O Preconceito Linguístico
Por: cravo • 21/5/2015 • Trabalho acadêmico • 3.639 Palavras (15 Páginas) • 291 Visualizações
No Brasil, a Língua Portuguesa foi trazida no século XVI. Além das diversas línguas indígenas, misturaram-se também ao português, o espanhol, o francês e as línguas africanas. Posteriormente, o italiano, alemão e espanhol. A língua recebe influência dos veículos de comunicação, com isso foram absorvidas palavras japonesas, francesas e principalmente inglesas. Influência TUPI Nomes de pessoas: Ubirajara, Iracema.. Nomes de lugares: Ipanema, Copacabana, Caiçara. Nomes de animais e plantas: tatu, arara, caju, maracujá...
Influência Africana: acarajé, dendê, fubá, quilombo, moleque... Alemã: níquel, gás...Espanhola: castanholas, bolero... Japonesa: karaokê, bonsai, origami... Francesa: paletó, abajur, matinê, cabaré...Italiano: macarão, piano, soneto, camarim, lasanha, pizza, bandido, Inglês: show, software, hamburger, whatsapp ...
BAGNO (2011) afirma que "o preconceito linguístico ” se baseia na crença de que só existe uma única língua portuguesa digna deste nome e que seria a língua ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogadas nos dicionários(...)".04/09/2014
Preconceito linguístico É a forma normalmente utilizada por falantes das regiões interiores rurais, na maioria das vezes, é vista com um olhar pejorativo por falantes da norma culta. O preconceito, em determinados momentos, deixa de ser só em torno da língua e passa a ser especificamente contra o falante.
Os três elementos do preconceito linguístico – que são quatro: Ensino Tradicional, Gramática Tradicional ,Livros Didáticos, e a “Santíssima Trindade” do preconceito linguístico.
A gramática tradicional inspira a prática de ensino, que por sua vez provoca o surgimento da indústria do livro didático, cujos autores recorrem a gramática tradicional como fonte de concepções e teorias sobre a língua. (Bagno, 2011), formando um círculo vicioso do preconceito linguístico. O quarto elemento oculto no círculo vicioso são os Comandos paragramaticais: Arsenal de livros, manuais de redação, programas de rádio, TV, colunas de jornais e revistas (servem para resolver um problema momentâneo). Crítica de Bagno aos Comandos Paragramaticais: O que os comandos paragramaticais poderiam representar para quem tem dúvidas na hora de falar ou de escrever acaba se perdendo por trás da espessa neblina de preconceitos que envolve essas manifestações da(multi) mídia. Tudo o que as (multi)mídias fazem é perpetuar as velhas noções de que“ brasileiro não sabe português e de que “português é muito difícil”.
Há necessidade de uma mudança de atitude por parte da sociedade, seja de professores ou não, a fim de que se eleve o grau da “autoestima da linguística”. Mas como?
• Recusar os velhos argumentos que menosprezam o saber linguístico de cada pessoa, de cada região, época ou grupo social.
• Denunciar as afirmações preconceituosas, autoritárias e intolerantes.
• Questionar a validade da velha doutrina gramatical.
• Estar a par dos avanços das ciências da linguagem e da educação.
• Ler literatura científica atualizada , filiar-se a associação profissional, participar de cursos e congressos, aderir projetos de pesquisas.
• Ser um pesquisador e orientador em sala de aula.
• Descobrir métodos inteligentes e prazerosos.
• Olhar os alunos como protagonistas e produtores de seus textos, vídeos, poesias, painéis, seminários e outros.
• Perceber a gramática como uma disciplina viva, em revisão e elaboração constante.
O que é erro? “Ceja bem vindo e esprimente a linguiça”. Segundo Bagno, nos dizeres acima não aparece“ erros ” de português e sim“ erros ” de ortografia do português. Devemos ter nova postura teórica e prática: procurar conhecer as regras que levam os falantes da língua a usar o “C” onde se esperaria o “S”, o “S”, quando se esperaria o X...e apresentá-las aos aluno.
A escola, por meio do professor, deve respeitar o dialeto que a criança traz de sua comunidade e oferecer-lhe a linguagem padrão, que é o que garantirá a ela sucesso numa avaliação social, além do acesso à tradição cultural escrita. As escolas deveriam abordar mais o tema “preconceito linguístico”, pois muitas crianças, mesmo sem saber, acabam ironizando os colegas que falam “errado”, e além de serem preconceituosas acabam fazendo bullyng com eles. Usar a língua, tanto na modalidade oral como na escrita, é encontrar o ponto de equilíbrio entre dois eixos: o da adequação e o da aceitabilidade.
Mudança de atitude
Cada um de nós, professor ou não, precisa elevar o grau da própria autoestima linguística. Como elevar o grau da autoestima linguística?
• recusar com veemência os velhos argumentos que visem menosprezar o saber linguístico individual;
• nos impor como falantes competentes da nossa línguamaterna;
• parar de acreditar que os habitantes da zona rural ou das classes sociais mais baixas “falam tudo errado”;
• acionar nosso senso crítico toda vez que nos deparamos com um comando paragramatical e saber filtrar as informações úteis;
• denunciar as afirmações preconceituosas, autoritárias e intolerantes;
• professor de língua refletir na adoção de uma nova postura (crítica) em relação a seu próprio objeto de trabalho;
• parar de acreditar que “brasileiro não sabe português”;
• parar de acreditar que “português é muito difícil”;
Do ponto de vista teórico o professor deveria:: “em vez de REPETIR alguma coisa, deveria REFLETIR sobre ela. Do ponto de vista prático o professor deveria:“ em vez de REPRODUZIR a tradição gramatical, deve PRODUZIR seu próprio conhecimento Da gramática”. O professor de língua deve: transformar-se num pesquisador; num orientador de pesquisa em sala de aula; parar de querer entregar regras já prontas; descobrir métodos inteligentes e prazeroso.
A gramática normativa tenta mostrar a língua como um pacote fechado, um embrulho pronto e acabado. Toda a língua é viva, dinâmica, está em constante movimento. Está sempre em decomposição e recomposição. Segundo BAGNO (2011), com o fim do vestibular, desaparecerá também toda a indústria que se formou em torno dele: os cursinhos onde ninguém aprende nada, onde não há nenhuma produção de conhecimentos mas apenas reprodução de informações desconexas
O ensino de língua na escola é, segundo BAGNO (2011), a única disciplina em que existe uma disputa entre duas perspectiva: a doutrina gramatical e a linguística moderna.
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