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Análise a Viúva Simões

Por:   •  5/4/2015  •  Dissertação  •  588 Palavras (3 Páginas)  •  595 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS VIRTUAL

LITERATURA BRASILEIRA V

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NOME: MARIA DE FÁTIMA DO NASCIMENTO SILVA

PÓLO: CAMAÇARI

Atividade de Aprendizagem I

Questão 01:

A historiadora Norma Telles, no capítulo “Escritoras, escritas, escrituras”, em História das mulheres no Brasil(2007:p.430), contextualiza os escritos surgidos nas últimas décadas do Século XIX, a partir das ideias vigentes na Belle Époque, como o discurso médico sobre a loucura, a histeria, vinculado à noção da incapacidade física e mental da mulher. Segundo Telles: “Em geral, as personagens histéricas são enfermas, órfãs de mãe, e é sugerido que a causa da enfermidade é a quebra do quadro familiar. A cura está no casamento, na procriação, na aceitação das normas institucionalizadas. Os traços que estigmatizam a histérica na sociedade da família, do casamento e da maternidade higienizada são sua orfandade, isto é, a falta de um modelo feminino e o fato de serem solteiras e fogosas. [...] As histéricas quase não falam, os médicos falam por elas e só lhes resta reproduzirem os sintomas. Resultado: desmaios, enxaquecas e gritos.”

Com base no comentário citado acima, desenvolva uma análise da obra A Viúva Simões (1897), de Júlia Lopes de Almeida, destacando as personagens femininas de Ernestina e Sara.

O romance A viúva Simões, de Júlia Lopes de Almeida, aborda a situação da mulher, nos fins do século XIX, especialmente da mulher viúva, num contexto sociocultural um tanto inacessível aos seus interesses individuais, um traço característico da sociedade da época e do modo como a mulher era vista, não como indivíduo, mas como uma sombra do homem, devendo obediência ao pai e/ou marido.  Levando em consideração o aspecto social desse período, compreende-se que a imagem da mulher viúva estava presa a um moralismo herdado não somente da religião, mas enraizado nos valores do patriarcado, respaldada pelo senso comum que refletia a condição feminina na sociedade brasileira nessa época.

O enredo concentra-se em torno de três personagens: a viúva Ernestina Simões, sua filha Sara e um antigo namorado da primeira, Luciano Dias. Ernestina, uma mulher de origem modesta que, após uma desilusão amorosa, realiza um casamento sem amor com o comendador Simões, de cuja união nasce Sara. Após a morte do marido, resta-lhe, além da fortuna herdada, o enfrentamento social. O reaparecimento de Luciano, reanima o cotidiano solitário de Ernestina e movimenta a trama. Com o tempo, mãe e filha passam a disputar a afeição do rapaz. A maior parte da narrativa se passa no interior da casa da viúva, um chalé localizado em Santa Tereza, no Rio de Janeiro, nos anos imediatamente posteriores à proclamação da República.

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