O Retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde

O retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde

                                                        

                                                                                  Moema de Carvalho Penalva

Resumo: O presente artigo tem como objetivo apresentar e discutir a obra de Oscar Wilde, O retrato de Dorian Gray. Esse romance conta a história de Dorian Gray que é um jovem de beleza delicada e de traços perfeitos, que chamou atenção do sensível artista Basil Hallward, que fica encantado e impressionado com a beleza do rapaz fazendo então um quadro onde deposita muito de si em sua obra. Através de Basil, o rapaz conhece o Lorde Henry Wotton que lhe mostra uma visão de mundo diferente, em que a beleza e a satisfação carnal são as únicas coisas pelas quais valem a pena viver. Dorian então deseja permanecer jovem, trocando até a sua alma para que o retrato envelheça ao invés de seu corpo. Dorian tem seu pedido atendido, assim sendo, ele inicia sua busca por uma vida libertina de experiências diversas e amorais em uma busca incansável pelo prazer.

Palavras-chaves: Dorian Gray, retrato, beleza.

Oscar Wild nasceu na Irlanda em 1854, foi o criador do movimento estético chamado dandismo e autor de inúmeras obras de sucesso, dentre elas, novelas, contos, poesias, dramas mas o seu único romance escrito foi O retrato de Dorian Gray, que é considerado uma das mais importantes obras da literatura inglesa. Este livro foi publicado em 1891 e causou grande alvoroço por trazer alguns temas polêmicos para a época, como o homossexualismo. O autor faleceu em Paris no ano de 1900 vítima de uma meningite.

O retrato de Dorian Gray se passa em Londres em pleno século XIX, seus personagens principais são Dorian Gray, Lord Henry e Basil Hallward, todos eles fazem parte da aristocracia. Wild, nessa obra mostra com tremenda eficácia a hipocrisia humana e nos traz inúmeros questionamentos sobre a arte, a beleza e a moral.

O livro narra a história de um rapaz que possui uma beleza inigualável e de alma pura até o momento que ele conhece Lord Henry, um senhor muito inteligente com muitas experiências vividas e que desperta nele a importância de possuir aquela beleza e de como ela é passageira, trazendo para o rapaz um sentimento que ele nunca havia sentido.  Por isso quando Dorian vê a obra de arte que seu amigo e apaixonado Basil Hallward fez dele, em seu tamanho real, ele toma consciência de sua beleza extraordinária e tem o desejo profundo na alma de nunca perde-la.

_Que tristeza! _ murmurou Dorian. _ Que tristeza! _repetiu, com os olhos cravados na sua efígie. _ Eu irei ficando velho, feio, horrível. Mas este retrato se conservará eternamente jovem. Nele, nunca serei mais idoso do que neste dia de junho... Se fosse o contrário! Se eu pudesse ser sempre moço, se o quadro envelhecesse!... Por isso, por esse milagre eu daria tudo! Sim, não há no mundo o que eu não estivesse pronto a dar em troca. Daria até a alma! (WILDE, 1998, pg. 34).

Para surpresa de Dorian o seu pedido foi atendido, a partir daquele momento tudo que o seu corpo e sua alma sofressem se refletiria na imagem do quadro e não em sua face. Isso foi o seu trunfo para que ele pudesse viver livremente, sem qualquer restrição moral. Ele conheceu o mundo, vivenciou tudo o que era belo e bom e também cometeu inúmeras transgressões. Enquanto o seu rosto continuava transparecendo uma beleza jovial intacta o quadro se deformava por inteiro.

        Em certo momento Dorian já não se sente mais feliz com a vida desregrada que vive e sofre por ter perdido a sua alma ainda em vida. Por isso o desejo dele agora é recuperar a sua alma. Ele acredita que se fizesse ações boas o quadro voltaria a ter a sua aparência anterior, mas logo ele percebe que isso não será possível, pois esse seu desejo também é uma vaidade.  Então ele tenta destruir o quadro com uma faca em punho, Dorian percebeu que o quadro já não lhe trazia nenhuma curiosidade, mas sim um enorme desgosto. Quando Dorian crava a faca no quadro, algo incrível acontece e todos escutam um grito horripilante, ao abrirem a porta do quarto, onde ele guardava a tela, o que encontram é um quadro com a beleza jovial de Dorian e um velho com uma aparência horrível no chão com uma faca cravada no peito, só puderam identifica-lo através de uns anéis que ele tinha nas mãos.