LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NÍVEL I
Por: Lorena França • 25/4/2021 • Resenha • 961 Palavras (4 Páginas) • 175 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
LETE48-T04-LIBRAS I- LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NÍVEL I
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INSTITUTO DE LETRAS DA UFBA
LORENA FRANÇA DA SILVA
Análise Crítica do filme “E seu nome é Jonas”
SALVADOR
2020
Atraves da personagem Jonas, o filme apresenta as dificuldades encontradas por uma criança surda em uma época em que a a surdez ainda estava ganhando espaço na compreensão cientifica e social. Jonas ao nascer, foi diagnosticado erroneamente como um deficiente mental e foi internado em um hospital psiquiatrico durante três anos e quatro meses. E por falta de instrução, a sua família não conseguia identificar as demandas que a criança necessitava.
Após Jonas ser corretamente diagnosticado com surdez, a família o leva para casa e a partir daí, perceberam que o garoto precisava de uma educação difereciada. Diante das inúmeras dificuldades de uma família com valores ultrapassados e desprovidos de conhecimentos acerca dos cuidados e da comunicação com uma criança surda, Jonas foi o motivo de vários conflitos entre os pais, até resultar na saída do pai de casa, pois o mesmo não sabia lidar com a exclusão e preconceito que o filho sofria na sociedade. Sua mãe sofreu por não saber cuidar e educar seu filho, ainda mais por carregar essa tarefa sozinha, e com dificuldades financeiras após a separação.
Quando os pais o levam para escola indicada para surdos, o método de ensino usado era o oralismo e a leitura labial. Com o tempo percebe-se que o método era falho para boa parte dos alunos, pois nem todos aprendiam os fonemas e a leitura labial. E este era o caso de Jonas. Algo que chama atenção nestas cenas escolares, era a orientação de proibir qualquer linguagem usando sinais. E a justificativa da escola era que a criança so saberia se comunicar com surdos caso aprendesse a língua de sinais. Outro momento interessante é o do diálogo entre a diretora da instituição de método oral e a mãe de Jonas, quando esta lhe comunica que aprenderá linguagem de sinais e ensinará a seu filho. Então a diretora responde que não gosta de saber que perdeu uma criança “para a surdez”. É importante salientar que no filme a língua de sinais é chamado de “linguagem de sinais”. Talvez porque ainda não fosse reconhecido pela maioria como uma língua própria.
Esse método oral pretendia camuflar o fato de que aquelas crianças eram surdas, ou seja, um método que não se baseava nas reais necessidades daquelas crianças deficientes, mas se baseava numa tentativa de adequação dessas crianças ao sistema de comunicação oral. O método era falho desde sua base, pois não cumpria as demandas reais de seus indivíduos.
O filme nos coloca dentro do mundo de uma criança surda que não teve acesso a língua de sinais como primeira lingua e por isso não consegue se comunicar e nem compreender o mundo a sua volta, podemos perceber a tentativa falha de comunicação de Jonas em 2 cenas do filme. A primeira é quando ele não quer comer a ervilha da janta e por isso começa a jogar o alimento no chão. E a segunda cena é quando ele e a família está no parque e Jonas ver um carrinho de cachorro quente e tenta de todas as formas mostrar para a mãe que quer um cachorro quente e falha, o que faz ele ficar bastante frustrado e agressivo com a mãe, que por sua vez, chora por ver que seu filho não consegue se comunicar e nem entender o que ela diz. Pode-se sentir tanto a solidão, a tristeza e raiva de uma criança surda que quer achar uma forma de comunicação para ser compreendida, como também o desespero da mãe por não conseguir encontrar nela mesma os recursos necessários para compreender seu filho. A linguagem que faltava era muito importante para mediar essa relação. Até que a língua de sinais passa a fazer este contato e o “silêncio” de Jonas se acaba.
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