Corrupçao no Brasil

CORRUPÇAO NO BRASIL

                         Renata Daiana Vieira Sousa^[1]

Resenha crítica

Na linguagem política atualizada, a corrupção consecutivamente assume uma conotação negativa, o que, visto numa perspectiva histórica, não foi sempre assim. Historicamente, a corrupção esteve integrada ao conceito de legalidade, ou seja, corrupto era caracterizado aquele que não seguia as leis existentes. Pode-se compreender que, em outros tempos, as leis vigentes possivelmente eram cumpridas. Muitos são os termos determinados e extremamente negativos que atualmente são empregados para mencionar formas de corrupção, como a peita, o nepotismo e o peculato, estes também não possuíam essa conotação adversa até a poucas décadas.

Não há, no campo do pensamento social e político brasileiro, uma teoria da corrupção no Brasil. Pode-se dizer que, esse tema foi deixado de lado nas reflexões acadêmicas e teóricas sobre o Brasil, não havendo, nesse sentido, uma abordagem que dê conta do problema da corrupção no âmbito da política, da economia, da sociedade e da cultura de forma abrangente.

No Brasil, historicamente, a maioria dos casos de corrupção se tornaram públicos somente em função de conflitos privados. O país está confrontado com uma situação antiga, mas que esteve muito bem escondida por um longo período de tempo. As denúncias de corrupção começaram a aparecer recentemente com uma força maior, todavia, resultando em confronto políticos, pois no quesito corrupção, as questões politicas são as que mais envolvem este tema na atualidade.

Ao refletir sobre a corrupção no Brasil, observam-se, no mínimo, duas grandes correntes de pensamento, por um lado alguns especialistas políticos partem da pressuposição de que a corrupção brasileira é uma herança do patrimonialismo ibérico, em outra visão, percebe-se que outros teóricos apresentam a ausência de uma história feudal no país como um componente importante.

Nota-se que, a tradição política brasileira não respeita a separação entre o público e o privado, não sendo, o caso brasileiro, um exemplo de Estado moderno legitimado por normas impessoais e racionais. Em se tratando do Brasil como um todo, na atualidade, este é caracterizado por tantos escândalos de corrupção na área politica do país. Em todas as questões que envolvem decisões e capital financeiro há sempre a desconfiança, pois a corrupção alcançou um auge talvez jamais imaginado.

Compreende-se que, de um modo geral, a corrupção no Brasil sempre esteve presente, de modo acobertado pelo “jeitinho brasileiro” que sempre se dá a tudo. Infelizmente, essa prática não pode ser banida, pois muitos são os fatores aos quais vem deliberando maiores formas para que a corrupção ganhe mais força. Não se refere apenas ao âmbito politico, mas este é o mais citado pelo fato de estar em evidência na última década.

Analisar ações de corrupção no Brasil, portanto, demanda a construção de estruturas indutivas adequadas para a compreensão e a incorporação da corrupção na política brasileira, que tenha a capacidade de esclarecer porque o brasileiro consente e não reage a corrupção do país. Não se pode afirmar que, a corrupção esteja associada ao caráter do povo brasileiro, mas alicerçada em uma construção social que admite que esta seja praticada.

Contudo, acredita-se que a degeneração ética também está em curso, e dessa maneira vem contribuindo de forma decisiva para uma naturalização da corrupção no país, torna-se natural os atos hediondos, dificultando ainda mais a edificação de conceitos efetivos para que este problema sério seja combatido no Brasil. Para muitos políticos que, estão inseridos no poder, torna-se mais fácil estando no poder, aproveitar a situação, pois de forma natural e acreditando estar seguro do sigilo de tal ato, não se importam em sujar-se cada vez mais nas apostas ilícitas.

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