Análise da figura da mulher na obra Inocência

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO MATO GROSSO

CAMPUS CÁCERES

FACULDADE DE EDUCAÇÃO E LINGUAGENS

DEPARTAMENTO DE LETRAS

Disciplina: Estudos Literários: Literaturas de Língua Portuguesa II

Professor: Olga Maria Castrillon

Aluno: Cyntia Mayara T. Santana

Atividade Avaliativa II

Introdução

O foco principal deste trabalho será o de identificar a imagem do ambiente em que ocorre a história, com base na protagonista do enredo, Inocência. Também irá mostrar como as obras de Visconde de Taunay vêm carregada de informações onde ele descreve a imagem de Mato Grosso que é, muitas vezes, “esquecida” por muitos autores. Ele as traz introduzindo um pouco do contexto histórico da época e, ao mesmo tempo, trazendo as questões dos costumes.

Inocência

A obra a ser observada é “Inocência – 1872”, uma produção que representa o Romantismo Brasileiro no século XIX, sendo um marco do romance regionalista por se tratar de um Brasil distante das metrópoles, que se detém ao interior valorizando os costumes típicos do mundo rural e as particularidades do meio natural.

Pela forma como é narrada, de forma singela, percebe-se logo de passagem que se trata de um ambiente conservado e livre das modernidades, deixando a transparecer um lugar simplório, com pessoas conservadoras que mantém seus costumes e que procura sempre manter a boa honra, mas ao mesmo tempo trata-se de um povo hospitaleiro de coração bom. Percebe-se isto no trecho da Pág. 16: “Ao homem do sertão, afiguram-se-lhe tais momentos incomparáveis, acima de tudo quanto possa idear a imaginação no mais vasto círculo de ambições.”

O enredo da obra remete à vida do sertanejo que vive em seu pequeno “mundo”, em sua terra, na sua pequena casa simples, cuidando de sua criação, e é sua filha que transmite a imagem principal de toda a história. O nome “Inocência” não é titulado atoa, uma vez que, a imagem da menina reflete no ambiente em que se passa a história, uma imagem de autoritarismo e conservadorismo, postos pelo pai, e que será então “invadido” por figuras que se introduzem naquele lugar fazendo com que rompa os valores, tanto do lugar, quanto da menina. Pelo próprio local onde a menina se encontrava enferma, percebe-se que era um local distante da casa, onde ali ela se encontrara isolada de qualquer pessoa que lá chegasse, por ordem do próprio pai que era a figura que conservava sua filha. Segue o fragmento em que ocorre o primeiro “rompimento”:

“[...] E, saindo da sala, acompanhou Pereira, que o fez passar por duas cercas e rodear a casa toda, antes de tomar a porta do fundo, fronteira a um magnífico laranjal, naquela ocasião todo pontuado das brancas e olorosas flores. [...] Quando Cirino penetrou no quarto da filha do mineiro, era quase noite, de maneira que, no primeiro olhar que atirou ao redor de si, só pôde lobrigar além de diversos trastes de formas antiquadas [...]”

O segundo momento em que ocorre a mesma situação se dá com a chegada de outro viajante que, a convite de Pereira, visita o local em que se encontra Inocência mas ele causa uma certa inquietação no pai, pois o homem enche a menina de elogios e olhares.