Análise comparativa da aquisição de uma segunda língua em diferentes idades
Por: LUDECKER • 3/1/2017 • Artigo • 2.255 Palavras (10 Páginas) • 308 Visualizações
ANÁLISE COMPARATIVA DA AQUISIÇÃO DE UMA SEGUNDA LÍNGUA EM DIFERENTES IDADES
Luiza Decker[1]
Marina Taísa Pellegrini
Grasiela Kieling Bublitz [2]
Resumo: Este artigo aborda uma análise comparativa da aquisição de segunda língua, realizando uma pesquisa voltada para alunos em diferentes idades de uma escola de inglês do Município de Mato Leitão.
Palavras-chave: Análise, comparação, inglês, aquisição de L2.
Introdução
O tema principal deste presente artigo é uma análise comparativa da aquisição de uma segunda língua em diferentes idades. Em um primeiro momento, veremos o que dizem os teóricos sobre como ocorre a aquisição de uma segunda língua, discutindo as diferenças dessa aquisição em pessoas com faixa etária distintas.
Será que crianças aprendem com mais facilidade? Ou será que os adultos levam vantagem por serem mais maduros e preparados? Qual a idade ideal para começar a aprender uma segunda língua? Para responder todas essas perguntas, entrevistamos uma professora de uma escola de inglês e analisamos a sua realidade, buscando esclarecer dúvidas que são frequentes entre os estudantes de Letras, de línguas estrangeiras, professores e comunidade em geral.
Este estudo de caso foi realizado em uma escola de inglês no Município de Mato Leitão, interior do Rio Grande do Sul, que possui uma realidade excepcional e propícia para o mesmo, que você entenderá ao longo do texto.
Desenvolvimento
Como ocorre a aquisição de uma segunda língua
Existem algumas teorias que explicam, tanto a aquisição quanto a aprendizagem de uma segunda língua e existem também muitos teóricos que defendem cada uma delas. Falaremos agora sobre algumas dessas teorias:
A teoria da aculturação, defendida por Schuman, entre outros, diz que o sucesso na aquisição da segunda língua depende do grau de assimilação do indivíduo à cultura do grupo da língua-alvo, ou seja, se o indivíduo consegue encontrar ligações entre a sua cultura de origem e a nova e se inserir nesse ambiente, ele terá mais facilidade na aquisição da língua-alvo. Por outro lado, esse sucesso na aquisição ser afetado por fatores como a distância social e psicológica do seu lugar de origem, quando o indivíduo não se sente inserido naquela cultura.
A teoria da Gramática Universal (GU), diz que, tanto na aquisição da língua materna, quanto na aquisição de segunda língua, cometemos os mesmos erros e recorremos aos mesmos processos mentais, seja em qualquer idade, o que descarta a teoria do Período Crítico, que diz que, até antes da puberdade, o indivíduo tem a capacidade de acessar um componente biológico e inato, que faz com que as línguas sejam adquiridas com naturalidade.
.. Existe também a teoria Behaviorista, a mais utilizada em cursinhos e escolas. Essa teoria defende que, ao estudar uma nova língua, devemos focar nas diferenças entre a língua materna e a língua-alvo, mas, para que as regras e a pronúncia sejam fixadas e o erros eliminados, a melhor técnica é a repetição constante e exaustiva.
Além destas, existem muitas outras teorias, defendidas por pesquisadores, teóricos, linguistas, filósofos e psicólogos e, muitas delas, como, por exemplo, a teoria do discurso, defendida por Long e Ellis, dizem que a melhor forma para a aquisição de uma segunda língua é a exposição direta a ela, seja por causa do input, por causa das adaptações no discurso ou pela necessidade de comunicação. Em outras palavras, limitar-se a cursinhos ou aulas com falantes da língua nativa do indivíduo não é o suficiente, pois ele pode, no momento que precisar, recorrer a sua língua materna, o que não acontece quando estamos entre falantes da língua-alvo.
O que dizem os teóricos sobre Aquisição de uma segunda língua em diferentes idades
Segundo a crença popular, crianças têm mais facilidade na aquisição de uma segunda do que os adultos, isso ocorre em função da teoria do “período crítico”, defendida por muitos teóricos, entre eles Lennenberg 1967, Halle 1962, Wilkings 1972 e Echeverría 1974, que argumentam que os adultos têm uma qualidade diferente na aquisição de uma segunda língua em relação às crianças, pois segundo eles, o indivíduo é biologicamente programado para adquirir uma linguagem antes da puberdade. Ou seja, adolescentes e adultos não conseguem mais ativar essa capacidade inata de aquisição de uma linguagem.
Em contrapartida, autores como Cooper 1970 e Corder 1967 afirmam que a aquisição da língua nativa na infância e a aquisição de uma segunda língua na fase adulta envolvem processos semelhantes, pois ambos produzem sentenças com estratégias que são empregadas durante a aquisição da língua materna das crianças e a na aprendizagem de uma segunda língua por um adulto.
Taylor 1974, diz que fatores como motivação e empatia causam uma certa distinção na aquisição da segunda língua por crianças e adultos, porém essa diferença é quantitativa e não qualitativa, ou seja, quando o indivíduo está interessando pela língua que está aprendendo, ele a adquire com mais facilidade e agilidade. Já aquele que não tem tanto gosto por aprender certa língua, terá mais dificuldade neste processo, mas terá a mesma aprendizagem em um prazo mais longo.
Alguns autores defendem que uma diferença pertinente entre crianças e adultos é o desempenho fonológico, levando em conta que a criança por não ter a linguagem materna ainda totalmente formada, terá mais chance de adquirir um sotaque semelhante a de um falante nativo.
Contexto da escola de inglês
Antes de falarmos especificamente do estudo de caso realizado na escola, é bem importante conhecermos a realidade em que ela se encontra.
A Forever Escola de Inglês se localiza no Município de Mato Leitão, interior do Rio Grande do Sul. É uma cidade bastante jovem e pequena, aos 24 anos de emancipação a população é de aproximadamente 4 mil habitantes, na sua grande maioria de origem alemã.
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