Educação Exclusica para Crianças Surdas: Bom ou Não?
Por: Junior Passarelli • 18/9/2016 • Bibliografia • 811 Palavras (4 Páginas) • 192 Visualizações
LÍNGUA BRASILERA DE SINAIS
GRADUAÇÃO EAD
Atividade: AP-II
Aluno: Antonio Gaspar Passarelli Junior – RGM: 15292525
Polo: CEMAF – São José do Rio Preto / SP
A humanidade, que por séculos a fio excluiu e alienou aqueles que eram, pela maioria, taxados e considerados “diferentes”, hoje vive uma grande onda de socialização, integração e igualdade. Neste novo contexto, assim como negros, índios, homossexuais, idosos, cegos, “cadeirantes” e portadores de outras necessidades especiais, os surdos merecidamente conquistaram seu espaço e fizeram o mundo ouvir sua voz.
A surdez que outrora seria considerada um mal terrível, hoje já não provoca mais a mesma supresa ou espanto em pais, professores e etc. A inclusão social, dia após dia, tem tirado o surdo de um mundo silencioso e solitário e tem inserido-o no mercado e na sociedade com maestria. Entretanto, num mundo conservador que resiste em aceitar mudanças, mesmo em tempos tão modernos onde a comunicação se tornou a moeda corrente e a informação consegue viajar na velocidade da luz, o surdo ainda enfrenta um universo de dificuldades para interagir com a realidade a seu redor, por puro despreparo da humanidade de um modo geral. A escola, como muito analisada, não está, ainda, totalmente pronta para receber não apenas o aluno com surdez, seja total ou parcial, mas com qualquer tipo de necessidade especial, e todo e qualquer artifício oferecido pelo estado é apenas uma pequena ponta do iceberg que mudanças necessárias para a total adaptação e integração dos portadores de necessidades auditivas. Assim sendo, o questionamento sobre a melhor maneira de educar e receber a criança surda deixa diversas dúvidas a serem respondidas. Por um lado, a escola convencional não está totalmente preparada para educar esta criança da forma que ela merece e necessita. Por outro, a escola especializada não cria o laço social necessário entre surdos e não-surdos, e o prejuízo, neste caso, fica na conta de toda a sociedade, pois ainda que o aluno surdo tenha contato com os pais, irmãos, familiares e vizinhos, que geralmente são ouvintes, auxiliando na socialização do surdo com ouvintes, as crianças ouvites educadas na escola convencional crescem sem o contato e a socialização com o surdo, o que pode acarretar em prejuízo para as relações futuras e o estigma do preconceito nunca é vencido. Independente da situação ou do indivíduo, o ensino especializado sempre será mais eficiente se analizado apenas os quesito “alfabetização”. Entretanto, a educação de um indivíduo vai muito além de sua alfabetização. O benefício mais importante da educação na vida de um indivíduo para a sociedade, é a sua socialização, antes mesmo de sua alfabetização. Portanto, analizando apenas a esfera individual do surdo, o ensino especializado, hoje, é sua melhor opção, visto que a escolha especializada poderá lhe oferecer maiores recursos. Todavia, para a sociedade como um todo, o fato da escola convencional não possuir estrutura para criar a educação adequada para o aluno surdo e a interação e integração social dos surdos com ouvites e dos ouvintes com surdos, representa um prejuízo lastimável. A escolha, então, deve ficar a cabo dos pais e da própria criança, visto que esta, em hipótese nenhuma, deve se sentir diferente ou incapaz, seja por ser a única criança surda em uma sala de aula convencional, ou ter a consciência de que está sendo educada em uma “escola diferente” de seus irmãos e/ou primos, que geralmente são as primeiras amizades que qualquer criança faz antes mesmo de iniciar sua caminhada escolar. Mas, deve-se ter em mente que independente da escolha individual, seria de valor inestimável para a sociedade que a escola convencional pudesse evoluir e se adaptar para incluir e educar de forma eficiente e promissora a todas as crianças, independente de suas condições físicas e sociais.
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