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Cesário Verde

Por:   •  3/11/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.736 Palavras (15 Páginas)  •  170 Visualizações

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        Informática/Manutenção de equipamentos[pic 4][pic 5][pic 6][pic 7]

3º Ano

                                                                                             

Cesário Verde

          Trabalho realizado por:

                                                                   

                                                                            … N.º 1100


Índice

I.         Introdução

II.        Biografia de Cesário Verde

II.I.        Contextualização sócio-política

III.        Algumas publicações do autor

IV.        Análise do poema

V.        Características da escrita de Cesário Verde

VI.        Conclusão


I – Introdução

Cesário Verde

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1855 - 1886

        A propósito de Cesário Verde e da sua poesia será elaborado um trabalho de pesquisa e análise de texto.

        Como trabalho de pesquisa constará a bibliografia, a contextualização socio-política, exemplos de algumas poesias do autor e as características da sua escrita.

        No que se refere ao trabalho de análise, será analisado um dos poemas de Cesário Verde, o que nos ajudará também a perceber a sua escrita.


II – Biografia de Cesário Verde

        Joaquim Cesário Verde nasceu em Lisboa no dia 25 de Fevereiro de 1855.

Oriundo de uma família burguesa abastada. O pai era lavrador (tinha uma quinta em Linda-a-Pastora) e comerciante (estabelecido com uma loja de ferragens na baixa lisboeta). Foi por essas duas actividades práticas, úteis, de acordo com a visão do mundo do próprio Cesário Verde, que se repartiu a vida do poeta. Paralelamente, ía alimentando o seu gosto pela leitura e pela criação literária, embora longe dos meios literários oficiais com que nunca se deu bem, o que o levou, por exemplo, a abandonar o Curso Superior de Letras da Faculdade de Letras de Lisboa, que frequentou entre 1873 e 1874. Cesário Verde estreou-se, nessa altura, colaborando nos jornais Diário de Notícias, Diário da Tarde, A Tribuna e Renascença. A partir de 1875 produziu alguns dos seus melhores poemas: Num Bairro Moderno (1877), Em Petiz (1878) e O Sentimento dum Ocidental (1880). Este último foi escrito por ocasião do terceiro centenário da morte de Camões e é, ainda hoje, um dos textos mais conhecidos do poeta, embora mal recebido pela crítica de então, numa incompreensão geral mesmo por parte de escritores da Geração de 70, de quem Cesário Verde esperaria aceitação para a sua poesia.

 
         A falta de estímulo da crítica e um certo mal-estar relativamente ao meio literário, expressos, por exemplo, no poema
Contrariedades (Março de 1876), fazem com que Cesário Verde deixe de publicar em jornais, surgindo apenas, em 1884, o poema Nós. O binómio cidade / campo surge como tema principal neste longo poema narrativo autobiográfico, onde o poeta evoca a morte de uma irmã (1872) e de um irmão (1882), ambos de tuberculose, doença que viria a vitimar igualmente o poeta, apesar das várias tentativas de convalescença numa quinta no Lumiar. Só em 1887 foi organizada, postumamente, por iniciativa do seu amigo Silva Pinto, uma compilação dos seus poemas, a que deu o nome de O Livro de Cesário Verde (à disposição do público em geral apenas em 1901). Dividida em duas secções, Crise Romanesca e Naturais, o livro não seguiu qualquer critério cronológico de elaboração ou de publicação. Entretanto, novas edições vieram acrescentar alguns textos à obra conhecida do poeta e organizá-la segundo critérios mais rigorosos.

 

        Formado dentro dos moldes do realismo e do parnasianismo literários, Cesário Verde afirmou-se sobretudo pela sua oposição ao lirismo tradicional. Em poemas por vezes cínicos ou humorísticos (na linha de
A Folha, de João Penha, ou de Baudelaire, de que se reconhece a influência sobretudo no tratamento da temática da cidade, do amor e da mulher) conseguiu manter-se alheio ao peso da “literatura” procurando um tom natural que valorizasse a linguagem do concreto e do coloquial, por vezes até com cariz técnico, marcando um desejo de autenticidade e um amor pelo real, que fez com que a sua poesia enfrentasse, por vezes, a acusação de prosaísmo. Com uma visão extremamente plástica do mundo, deteve-se em deambulações pela cidade ou pelo campo (seus cenários de eleição) transmitindo o que aí era oferecido aos sentidos, em cores, formas e sons, de acordo com a fórmula do próprio poeta, expressa numa carta ao seu amigo Silva Pinto: “a mim o que me rodeia é o que me preocupa”. Se, por um lado, exaltava os valores viris e vigorosos, saudáveis, da vida do campo e dos seus trabalhadores, sem visões bucólicas, detinha-se, por outro, na cidade, na sedução dos movimentos humanos, da sua vibração, solidarizando-se com as vítimas de injustiças sociais e integrando na sua poesia, por vezes, um desejo de evasão. Conhecido como o poeta da cidade de Lisboa, foi igualmente o poeta da Natureza anti-literária, numa antecipação de Fernando Pessoa/Alberto Caeiro, que considerava Cesário um dos vultos fundamentais da nossa história literária.



        Através de processos impressionistas, de grande sugestividade (condensando e combinando, por exemplo, sensações físicas e morais num só elemento), levou a cabo uma renovação ímpar, no século XIX, da estilística poética portuguesa, abrindo caminho ao modernismo e influenciando decisivamente poetas posteriores.

        Em busca de uma cura, procura melhores ares e vai morar em Caneças, acompanhando-o a sua fiel criada de infância. Numa carta a Macedo Papança, em 1886, Cesário confessa: “Subitamente, chegam-me dúvidas, descrenças, terrores de futuro. Curo-me? Sim, talvez.” As melhoras, no entanto, não se verificam e no dia 18 (?) de Julho de 1886, Cesário Verde rende-se de vez à doença, tal como já acontecera com os seus dois irmãos e a sua irmã Júlia, “a flor precoce que cresceu e morreu rapidamente”.

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