Caminhos para combater a intolerância religiosa
Por: Francisco Cardoso Benedicto • 7/4/2017 • Dissertação • 342 Palavras (2 Páginas) • 821 Visualizações
Atualmente, os casos envolvendo intolerância religiosa no Brasil são altos. Segundo dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, no período de 2011 a julho de 2014, ocorreu uma denúncia a cada três dias, de discriminação religiosa e, as principais vítimas foram fiéis de religiões afro-brasileiras.
Com a vinda de colonizadores para o Brasil, no fim do século XV e início do século XVI, através de ideais portugueses que tinham o país como uma terra a ser explorada, fora inserida no país novas tradições e novas culturas. Através de práticas colonizadoras e, sendo administrada por Jesuítas, a fé Católica fora imposta aos nativos dessa terra pela catequização. A ideia era ter todos os nativos exercendo a mesma fé. Depois, com o início do tráfico negreiro, importou-se escravos de origens africanas, que em sua terra natal possuíam religiões e costumes diversos, que ao chegarem no Brasil foram considerados como práticas infâmes. Séculos depois, a Constituição de 1824, outorgada por Dom Pedro I, definia o Catolicismo como religião oficial do Estado, e isso só veio a ser mudado tempos depois.
Mesmo com a atual Constituição da República Federativa do Brasil, em acordo com toda a legislação, garantindo a laicidade do Estado, não é isso que se vê em temas políticos e em atitudes de intolerância religiosa. Bancas nas representações políticas para determinada religião são comuns, o que é errado para um país se dito laico. A liberdade de expressão é assegurada por leis, e todos têm o direito de criticar e questionar dogmas religiosos, o que se torna crime é quando essa crítica vira discriminação e violência, e o pensamento deixa de ser crítico e vira ofensivo. Tais pensamentos são ainda influência das práticas colonizadoras.
Tendo em vista a acentuada prática de discriminação religiosa, e considerando a laicidade do Estado, práticas religiosas dentro de ambientes públicos e em questões políticas devem ser acabados. E a criação de programas que busquem integrar diversidades religiosas e que busquem conscientizar o respeito a essas diversidades deve ser feito de imediato. Garantida é então a livre expressão de fé.
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