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CRITÉRIOS PARA FORMAÇÃO DE JOVENS LEITORES: UMA ABORDAGEM LITERÁRIA

Por:   •  7/5/2015  •  Artigo  •  5.429 Palavras (22 Páginas)  •  242 Visualizações

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CRITÉRIOS PARA FORMAÇÃO DE JOVENS LEITORES: UMA ABORDAGEM LITERÁRIA

Josélia Nunes da Rocha

Nadja Benfica da Silva

RESUMO

O presente trabalho pretende analisar os critérios de escolha de materiade didático de literatura em sala de aula e diagnosticar as bases metodológicas considerando o processo de escolarização da prática literária no ensino fundamental. Procuramos identificar as bases atuais do ensino da literatura através de pesquisas bibliográficas alicerçadas em alguns teóricos como Cosson (2001); Zillberman, (2001); Lajolo (2001); Kleiman, (1996); Chertier (1996). Inicialmente, a pesquisa verifica as teorias referentes ao texto literário e outros estudos realizados de campo pedagógico, faz uma breve abordagem sobre o estudo da disciplina Literatura e os critéros da escolha do livro didático, que obedecem à legislação e à burocracia governamental. Para as análises são levados em conta os objetivos, propostas que envolvem critérios de seleção, os desafios da literatura no ensino fundamental e uma breve análise das tendências da Literatura juvenil contemporânea.

Palavras-chave: Literatura; Leitura; Ensino Fundamental; Estratégias; Texto.

INTRODUÇÃO

No presente trabalho analisa-se os critérios de escolha de material didático de literatura em sala de aula e as bases metodológicas no processo de escolarização da prática literária no ensino fundamental. A relevância do estudo dá-se em vista que a Literatura na escola passa a ser conteúdo obrigatório somente no Ensino Médio, deixado de lado, muitas vezes, pelo professor de ensino fundamental que está mais preocupado com o ensino gramatical. Pretendemos discutir, também, o real papel da literatura na escola de Ensino Fundamental e seu uso eficaz no desenvolvimento do processo de leitura de textos literários.

Para tanto, procuramos identificar as bases atuais do ensino da literatura através de pesquisas bibliográficas de estudos existentes, iniciando a nossa investigação alicerçada em teóricos como (COSSON, 2001; ZILLBERMAN, 2001; LAJOLO, 2001; KLEIMAN, 1996; CHERTIER, 1996), entre outros. Sem fixar-se, entretanto, numa única tendência.

No entanto, sabemos que cabe ao professor, em relação à presença da Literatura na escola, fazer dela um instrumento de aprendizagem, demonstrar que ler é necessário para o crescimento pessoal, vivenciar a experiência do prazer de cada texto como sendo único, cultivar nos alunos o hábito de ler e defender o lugar da literatura na escola e na sociedade. Considerando esses processos, o desafio do professor de Língua e Literatura é tornar a leitura tão atrativa quanto os meios de comunicação e meios de entretenimento.

Desse modo, inicialmente, verificamos as teorias referentes ao texto literário e outros estudos realizados no campo pedagógico. Em seguida, realizamos uma breve abordagem sobre o estudo da disciplina Literatura e sobre os critéros da escolha do livro didático em geral, que obedecem à legislação e à burocracia governamental. Para as análises são levados em conta os objetivos, propostas que envolvem critérios de seleção, os desafios da literatura no ensino fundamental e uma breve análise das tendências da Literatura juvenil contemporânea.

TENDÊNCIA DA LITERATURA JUVENIL CONTEMPORÂNEA

A maioria dos autores e críticos literários utiliza o termo literatura infantil para se referir às produções literárias para não-adultos, ou seja, literatura para crianças e adolescentes. No entanto, há aqueles que distinguem a literatura para adolescentes como literatura juvenil. Visto que, neste trabalho, voltou-se o olhar para o ensino Fundadmental, usaremos mais o termo literatura juvenil para evidenciar o nosso foco na discussão, pois destacaremos, de forma suscinta, as principais tendências na produção literária para esse segmento de ensino.

Atualmente, a literatura juvenil tem ocupado espaço significativo no setor editorial brasileiro. Muito são os autores e diversas são as temáticas das obras indicadas para esse público. Observa-se que a escola tem papel fundamental no que diz respeito à venda desses livros, pois, na maioria dos casos, a indicação de leitura que impulsiona a venda dos exemplares é feita pelo professor, segundo Souza (2001).

Mesmo que essa literatura venha ganhando espaço no mercado editorial, estudos sobre a questão, aqui no Brasil, ainda são excassos. Segundo Biasioli (apud CECCANTINI, 2004) “o não incentivo à pesquisa em literatura infanto-juvenil deve-se principalmente à ‘volatilidade’ do objeto em causa, resistente ao enquadramento em definições precisas e á clara definição”. No entanto, de acordo com Teixeira (2005) com base em estudos de Sonia Kehéde, Angela Kleiman, Nelly Coelho, Regina Zilberman entre outros, aponta algumas pecularidades dessa literatura.

Na literatura juvenil existe uma tendência na organização da estrutura e da linguagem de uma leitura mais fácil, de acordo a crítica. Existe a predominância de narrativas de aventura apresentando em suas tramas relatos de viagens, traição, vingança, fuga, prisão, relato policial, ficção científica. De acordo com Teixeira (2005), esses elementos proporcionam uma grande movimentação entre personagens e cenários tornando-se muito propícia ao público jovem, que tem necessidade de agitação, devido à fase em que vive. Quanto à estrutura, é mais comum a sequência linear, embora haja a recorrência do flashback. Quanto à temática das obras, apresenta-se numa variedade de assuntos: o adolescente com seus questionamentos, seu relacionamento com a família e amigos, na escola, as primeiras experiências de namoro, separação de pais, dificuldade de diálogos, doenças sexualmente transmissíveis.

Além do mundo do adolescente, são abordados, também, outros eixos importantes como preconceitos raciais, de gênero, por exemplo, apresentam crianças e adolescentes em situação de rua, injustiças sociais, violências, guerras, questões políticas. É comum, nesse tipo de literatura, aparecer narrativas em primeira pessoa, tendo como narrador-personagem um adolescente; e também, grupos de adolescentes como protagonistas, dos quais todos os integrantes são igualmente importantes, mesmo havendo algum líder entre eles.

Em todos os aspectos citados existe sempre a preocupação com o público alvo dessa literatura, inclusive em relação à linguagem. Gírias e expressões comuns entre jovens são utilizadas, sem se descuidar da

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