quem fez o gol, como o de torcer por um clube.

No entanto, toda essa paixão está em xeque, o futebol moderno tem outros valores, os que apreciam, contemplam o passe com precisão, os dados estatísticos; como a posse de bola, o tempo de bola rolando, cartões amarelos, escanteios, bolas cruzadas na área, chutes a gol, o VAR (arbitro de vídeo) e os atletas como as grandes estrelas do cinema ou da música, preocupam-se mais com a imagem, do que os treinamentos, ou seja, valorizam a ausência do futebol.

O esporte mais praticado do mundo virou um circo como veremos com mais profundidade na próxima seção deste texto e ainda, fragmentou a identidade das equipes. Os atletas pararam de estar em eucaristia com as arquibancadas. Futebol perdeu outra essência, sendo mais do que apenas um negócio, que os clubes não são simplesmente empresas com empregados, mas associações com uma coragem e sentido blindado por profissionais que acreditam neles e encorajado pelo verdadeiro significado de sua existência: a massa social economicamente ativa, pois somente esses terão o privilégio de acompanhar o futebol moderno.  Exemplo, o ingresso do Corinthians no campeonato brasileiro em 2018 foi vendido na média por trinta e seis reais, no setor mais popular, e a principal competição latino americana de clubes, a Copa Libertadores, para ver uma partida o torcedor corintiano precisava além das despesas de deslocamento até as arenas pagar sessenta e quatro reais[1].

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