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Orientação Educacional

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Por:   •  20/11/2013  •  1.985 Palavras (8 Páginas)  •  617 Visualizações

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APRESENTAÇÃO

O presente trabalho visa à discussão da importância do Orientador Educacional (O.E.), bem como a especificação de seu papel no âmbito escolar. Tendo como questão fundamental definir o papel do Orientador Educacional traçando um diálogo com expoentes da orientação educacional como Mírian Grinspun e Olívia Porto. Ambas destacam a tarefa de mediador do O.E. na comunidade escolar. Algumas considerações foram apresentadas sobre esse educador que participa da formação de indivíduos e cidadãos, e como tal, pode agir como sujeito transformador de realidades. Buscaremos definir esta questão fundamental para justamente ampliar o fazer na escola.

1 - INTRODUÇÃO

A Orientação Educacional busca os meios necessários para que a escola cumpra seu papel de ensinar/educar com base em seu projeto político-pedagógico, promovendo as condições básicas para formação da cidadania dos alunos. “O orientador de hoje, é aquele que discute as questões da cultura escolar promovendo estratégias para que sua realidade não se cristalize em verdades intransponíveis, mas se articule com prováveis verdades vividas no dia-a-dia da organização escolar” (Grispun 2006). Para melhor entendimento, as questões da globalização e da sociedade capitalista, as formas alternativas de educação e o fracasso e evasão escolares foram elucidados, a fim de compreender como o orientador pode trabalhá-las em seu campo. O orientador deve estar atento às transformações no campo tecnológico e social, mantendo-se sempre atualizado, elevando sua prática educacional. Sendo assim, essas questões foram abordadas para melhor entendimento do contexto histórico e da sociedade em que estamos inseridos, para justamente afirmamos aqui a importância do O.E.

2 - A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL FACE AO FRACASSO ESCOLAR

Grispun (2006, p. 73), explica que a trajetória histórica do fracasso escolar na realidade brasileira pode ser identificada a partir de alguns pontos básicos: explicações para o fracasso escolar, baseadas na teoria do déficit e da diferença cultural; explicações advindas das crises do sistema escolar; o momento do fracasso analisado à luz do próprio sistema educacional congenitamente gerador de obstáculos à realização de seus objetivos e o fracasso escolar como depositário das dificuldades dos protagonistas que atuam no processo educacional.

Grispun (2006, p. 73) completa que o fracasso escolar diz respeito às dificuldades de aprendizagem escolar – dificuldades estas que se manifestam predominantemente entre crianças provenientes dos segmentos mais empobrecidos da população.

“A corrente psicopedagógico para explicar a questão do fracasso escolar tem, no campo psicométrico, o embrião dessa abordagem. Inicialmente com os trabalhos de Binet, em 1895, autor da primeira escala métrica da inteligência para crianças; posteriormente com os trabalhos de Claparède – eles influenciaram uma geração de psicólogos e pedagogos nessa questão da medição da inteligência”. (GRISPUN, 2006, p.74)

Ainda segundo Claparède, citada por Grispun, em 1922 já se defendia a orientação profissional, onde o homem certo estaria no lugar certo de acordo com suas disposições naturais, conhecidas através dos instrumentos de medição.

“Outro ponto que convém ressaltar é a influência das teorias psicanalíticas nas concepções sobre as causas das dificuldades de aprendizagem. Inicialmente tida como anormal escolar, a criança que apresentava problemas de ajustamento ou de aprendizagem escolar passou a ser vista como ‘criança-problema’. Se antes as dificuldades eram identificadas por instrumentos da medicina e da psicologia, que falavam em anormalidades genéticas e orgânicas, agora o são por instrumentos da psicologia clinica de inspiração psicanalítica, que buscam no ambiente sócio-familiar as causas dos desajustes infantis. As causas do fracasso escolar vão desde as físicas até as emocionais e de personalidade, passando pelas intelectuais.” (GRISPUN, 2006, p.75).

Conforme Grispun (2006, p. 76), no estudo da fundamentação sobre o fracasso escolar cabe uma palavra a respeito das questões da hereditariedade. Se na literatura psicológica a concepção predeterminista do desenvolvimento humano foi substituída por uma concepção interacionista, por outro lado a introdução de novas concepções, vindas da psicologia e da antropologia a respeito da influência ambiental e da teoria psicanalítica no pensamento educacional, criou outras expressões simplificadoras que levaram pais e educadores a uma atitude também fatalista frente a supostas causas físicas e psicológicas do fracasso escolar.

De acordo com Mírian Grispun (2006, p. 78), no início dos anos 70, a explicação para a desigualdade educacional entre as classes sociais, que vinha sendo objeto de estudo nos Estados Unidos, chega ao Brasil. Basicamente, a “teoria da carência cultura” passava a explicar tal desigualdade pelas diferenças do ambiente cultural em que as crianças das classes “baixas” e “médias” se desenvolviam. Em sua primeira fase, essa teoria afirmou que a pobreza ambiental nas classes médias produz deficiências no desenvolvimento psicológico infantil que seriam a causa de suas dificuldades de aprendizagem e de adaptação escolar.

“As afirmações de que as causas do fracasso escolar até então estavam agrupadas na escola ou na clientela deparam-se, agora, com uma outra visão do problema: a escola é inadequada para as crianças carente, ou seja, uma escola supostamente adequada a crianças de classes favorecidas estaria falhando ao tentar ensinar com os mesmos métodos e conteúdos crianças culturalmente deficientes ou diferentes. A escola passou a ser vista como uma instituição organizada, mantida e regida pela classe média, que possui padrões culturais diversos dos das crianças das classes pobres”. (GRISPUN, 2006, p. 79).

Mas ressalta-se que essa teoria da diferença acabou subjugada pela teoria do déficit, pois a tese da diferença continha sutilmente a tese da deficiência.

2.1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ANÁLISE DO FRACASSO ESCOLAR

2.1.1 Teoria Psicológica

De acordo com Grispun (2006, p. 79), cada aluno possui características

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