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Analise do livro de antonio candido

Por:   •  19/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.284 Palavras (6 Páginas)  •  503 Visualizações

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Introdução O crítico Antônio Cândido (1995), ao falar sobre os direitos humanos, inclui a literatura como um bem incompressível que não pode ser negado a ninguém, assim como o alimento, moradia, a educação e outros bens indispensáveis ao homem. Por ser um poderoso instrumento de instrução e de educação nas sociedades, torna-se uma necessidade universal que, ao ser negligenciada, pode deteriorar a personalidade humana. Possui um papel humanizador por possibilitar o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a percepção da complexidade do mundo, entre outras coisas essenciais à vida humana. O texto literário está definido nos PCN como “uma forma peculiar de representação e estilo em que predominam a força criativa da imaginação e a intenção estética.” (BRASIL, 1998. p. 26). Como tal ele não pode servir como pretexto para a abordagem de questões gramaticais como vem sendo largamente utilizado nas escolas do ensino básico. Essa concepção de literatura não condiz com a forma como o texto literário vem sendo trabalhado nas escolas do ensino básico, sem a preocupação de formar leitores autênticos. Essa postura é criticada pelos PCN quando destacam que É possível afastar uma série de equívocos que costumam estar presentes na escola em relação aos textos literários, ou seja, tomá-los como pretexto para o tratamento de questões outras (valores morais, tópicos gramaticais) que não aquelas que contribuem para a formação de leitores capazes de reconhecer as sutilezas, as particularidades, os sentidos, a extensão e a profundidade das construções literárias. (BRASIL, 1998, p.27) Uma análise cuidadosa dessa realidade aponta para a necessidade de se estabelecerem políticas públicas que priorizem o ensino da literatura, inserindo-o desde o Ensino Fundamental e não apenas a partir do Ensino Médio, como um simples componente curricular. Também é necessário que a escola esteja atenta a esse problema, contemplando-o em seu Projeto Pedagógico. Os professores, por vez, precisam incluir nas suas aulas práticas literárias significativas, capazes de levar os estudantes de todos os níveis de ensino a perceberem a importância da literatura e consequentemente tornarem-se leitores com o perfil exigido pelos PCN. Revista de Divulgação Científica em Língua Portuguesa, Linguística e Literatura Ano 11 - n.18 – 2º Semestre de 2015 - ISSN 1807-5193 Diante das reflexões e dos questionamentos levantados durante as aulas da disciplina Leitura do Texto Literário, do Mestrado Profissional em Letras – ProfLetras – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), campus de currais Novos, e a partir da atividade avaliativa surgiu a ideia de se desenvolverem práticas literárias significativas nas escolas de ensino básico. Como procedimentos metodológicos, optamos pela SD, que segundo Dolz; Noverraz; Schneuwly (2004, p. 97) “é um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito”. Acredita-se que essa organização sistematizada permite trabalhar o texto literário de forma que se torne algo prazeroso e motivador para o aluno, e aos poucos desfazendo a ideia errônea de que a leitura é algo enfadonho e desprovido de significado. O trabalho também se orienta na perspectiva da sequência básica, proposta por Cosson (2007, p. 51) composta das etapas: “motivação, introdução, leitura e interpretação” visto que a nossa meta principal é a leitura efetiva do texto literário. Vale salientar que o termo interpretação aqui não se limita a questionamentos superficiais, mas remete à reflexão e à construção de sentido sobre a obra lida. O objetivo principal do trabalho é descrever as Práticas Literárias aplicadas em turmas do 6º ano (EF) a partir do gênero conto, mostrando os resultados parciais dessas atividades desenvolvidas em uma escola pública localizada no município de São João do Sabugi – RN. O objetivo geral que norteia a elaboração das SD é proporcionar aos alunos a oportunidade de ler por prazer, ler para aprender, do qual decorrem os objetivos específicos. Aporte teórico O estudo fundamenta-se nos postulados de Silva (2003), Kleiman (2013), Solé (1998), Cosson (2007), Favalessa; Barros (2011), Dolz; Noverraz; Schneuwly (2004) e outros, que orientam o trabalho com o gênero selecionado e a organização da sequência didática. Pauta-se ainda nas orientações contidas nos PCN de Língua Portuguesa (1998), além das reflexões de Cândido (1995) sobre a importância da literatura para a formação da personalidade humana. Revista de Divulgação Científica em Língua Portuguesa, Linguística e Literatura Ano 11 - n.18 – 2º Semestre de 2015 - ISSN 1807-5193 A apresentação da sequência didática trará a devida fundamentação teórica, orientada pelas reflexões dos autores citados e outros cujas contribuições sejam necessárias para complementar as ideias defendidas ao longo do texto. Proposta didática a partir do gênero conto O conto é um dos gêneros prosaicos mais populares da Literatura e a pertinência de colocá-lo em cena na sala de aula está no fato de o mesmo ser produzido à luz das situações cotidianas, das práticas sociais situadas na história da humanidade, das vivências, dos acontecimentos. Sua natureza condensada permite uma leitura mais rápida e resultados interpretativos mais positivos. Assim como muitos outros gêneros literários, mas também de imprensa, de divulgação científica, da publicidade, ele é considerado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais uma das referências básicas a partir da qual o trabalho com o texto – unidade básica de ensino – precisará se organizar. Segundo os referenciais curriculares (PCN/ Língua Portuguesa, 1998, p. 53, 54), o conto faz parte de um grupo de gêneros literários cujo domínio é fundamental à efetiva participação do aluno na sociedade. Quanto às diversas metodologias sugeridas, o documento diz que “O professor deve permitir que também os alunos escolham suas leituras (...) É preciso trabalhar o componente livre da leitura, caso contrário, ao sair da escola, os livros ficarão para trás.” (PCN/ LP, 1998, p. 72). Partindo de tal pressuposto, a seleção dos contos para esta atividade foi feita pelos próprios alunos, tendo em vista os seus interesses e capacidade interpretativa. Sobre a leitura de escolha pessoal, os referenciais curriculares apontam que (...) Neste caso, o objetivo explícito é a leitura em si, é a criação de oportunidades para a constituição de padrões de gosto pessoal. Nessas atividades de leitura, pode-se, temporariamente, eleger um gênero específico, um determinado autor ou um tema de interesse. A partir daí, os alunos escolhem o que desejam ler, tomam emprestado o livro (do acervo de classe ou da biblioteca da escola) para ler em casa e, no dia combinado, parte deles relata suas impressões, comenta o que gostou ou não, o que pensou, sugere outros títulos do mesmo autor, tema ou tipo. (PCN/Língua Portuguesa, 1998, p.73,74). Revista de Divulgação Científica em Língua Portuguesa, Linguística e Literatura Ano 11 - n.18 – 2º Semestre de 2015 - ISSN 1807-5193 No tocante aos procedimentos metodológicos, a sequência de atividades priorizou a interação do aluno com o texto, no intuito de fazê-lo compreender o texto e interagir com ele. Assim sendo, o propósito da leitura preestabelecido durante todo o processo visa ao interesse do aluno pelo ato de ler, pela compreensão crítica do texto articulada com a compreensão crítica do mundo (Silva, 2003). Segundo Kleiman (2013, p. 36), "é durante a interação que o leitor mais inexperiente compreende o texto: não é durante a leitura silenciosa, nem durante a leitura em voz alta, mas durante a conversa sobre aspectos relevantes do texto". Outro aspecto relevante no trabalho com a leitura em sala de aula consiste em compartilhar as aprendizagens adquiridas com os textos, tanto entre alunos quanto entre professor e alunos. A esse respeito, Solé (1998) diz que é justamente na troca de experiências e histórias de leitura que, de fato ocorre a interação entre textos e leitores. A conclusão desta sequência de atividades propõe os recontos dos contos pelos alunos e esta última atividade busca justamente favorecer a troca de experiências através das leituras e daquilo que cada leitura representou para cada um deles.

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