O Preconceito Linguístico

Proposta:

Em um texto recente, Marilene Filinto escreveu o seguinte sobre os paulistas do interior: “O povo tem pronúncia enrolada, estranha de ouvir; e fala um português capenga, em que imperam ausência de plural e erros de concordância.”

(Trecho citado no artigo “A cor da língua”, in Sírio Possenti. A cor da língua, ALB-Mercado de Letras, Campinas, 2001)

Considerando o texto acima, e após a leitura dos fragmentos abaixo, redija um texto que apresente uma tomada de posição sobre o tema “língua e preconceito linguístico”. Indique, na argumentação, fatos relevantes para a defesa de sua posição.

O principal objetivo da fala é a comunicação. Se, o remetente conseguiu passar a informação que gostaria ao destinatário e este a entender, por que considerar como um erro?

O preconceito linguístico é um julgamento prévio de que se a pessoa fala errado ela automaticamente é inferior/tem pensamentos errados. Para entender um pouco mais sobre preconceito linguístico, podemos fazer uma analogia com o preconceito que a sociedade de alta renda tem com a sociedade de baixa renda. Podemos pensar que essa sociedade de alta renda seja a gramática normativa (na qual todos tenham que falar certo e sempre “cultos”) e a sociedade de baixa renda seja o senso comum ( a linguagem usada diariamente). Não é só porque uma pessoa tem mais bens que outra, que essa outra poderia ser considerada inferior. Também não é só porque uma pessoa fala de um jeito mais “culto/sofisticado”, sem abreviações de palavras, que ela poderia ser considerada superior e/ou que o seu jeito de falar seja um certo absoluto, na qual todos que não falam desta maneira sejam considerados errados.

No ponto de vista da comunicação, acredito que não existe isso do “fulano fala errado”, pois qualquer falante normal não consegue de fato cometer um erro linguístico. O que pode acontecer, é de a pessoa ter uma variação linguística diferente, mas isso não quer dizer que fala errado.

...