Livro Chove Sobre Minha Infancia
Por: fernandamello • 12/9/2015 • Projeto de pesquisa • 336 Palavras (2 Páginas) • 389 Visualizações
A infância do personagem retrata de uma forma explicita a ditadura militar, apresentando um padrasto patriarca sendo o grande ditador da vida do protagonista, para o qual apenas o trabalho suado (braçal, com lavoura) era digno merecedor de reconhecimento, os meninos da cidade ao invés de ir à escola eram obrigados a trabalhar no sitio (tinha uns 11 anos, Pag.45). Não era conveniente que o povo soubesse ler, escrever, pensar nesse período (nem atualmente) quanto mais ingênuo melhor.
No tempo atual o trabalho intelectual e valorizado ao contrario do período apresentado no livro, nos dias de hoje a criança a partir dos cinco anos deve estar na escola e lei, trabalho braçal para de menor de 18 anos e um crime nos dias atuais.
O livro apresenta trechos com o período ditatorial do qual ele vivenciou, mostrando a indignação com o sistema, com que país se tornou, a partir da situação de submissão e silêncio de todos.
Toda esta indignação e insatisfação se mostram em muitos versos, como por exemplo:
E enquanto caminhava pelas ruas
Do tempo mais triste da ditadura.
[...]
Desfilei todos os sete de setembro
Fazendo continência ao silêncio.
[...]
Sou filho da Ditadura
E não ter sido rico me orgulha.
(p. 11)
Minha mãe costurava para as putas
Como quem limpa uma igreja
E, humilde, diante do altar ajoelha.
Minha mãe costurava para as putas
Enquanto a gente crescia sob a ditadura.
(p. 13)
O meu país foi uma pátria morta
Que só sabia fechar as portas.
O meu país não me deu conhecimento,
Na escola estudávamos silêncio.
O meu país não soube soletrar meu afeto,
Me matou quando eu ainda era feto
O meu país não foi um país
foi um estado de sítio.
E eu vivi em seu coração
como quem morre no exílio. (p. 19)
O padrasto trazia arroz-e-feijão,
mas não dava nenhum livro.
O padrasto me ensinava a somar,
mas não conversava comigo.
O padrasto me ensinou a ser correto
a não mentir, não furtar e todo
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