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Amor de Perdição A Obra Como Cronica da Mudança Social

Por:   •  13/3/2020  •  Trabalho acadêmico  •  816 Palavras (4 Páginas)  •  6.213 Visualizações

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Amor de Perdição- A obra como crónica da mudança social

O trabalho que vou apresentar é sobre a obra Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco e como esta obra é identificada como uma crónica da mudança social.

Primeiramente, o que é uma crónica?

-A crónica é um tipo de texto narrativo que é caracterizado por ter uma linguagem simples e que tem como ponto de partida o quotidiano.

-Há vários tipos de crónica, como a crónica histórica, humorística, jornalista, mas o tipo de crónica que se encaixa nesta obra é a crónica narrativa.

-A crónica narrativa é um tipo de crónica que relata as ações de personagens num tempo atual e um espaço determinado.

-Em relação a linguagem, as crónicas narrativas possuem uma linguagem simples e direta e muitas vezes, utilizam do humor para entreter os leitores. Ademais, podem apresentar o discurso direto, onde há a reprodução das falas dos personagens.

-As crónicas narrativas envolvem os mais diversos tipos de narrador e, portanto, podem ser narradas em primeira ou terceira pessoa.

-Apresentam uma concentração de personagens e de tempo e os factos são narrados segundo uma ordem cronológica (daí o nome crónica) podendo recorrer a analepses ou prolepses para narrar histórias secundárias.

Visto estes tópicos chega-se à conclusão que esta obra pode ser identificada como uma crónica uma vez que tem uma concentração temporal da ação (ação decorre entre 1801 e 1807), concentração de personagens (7 personagens), tem um léxico simples (escassez de adjetivos, frases curtas por exemplo) e tem recurso á ironia.

Quanto á parte de retratar a mudança social, a obra tem vários aspetos que lhe dá esta caracterização, são eles os seguintes

A obra representa uma cronica da mudança social, pois esta representa os valores e comportamentos dos grupos da época da acao da novela e critica muitos aspetos da sociedade da sua época.

A intriga principal da obra decorre entre uma “mudança de ares”, isto é, passa-se entre a mudança do Antigo Regime(Absolutismo) e o Liberalismo. Na época do Antigo Regime,a forma de governo é a Monarquia Absoluta. Neste regime a sociedade está fortemente estrarificada existindo uma enorme desigualdade social presente, alimentado pela nobreza e pelo clero. O Liberalismo é um período histórico que corresponde ao sistema politico que derruba o Absolutismo. Nesta época os cidadãos ganham direitos políticos e cívicos, ganham liverdade de expressão e outros.

Assim, a obra acaba por representar a mudança de valores e comportamentos socias de uma sociedade retrogada liderada pelo Absolutismo, pelos ideais romantistas do Liberalismo que estão a ganhar forca. A obra critica então vários aspetos da sociedade ligadas ao absolutismo, o que a tornam uma cronica anunciadora da mudança social.

Alguns dos aspetos que dao entao este titulo á obra são, por exemplo:

-a critica de uma sociedade repressiva e feita de desigualdades que atua através de uma instituição familiar, a começar pela insignificância social da mulher, isto é, uma inferioridade feminina, casamento de conveniência(como por exemplo quando o pai de Teresa a tentou obrigar a casar com o seu primo Baltasar) e um autoritarismo paterno

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