O Preconceito Linguístico
Por: Eyshila Kelly • 14/4/2019 • Ensaio • 1.458 Palavras (6 Páginas) • 180 Visualizações
RESENHA
"PRECONCEITO LINGUÍSTICO"
BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico. O que é, como se faz. 49. ed. Editora Loyola, São Paulo, 2007.
Eyshila Kelly Crispim Camurça
Marcos Bagno nasceu no estado de Minas Gerais, na cidade de Cataguases. Ele escreveu obras infantis, juvenis e, também é autor de obras de contos, A invenção das horas, que ganhou IV Prêmio Bienal Nestlé de Literatura no ano de 1988. Na obra “Preconceito Linguístico: O que é como se faz”, publicado no ano de 1999, Bagno apresenta um debate sobre as decorrências sociais da língua. O autor já havia apresentado o tema no seu livro “A língua de Eulália”, novela sociolinguística, que trata da discriminação em como é abordada a língua na instituição de ensino e na sociedade.
O autor explana no início do livro um aviso aos leitores a propósito do tom com o qual o livro é construído: uma entonação consciente, que ele aplica no texto, no contexto de que para tratar da língua tem que se tratar também de política. Bagno expõe a mistura que se faz na sociedade entre língua e gramática normativa, que se revela a causa do preconceito linguístico. E garantindo que em nova tentativa de esclarecer o que e visível da imensidão da anterior. Sendo essa a tentativa de norma culta.
O primeiro capítulo do livro é capaz de seduzir o leitor a pensar nos costumes linguísticos, sendo a primeira sedução a ideia de que existe uma semelhança no português falado aqui no Brasil, que até os escritores preservam. Sendo maléfico no contexto educacional, e havendo uma tentativa se impor das regras da escola onde de fato fosse pronunciada por todos. Proporcionando a hostilidade de enorme parte da sociedade, que não podendo ter acesso a norma padrão não percebe a diversidade utilizada pelos órgãos governamentais e deixando de desfrutar de diversos direitos que lhe concebe. O segundo mito diz que o brasileiro não sabe falar português, que só em Portugal se fala bem português, e se menciona ao sentimento de inferioridade a Portugal. Assim censurando a visão de que se o país não sendo legítimo, e sim composto por várias etnias, então a língua não pode ser legítima. Lógico que o a língua portuguesa falada em Portugal e diferente da língua portuguesa falada no Brasil, e só assistirmos na televisão e podemos ver em seus programas os sotaques portugueses, sem falar que nas obras portuguesas sempre comprovam essas diferenças. E destacando esse caso o autor argumenta que o termo português brasileiro é mais preciso e marca melhor a diferença se mantendo viva e modificando. Já o terceiro mito o linguista expõe a confiança na dificuldade do português, sendo o aprendizado nas escolas faz de acordo com as regras de Portugal, e tendo uma enorme diferença entre o que verdadeiramente e falado e o que é ensinado nas escolas, e assim havendo essa dificuldade. Portanto todos os brasileiros sabem falar português, mas para o autor esse mito é instrumento de sustentação de poder, sendo que uma parcela da sociedade sabe a gramática normativa em parte da massa populacional. O próximo mito o quarto já revela a ideia de que pessoas sem estudos não sabe falar português, continuando a relatar o autor segue que esse quarto mito aborda a ideia de que pessoas sem estudos não sabe falar o português, e Bagno apresenta os motivos que induz as variações na língua, e ainda avalia que, atendendo a história de todas as línguas, a maneira inicial desprestigiadas, censuradas, passam a ser estimadas quando as classes influentes da população se utilizam delas.
O quinto mito é titulado O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão, onde traços da língua portuguesa foram preservados, porque as pessoas que vivem lá flexionam os verbos para o pronome “tu” onde essa situação foi considerada antiquada por Bagno. No entanto, Marcos Bagno explica que essas mesmas pessoas não tornam o português falado no estado bom ou ruim em outras situações, e como em qualquer outra variedade, tem seu valor. No sexto mito o autor aborda, deve-se falar como é escrito. Este contexto é desmantelado quando a escrita é um experimento e reproduzir, a fala. A pronuncia o “é pois” claramente escrito não consegue seguir a fala em seu progresso. O mito sete foi exposto como que para escrever e falar bem, é preciso saber gramática, a citação do autor é para provar a incoerência da afirmação, onde o autor explana, a gramática normativa estabelece a norma-padrão, não correspondendo aos jeitos linguísticos legítimos, sendo considerado um exemplo arcaico de língua, dita culta na atualidade, ela segue seus padrões com perfeição, sendo necessário que se renove a gramática normativa para esta acompanhar a língua verdadeira.
Enfim o último mito explanado pelo autor é O domínio da norma-padrão, é um instrumento de ascensão social, onde retorna ao da língua como instrumento político. O autor põe abaixo e ironicamente que se fosse verdade os professores da língua portuguesa ocupariam o ponto mais alto da pirâmide social, econômica e política do país, e argumenta que há questões sociais profundas envolvidas no assunto, o autor explica que isso se deve ao fato de que não garantindo o ensinamento da norma-padrão, garantirá sua ascensão, pois há a necessidade de bem mais do que isso, e acreditar em tal mito somente pode ser cinismo ou inocente.
Assim no capítulo II, O meio corrupto
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