O Preconceito Linguístico
Por: Jaqueline Santos • 12/4/2019 • Trabalho acadêmico • 697 Palavras (3 Páginas) • 173 Visualizações
O autor Marcos Bagno traz em seu livro "Preconceito Linguístico: o que é, como se faz" um olhar voltado a um tipo de preconceito que é ainda muito pouco discutido (ou não é discutido da maneira que deveria ser), o linguístico. Bagno (1999) afirma que o preconceito linguístico vem se tornando cada vez mais decorrente, sendo enraizado em nosso cotidiano através de livros, programas, revistas, onde tem como objetivo ensinar o que é "certo" ou "errado" alimentando dessa forma o preconceito linguístico em si. Um outro ponto onde é alimentado tal preconceito é no quesito ensino da língua, onde o português é considerado como certo, somente se estiver seguindo a gramática normativa, caso contrário, é considerado errado. O autor então discute se é realmente correto afirmar que o português só está certo caso siga a norma culta, uma vez que nosso país possui uma série de variedades presentes na língua, onde se engloba questões regionais, culturais e sociais.
Em sua obra Marcos Bagno elenca uma série de mitos que fazem com que o preconceito linguístico mantenha-se tão presente tanto na lingua portuguesa, quanto na sociedade em si. O autor aponta tais mitos e ao mesmo tempo os desmitifica, apresentando muitas inverdades que estão implantadas nas cabeças das pessoas. No Brasil é muito comum dizer que só existe um tipo de português, que é implantado nas escolas seguindo um determinado tipo de norma linguística. Todavia, não é levado em consideração que o nosso país possui uma grande diversidade em diferentes quesitos, em questões geográficas, origens e socioeconômicas. De acordo com Bagno (1999) é errado a escola impor somente um tipo de norma a ser seguida, uma vez que é preciso ter em vista que o Brasil é um país de grande variabilidade, e que portanto, é necessário que as escolas reconheçam de uma vez por todas essa variabilidade, para que assim seja possível a promover um planejamento voltado para a população que não se "enquadra" em tal padrão.
Um mito que é bastante comum dentre a sociedade em relação a língua portuguesa, é a afirmação de que o mesmo português de Portugal é o mesmo que o do Brasil, e que portanto os brasileiros devem falar da mesma maneira que os portugueses. Todavia em sua obra Bagno (1999) contesta tal afirmação. De acordo com o mesmo, o português dito em Portugal é diferente do nosso português, e que cada um possui sua gramática própria, não possuindo um certo ou um errado, o que acontece é que nas escolas é ensinado regras gramáticais que estão presentes na norma de Portugal, não correspondendo ao que estamos costumados a falar e escrever no Brasil. Portanto cada um atende às necessidades e características de cada país, não sendo necessário comparações entre os mesmos.
Uma das características da norma culta é falar o português corretamente, ou seja, tentar reproduzir a fala exatamente igual a ortografia. Magno (1999) porém afirma que isso baseia-se somente em uma tentativa, já que não é possível reproduzir a fala exatamente igual. Isso se deve a variação regional linguística, já que o som fonético de determinada palavras pode variar de região para região. Bagno (1999) afirma que não existe uma variedade linguística melhor que outra, já que tal variedade vai depender da maneira e por quem são empregadas. Porém existe um triângulo (escola-gramática-dicionário)
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