Análise – Retrato de Dorian Gray
Por: Ivan Rezende • 30/10/2019 • Trabalho acadêmico • 665 Palavras (3 Páginas) • 246 Visualizações
Análise – Retrato de Dorian Gray
Partidário de um movimento artístico-intelectual que se caracteriza pelo culto ao Belo na arte, Oscar Wilde declara seu apoio ao movimento esteticista, mostrando que entendia que a arte não tinha função social nem política, que um artista não tem a função de ensinar algo, muito menos tentar mudar o mundo, se valendo da ideia de se fazer “arte pela arte”, e isso fica nítido no seguinte trecho:
“Pode perdoar-se a um homem a criação de uma coisa útil, contanto que ele não a admire. A única justificativa para a criação de uma coisa inútil é que ela seja admirada intensamente. Toda arte é absolutamente inútil.”
(WILDE, 1890, p. 14)
Na sua obra, contextualizada no final da era vitoriana, onde na arquitetura podemos destacar o movimento neogótico buscando reavivar o estilo gótico, Oscar Wilde descreve Dorian Gray como um jovem muito bonito e bom que se assemelha à Narciso na mitologia grega antes da influência da Deusa Nêmesis, sem ter a menor consciência da sua beleza e seu poder de atração e inclusive sem dar importância para isso.
Basil Hallward é o pintor, e num diálogo com Lorde Henry Wotton decide não só contar sobre Dorian Gray como também sobre como o conheceu. O conheceu num evento de recepção na casa da lady Brandon, criaram um vínculo intenso e passarem a se ver todos os dias.
Após a finalização da pintura, o artista Basil mostra para Dorian a obra finalizada, ele então fica deslumbrado com ele mesmo e como diz o livro
“Uma luz jubilosa lampejou-lhe nos olhos, como se nesse momento se visse pela primeira vez”
(WILDE, 1890, p. 33)
E foi nesse momento em que ele percebeu que os elogios que recebia até então não era um exagero gentil. Porém, logo após, veio o sentimento de medo e desespero, quando tomou consciência de que o quadro ficaria jovem para sempre, mas ele envelheceria e ficaria feio. Nesse momento, Dorian se propõe a tudo, dizendo que faria qualquer coisa para inverter isso, envelhecendo o quadro e ficando jovem para sempre, dizendo que para isso daria até mesmo a alma. E nesse momento o pacto é selado.
Depois de tudo isso, Dorian fica noivo precocemente de uma atriz, porém, apaixonada, Sybil perde a habilidade artística e sua capacidade de interpretar heroínas Shakespearianas e Dorian a abandona de forma rude e cruel, atestando que sem a arte a atriz não tem valor. Essa cena marcante do livro reforça o modo como o autor vê a arte, de forma extremamente esteticista. A atriz se suicida e no retrato de Dorian Gray sua expressão se alterou, estampando um toque de crueldade.
Depois disso, Dorian perde todo o resto de sensibilidade que tinha, ter perdido a alma o tornou desalmado, começou a cometer muitos atos de crueldade, cada gesto de crueldade refletindo no retrato dele. Camadas e camadas de podridão vão se acumulando na pintura, levando a alma para o retrato, que passa a absorver a carga negativa e refletindo na arte todo seu estado de sua alma, enquanto que sua aparência real permanecia bela e jovem.
Cansado de conduzir a vida baseado nos prazeres, Dorian toma uma boa atitude achando que melhoraria sua situação no retrato, fracassando. Como uma rápida atitude, ele tenta destruir
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