As escolas literárias: Realismo, Naturalismo, Parmacionismo
Por: Pedro Lucas De Araujo Costa • 30/7/2019 • Pesquisas Acadêmicas • 1.535 Palavras (7 Páginas) • 349 Visualizações
Instituto Federal de Araguaína
Aluno: Pedro Lucas de Araújo Costa
As escolas literárias: Realismo, Naturalismo, Parmacionismo
Realismo:
- Historicidade
Entre os séculos XIX, com nascimento da Europa (França) e dispersão anos mais tarde ao Brasil, com duração de uns vinte anos. Nesse contexto foi possível o desenvolvimento de diversos campos de atuações, como a física e química, além de expressar a influência dos pequenos burgueses em seu conjunto. Como consequência do desenvolvimento da física e química veio a criação de maquinários a vapor por combustão com carvão além dos telégrafos.
- Oposição ao romantismo
A literatura romancista era extremamente idealizada e abstrata, onde os dramas, utopias e tragédias eram valorizados, como também a subjetividade e contrariedade de temáticas estavam totalmente ligadas. Mas surge um contraponto, exatamente o realismo que se opõe a toda essa abstração e expõe a verdade nua e crua exibindo realidades melancólicas em que até os mais elitizados passavam, como traições e doenças consideradas incomuns, além de problemas psicológicos, além de o enredo do realismo ser bastante descritivo, o desfecho se divergia ainda mais do romantismo, pois geralmente o fim era incrivelmente triste e repetitivo, mostrando assim uma tentativa de narrar com grandes detalhes a vida ou o real.
- Características
Como primazia do conceito de realismo é tratar da realidade com um altíssimo nível de descrição, mostrando a verdade e em concomitante a quebra de idealismos que através da abstração eram desenvolvidos, não tinha controle ao descrever realidades felizes e tristes, falava de temas polêmicos demonstrando ao mais baixo calão o realismo. Eram tão fiéis ao real que não possuíam filtros para o cotidiano no geral. Mostrava que a elite também sofria por problemas, melancolia até mesmo ao mais simples desejo humano, mostrando as traições assim rompendo paradigmas que eram empregados em contos e histórias imaginadas com finais felizes. A maioria dos livros produzidos nesse período não possuíam ou tem um desfecho feliz. Como tópicos necessários ao realismo:
- Linguagem comum
- Análise crítica da sociedade no geral
- Preocupação com o presente
- Ausência de heróis, além de não existir vitimismo por parte do mocinho, pois o bonzinho do enredo não era tão benevolente quanto parecia ao início da história
- Abordagem objetiva
- Como característica principal oposição ao romantismo
- O realismo vai além da escrita e chega a arte
Com maior representação a arte realista chega a se destacar mais que a escrita, com influência do pintor francês Gustave Coubert quando o mesmo sofreu um bloqueio ao tentar expor suas obras realistas em um evento chamado EXPOSIÇÃO UNIVERSAL, que tinha objetivo produzir artes voltadas para o trabalho agrário, industrial e artístico, porém esse pintor fora extremamente fiel a realidade perdendo belezas que os parisienses consideravam cruciais para o ocorrido. Como represália a essa problemática ideológica o artista desenvolveu uma auto exposição, chamada de o realismo. Começou a ganhar espaço e expressão ao se popularizar pela linguagem direta, curta e coerente ao cotidiano da massa popular e por não existirem heróis planeados, mas sim indivíduos comuns.
- O realismo brasileiro
Nesse período foram retratadas as crises da monarquia, e o cotidiano dos trabalhadores, alguns em situações desumanas. Pois essa escola coincidiu com o período de grandes abolições, como por exemplo a escravidão, além do fim de uma monarquia centralizada e criação de uma república. Dois grandes autores do período foi Machado de Assis, com as críticas direcionadas a sociedade da época e também com Brás Cubas em sua memórias póstumas.
Principais obras e autores do período
- Madame de Bovary, de Gustave Flaubert,
- Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
- O Primo Basílio e O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós;
- O Mulato, de Aluísio Azevedo.
- Germinal, de Émile Zola
- As flores do mal, de Charles Baudelaire
Naturalismo
Movimento que nasceu na França com Émile Zola, um famoso escritor do período, com a publicação de “o germinal” conseguiu influenciar diversos outros artistas a se adequarem a nova escola literária. O seu mais famoso livro fala do real cotidiano, ou melhor, do absurdo das péssimas condições de vida dos trabalhadores das minas de carvão, sem citar sua opinião apenas descrevendo.
O naturalismo envolveu-se principalmente com as artes plásticas, teatro e a literatura. Basicamente uma espécie de derivado ou ramificação do realismo, porque aderiu diversas características comuns ao realismo, como também objetivava um detalhismo do real, ou seja, uma tentativa de completa descrição, porém voltada ao homem como um fruto natural, com extintos, forças interiores, uma agressividade, com fetiches sexuais. Basicamente um produto natural, e a tentativa dessa escola era retratar o mais fielmente essas características inerentes ao homem. Como já dito esse movimento teve a preocupação do indivíduo com as forças naturais e buscava retratá-las, nesse contexto Zola e essa escola literária se alinharam ao darwinismo social como também ao socialismo e ao positivismo de Comte.
O realismo e o naturalismo são extremamente parecidos, porém o naturalismo é considerado um aumento radical no detalhismo dos enredos, voltado ao natural do ser, em contrapartida o realismo voltava-se a interação social do indivíduo com o meio.
- Principais características:
- Abordagem de temas polêmicos, como crimes, adultério, incesto, homossexualidade, pobreza e etc.
- "Cientificismo exagerado" - o narrador toma a posição de um "cientista", que observa as relações e fenômenos sociais como se observasse uma experiência científica.
- Forte influência da teoria do evolucionismo de Charles Darwin.
- Realidade é abordada a partir do pensamento científico, sob influência do positivismo.
- Na literatura, os naturalistas utilizam linguagem coloquial, simples e objetiva.
- Nas artes plásticas, os pintores recriavam paisagens naturais ou cenas da "vida real", ou seja, pintavam aquilo que observavam.
- Hereditariedade - o ser humano está fadado as suas características biológicas e ao meio social em que vive.
- Desejo de "reformar a sociedade".
- Naturalismo contextualizado ao Brasil
Os escritores brasileiros tinham por objetivo abranger grande parte da população, não somente a classe média ou a elite, porém ir além, até todos os indivíduos que possuíssem a sensibilidade ou a capacidade de compreender e sentir a arte que era mostrada, a verdade enquanto dia a dia, dura e crua pronta para serem interpretadas de forma individual. Aluísio Azevedo foi o nosso maior representante com a publicação de “o cortiço”, onde tratou fielmente a situações semelhantes em que os moradores de cortiço viviam e moravam, nesse livro também foi citado o trabalho ao ar livre e seus riscos, traições dos indivíduos da alta classe social enfatizando a carnalidade e a virilidade, outro assunto abordado foi o egoísmo de certos personagens para ascenderem socialmente e as ações necessárias para esse feito, sem alguma censura mostrará o quão horrível o ser humano era capaz de ser ou transforma-se. Outros autores não de menor importância foram Inglês de Souza, Adolfo Caminha e Horácio de Carvalho.
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