O Preconceito Linguístico
Por: Sonia Cunha • 17/5/2023 • Resenha • 926 Palavras (4 Páginas) • 63 Visualizações
RESUMO
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico – o que é, como se faz. 15 ed. Loyola: São Paulo, 2002.
XXXXXXXXX[1]
Professor xxxxxx[2]
O objeto do livro Preconceito Linguístico: o que é, como se faz (2002), de Marcos Bagno trata do preconceito linguístico sofrido por pessoas que não tem domínio da norma culta do PB. O autor diz que de início devemos saber diferenciar o que é língua e o que é gramática normativa. A primeira é como um rio se comparado à sua profundidade enquanto a gramática é como um lago, mais estreito, ou seja, o rio não descarta as possibilidades de transcurso, representando assim as variações da língua de acordo com os lugares, idade, região, etnia. O lago é estático. Assim, no primeiro capítulo a proposta é refletir sobre os mitos perpassados de geração a geração quando o assunto é norma culta, a começar pela unicidade da língua, em seguida que o brasileiro não sabe português, só em Portugal ele é falado corretamente, ou seja, tais mitos desconsideram as particularidades e variações linguísticas sobre o que seja a dinamicidade da nossa língua materna. No quanto mito a as pessoas sem instrução falam errado. Para o autor o que existe é uma necessidade do professor refletir sobre sua atuação ao invés de repetir o que lhe é imposto tendo em vista que se desmerece a origem e o conhecimento de mundo que os alunos trazem consigo para a sala de aula. E mais, o autor também demostra o mito de que no Maranhão o português é falado corretamente, logo afirma que nenhuma língua é melhor que a outra e cada uma tem sua estrutura e seu funcionamento. E segue discorrendo sobre os mitos como: O certo é falar assim porque se escreve assim e, O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social. Ao estudarmos esses mitos compreendemos que o preconceito linguístico existe porque antes dele vem o preconceito sobre as pessoas que tem uma realidade diferente que são as pessoas pobres, negras, surdas, mudas. Essas pessoas são vistas como incapazes, mas pouco se fala sobre a pobreza em que vivem e isso as impede muitas vezes de frequentar a escola. No segundo capítulo o autor fala sobre como o ciclo vicioso do preconceito é reforçado pelo uso da gramática tradicional, da gramática tradicional e da elaboração e uso de livros didáticos que reforçam o uso da gramática e ensino tradicional. Cabe então ao professor repensar sobre sua prática docente e a imposição desses materiais, levando em consideração que estão em vigência a mais de dois mil anos e não consideram a realidade da sociedade brasileira, pois só assim o preconceito será desconstruído (capítulo 2). No terceiro capítulo ele aborda a questão do erro e acerto ortográfico tendo em vista que há a diferença entre a língua geral e a escrita, ou seja, o que na maioria das vezes é considerado como um erro de português na verdade não passa de um desvio da ortografia oficial. E finaliza sua obra sugerindo uma nova postura profissional que rompa com os mitos instituídos há séculos e que perduram em dias atuais.
ANÁLISE DO CONTEÚDO
Com as leituras realizadas compreendemos que mesmo o português sendo a língua oficial do Brasil, não é o único idioma falado na imensidão geográfica e história deste país, isto é, todos nós estamos expostos à variações linguísticas indígenas, africanas, europeias pois vivemos num país miscigenado.
Para Marcos Bagno a norma padrão não é capaz de abarcar todas essas variações, logo de um lado existe, por questões ideológicas, a imposição do certo e errado ao se fazer uso da língua portuguesa e por outro a população que nem acesso à educação tem e vivem marginalizadas, silenciadas pela falta que a língua faz e também por não terem suas variações reconhecidas, ou seja, conforme exposto em nossas aulas, de um lado nós temos os estudos que tratam da importância da variação linguística por considerar o tempo histórico, a etnia, a região e os falares de um povo ou grupo e do outro a imposição da língua padrão como a única maneira correta de falar e escrever e, quem não segue essa regra é visto com maus olhos.
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