PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR

UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS -  INGLÊS

WESLEY ANCHIETA CARNEIRO

 PCC – PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR

DIDÁTICA: Observar, Pesquisar e Construir o Conhecimento

Rio de Janeiro

2021

1 Observar, Pesquisar e Construir o Conhecimento

Partindo do princípio de que a didática deve ser uma ferramenta pedagógica que estimula o professor a uma reflexão contínua sobre sua prática docente, é importante estar alinhado com as abordagens pedagógicas da contemporaneidade, que enxergam o conhecimento como algo sendo construído pelos alunos, a partir também de suas vivências. Em consonância com esse entendimento, o professor deixa de ser enxergado (e se enxergar) como o detentor do conhecimento a ser passado para o aluno, e passa-se a perceber o aluno como elemento central no processo de ensino-aprendizagem.

Por conseguinte, a charge (anexo 1) representa uma ação docente muito dissonante das ideias supramencionadas, visto que a professora descartou completamente toda a riqueza de elementos e informações que poderiam ter sido trazidas à aula a partir do conhecimento empírico dos alunos. Lembro-me vividamente de uma ocasião, quando eu estava no ensino médio, na qual um professor de matemática, ao corrigir as provas, percebeu que, em uma das questões, eu, apesar de ter chegado à resposta correta, não tinha seguido as regras que ele tinha ensinado em sala. Ao invés de duvidar ou invalidar a minha questão, por não ter seguido o que ele tinha ensinado, ele pediu para que eu demonstrasse para turma como eu tinha resolvido a questão. Ao final da minha demonstração, ele disse para a turma que, apesar de eu não ter feito os cálculos seguindo as regras que ele havia apresentado, meu raciocínio lógico estava corretíssimo e também levava à resposta correta. E em seguida reforçou que nem sempre o que o professor apresenta é a única maneira de se chegar ao resultado esperado, pois pessoas diferentes podem percorrer percursos distintos para se chegar ao mesmo lugar.

No tangente às minhas futuras práticas docentes como professor de língua inglesa, ao invés de começar apresentando conteúdo aos alunos, eu certamente começaria elicitando dos mesmos os diferentes itens lexicais que eles já possuem, em especial devido ao grande número de estrangeirismos e empréstimos linguísticos oriundos do campo da tecnologia e das mídias digitais. Devido ao fato de os meus alunos serem possivelmente nativos digitais, há um vasto número de vocábulos dos quais eles se utilizam rotineiramente em meio aos jogos e vídeos que consomem na internet. A partir de então, estimularia uma grande interação entre grupos de alunos para que eles possam ensinar uns aos outros o que já sabem e possam então, juntos, pesquisar a origem, o significado, a utilização e a função dessas palavras na língua inglesa. A avaliação, ao invés de pontual e somativa, seria processual e contínua, pela relação horizontal entre professor e aluno, através do compartilhamento de suas experiências e dos conhecimentos construídos por cada aluno.

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