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A variação Linguística nos Livros Didáticos de Língua Portuguesa: o Que são Abordados em Sala?

Por:   •  25/1/2022  •  Trabalho acadêmico  •  2.818 Palavras (12 Páginas)  •  224 Visualizações

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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - FURB

CENTRO DE EDUCAÇÃO, ARTES E LETRAS

 

A variação linguística nos livros didáticos de Língua Portuguesa: o que são abordados em sala?

 

Karin Tyeko Anami 1[1] 

Patrícia Philippi 2[2] 

 

RESUMO: Neste ensaio refletimos sobre a variação linguística nos livros didáticos de Língua Portuguesa aprovados pelo PNLD e a condução da prática docente relacionada aos conceitos importantes referentes à linguística. As questões norteadoras envolvem examinar se os livros didáticos de Língua Portuguesa abordam as teorias contemporâneas referente a linguística, o tratamento dado à Língua, os preconceitos e a variação linguística nas aulas de língua Portuguesa da educação básica. A metodologia usada foi a qualitativa com análise documental

(Legislações, sites governamentais, artigos e dissertações), levando em conta os autores como Bagno (2007), Bortoni-Ricardo (2004), Batista et al (2002) dentre outros. Concluímos que a variação linguística é abordada nos livros didáticos de Língua Portuguesa na descrição e perfil do livro, porém, com conceitos superficiais, recaindo no ensino da gramática normativa.  Palavras-chave: Língua Portuguesa. Linguística. Trabalho docente. Análise livros PNLD.  

 

 

INTRODUÇÃO

 

Os livros didáticos são importantes ferramentas para auxiliar instituições educacionais, gestores e educadores no ensino e aprendizagem. Para Tavares (2014), a história da produção e a circulação de livros didáticos no Brasil iniciou por meio do Decreto- Lei 93 em 21/12/37 com a criação do Instituto Nacional do Livro (INL), tendo por objetivo a contribuição do desenvolvimento cultural do país. (2014, p. 164). Assim, no decorrer da história educacional brasileira, os livros didáticos foram (re)estruturados agregando novas concepções pedagógicas para acompanhar as diversas mudanças na educação.  

Diante dessas mudanças educacionais, em especial às linguagens, códigos e suas tecnologias, questionamos: Os livros didáticos se limitam às gramáticas normativas ou abordam à linguística? São discutidos e avaliados a complexidade dos fenômenos linguísticos ou tratam a língua como homogênea e imutável? Os discentes são orientados sobre o conceito de variação linguística e do que ela trata?  

Esses questionamentos serão abordados e discorridos neste ensaio proposto como atividade da disciplina de linguística- graduação Letras-Português, com o foco em variação linguística a partir das análises dos livros de Língua Portuguesa, publicados em 2018 pela editora Saraiva, 8º e 9º ano do ensino fundamental, das autoras Dileta Delmanto e Laíz B. de Carvalho. Para as referências nos pautamos nos autores: Bagno (2007), Bortoni-Ricardo (2004), Batista et al (2002), dentre outros. A metodologia aplicada foi qualitativa com análise documental (Legislações, sites governamentais, artigos e dissertações) que abordaram o tema.  No referencial teórico apresentaremos uma breve contextualização do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), as mudanças ocorridas e as implicações no ensino e aprendizagem; nas análises e discussões abordaremos dois livros didáticos de Língua Portuguesa 3 aprovados pelo PNLD e por fim, as considerações finais das análises realizadas, que retomaram os questionamentos norteadores deste estudo referente a oferta desses livros didáticos para a prática docente na educação básica.

 

REFERENCIAL TEÓRICO

Breve histórico do PNLD

  

  

  Os livros didáticos começaram a surgir no Brasil na segunda metade do século XIX como livros de leitura destinado às séries iniciais de alfabetização. (Batista et al, 2002, p. 28).

E a expressão “livro didático” é usada de modo pouco adequado para cobrir um conjunto grande de objetos portadores dos textos e impressos que circulam na escola. (BATISTA, 2009, p. 42). Atualmente, os livros didáticos continuam sendo importantes recursos de apoio ao professor, coadjuvantes no cenário escolar auxiliando tanto na prática docente como na sequência de saberes e no fomento de estratégias de ensino-aprendizagem.

Conforme o Portal do Mec, a distribuição de livros didáticos no país vem sendo realizada pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que avalia e disponibiliza as obras didáticas e pedagógicas de forma sistemática e gratuita às escolas da rede federal, estadual e municipal destinado à educação básica (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e a educação de jovens e adultos (EJA).

Desse modo, antes da escolha dos livros didáticos pelos educadores, é necessário um processo de avaliação por especialistas designados pelo MEC. Após selecionadas, avaliadas e

                                               

3 DELMANTO, Dileta; CARVALHO, Laiz B. de. Português conexão e uso. 8º ano: Língua Portuguesa. Ensino fundamental. 1ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 364 p. v. 01. ISBN 978-85-472-3658-8.

DELMANTO, Dileta; CARVALHO, Laiz B. de. Português conexão e uso. 9º ano: Língua Portuguesa. Ensino fundamental. 1ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 364 p. v. 01. ISBN 978-85-472-3660-1.

 

 

 

aprovadas, as obras didáticas são publicadas no Guia de Livros didáticos, um manual distribuído nacionalmente com as coleções. O guia é encaminhado às escolas para que os docentes possam escolher os livros que se adequem ao projeto político pedagógico. Importante salientar que, a compra e a distribuição dos livros didáticos para todas as escolas públicas cadastradas no senso escolar do país são de responsabilidade do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). (BRASIL, 2017)

Segundo Bagno (2007), o PNLD é uma instância privilegiada em que os resultados das pesquisas nas universidades exercem influência na prática pedagógica. Isso porque linguistas e educadores contribuem nas escolhas e avaliação de diversas obras literárias destinadas ao ensino de diferentes disciplinas no currículo da educação básica, contribuindo assim para a elaboração de uma verdadeira política linguística exercida pelo livro didático. (BAGNO, 2007, p. 119).

Posto isso e verificando a importância do PNLD e dos livros didáticos distribuídos para as escolas públicas para compor o currículo da educação básica no país, analisaremos dois livros didáticos de Língua Portuguesa aprovados pelo mesmo programa com o propósito de verificar o conteúdo avaliado pelos educadores e linguistas no que tange o ensino da variação linguística em sala de aula.

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