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REFORMA DA NATUREZA

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Por:   •  23/10/2014  •  2.327 Palavras (10 Páginas)  •  287 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A obra O Beijo no Asfalto, é uma obra dramática escrita por Nelson Rodrigues destinada, mais provavelmente, a um público de conhecimento e cultura medianos, por trazer um assunto que para a época, era um tabu e desfavorecia aos menos cultos.

Esta obra é classificada, por ele mesmo (Nelson Rodrigues), como “Tragédia Carioca em três atos”. Tragédia no seguimento, segundo Aurélio significa: “Peça teatral, de ordinário em verso, e que termina em regra, por acontecimentos fatais”.

Em o Beijo no Asfalto Arandir pratica um ato “indecente” para a sociedade da época: beija na boca, um homem que está beirando a morte por ter sido vítima de atropelamento e não esclarece o motivo. Um repórter em busca de notícias para seu jornal aproveita-se da cena como furo para tal, e traz sofrimento a Arandir e toa sua família. A obra segue discorrendo uma estória realmente trágica que culmina com assassinato de Arandir pelo sogro por motivo de ciúmes.

ANALISE DA OBRA O BEIJO NO ASFALTO DE NELSON RODRIGUES

Sobre o autor Nelson Rodrigues (1912-1980)

Nelson Falcão Rodrigues nasceu em Pernambuco (1912), mudando-se com cinco anos para o Estado do Rio de Janeiro, onde o pai fundou um jornal. Aos 13 anos, já trabalhava na redação, encarregado das páginas policiais.

Nelson Rodrigues atinge o sucesso, em 1943, com Vestido de noiva, seu segundo texto teatral, cujo valor o alçou à categoria de poeta e tornou a obra referência histórica do teatro brasileiro. Entretanto, nos anos seguintes, com a produção de novas peças, é imediatamente ridicularizado pela crítica, acusado de pequeno burguês neurótico, imoral e obsessivo. “Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico (desde menino)”.

Nelson Rodrigues é autor maduro ao escrever O beijo no asfalto, seu décimo terceiro texto dramático, cujo enredo pode ser assim descrito: Um homem da rua perde o equilíbrio, cai e é atropelado por um ônibus.

É impossível deixar de atribuir a Nelson Rodrigues o papel de renovador da literatura dramática brasileira, cujo gênio influenciou muitos outros dramaturgos, não somente quanto ao aspecto da mudança temática, porém, notadamente quanto à expressão verbal que reflete a linguagem coloquial.

Analise da Obra

O Beijo no Asfalto é escrita sob encomenda de Fernanda Montenegro a Nelson. Em 21 dias, o autor apresenta mais uma de suas tragédias cariocas, agora abordando a sordidez não só da imprensa, mas também da polícia, numa trama forjada que destrói a reputação de um homem, acusado de homicida e homossexual. O Teatro dos Sete estreia o espetáculo em 1961, sob a direção de Fernando Torres, com cenografia de Gianni Ratto, contando com Fernanda, Sergio Britto, Oswaldo Loureiro, Ítalo Rossi, entre outros.

A peça foi inspirada na história de um repórter do jornal “O Globo”, Pereira Rego, que foi atropelado por um arrasta-sandália, espécie de ônibus antigo. No chão o velho jornalista percebeu que estava perto da morte e pediu um beijo a uma jovem que tentava socorrê-lo.

Na tragédia carioca o beijo no asfalto retrata criticas jornalísticas, também o desamor de Selminha por Arandir e retrata a força do sentimento de Dália que por sua vez não é respondido. Fala de inverdade, relacionados ao o beijo entre dois homens, que é popularizado e visto como algo imperdoável, o homem que cobiçou sua cunhada mais jovem... Arandir era renegado por seu sogro o que na verdade pode-se DIZER que ele era também amado pelo pai de sua mulher, a tragédia é rodeada de mistérios.

Um transeunte (Arandir), socorre o acidentado, que na agonia da morte lhe pede um beijo. Ele atende aquele último pedido e beija no outro a morte que se aproxima. Assistem à cena o sogro de Arandir (Aprígio), alguns populares e um repórter de polícia (Amado Ribeiro). Este, mancomunado com um delegado de polícia (Cunha), articula a partir do episódio um romance de homossexualidade e de crime, acusando Arandir, que é aos poucos envolvido pela calúnia, cercado pela zombaria e desprezo, primeiro dos estranhos e, depois, dos que lhe são íntimos. Afinal, também de si próprio se envenena e passa a duvidar do significado de seu gesto. Vê-se rodeado de olhos que o distinguem e dedos que o apontam. Devido ao clima de obsessão, Arandir abandona o emprego, refugia-se num hotel ordinário e envia recado para a mulher (Selminha) ir ao seu encontro. Convite negado, quem chega é a cunhada (Dália) e, em seguida o sogro (Aprígio) que se declara e logo o marta.

Características da Obra

Destaca temas considerados proibidos pela época principalmente a sociedade burguesa.

Diversa critica mostrada de forma indireta aos valores burgueses.

Fixação pela sexualidade, numa visão bastante freudiana do tema.

A morte que o persegue e é tratada de forma sútil sendo marca registrada nas obras escritas por Nelson Rodrigues

Aspectos ou comportamentos dos seus personagens muitas vezes rudes, grosseiro, inseguro, grotescos, duvidosos.

Frases incompletas, diálogos curtos e muitas vezes relatado de forma a desejar a ser ouvida e não lida.

Personagens

Arandir: personagem principal da peça. Casado com Selma, funcionário publico um homem honesto, de bom caráter que tem sua vida mudada ao atende a um pedido de um rapaz que foi atropelado e agoniza, dando-lhe um beijo na boca.

Selma: Esposa dedicada e apaixonada por seu marido Arandir, mas insegura. Selminha, como é chamada, não acredita na história de seu marido e nega se encontrar com ele no hotel.

Dália: Irmã mais nova de Selminha vive na casa com o casal. No final da trama, vai até Arandir no hotel e declara seu amor por ele.

Aprígio: Pai de Dália e de Selminha. Passa a história toda sendo contra Arandir, mas no final, declara seu amor por ele e o mata. É, portanto, o verdadeiro homossexual da obra.

Cunha: Delegado corrupto que, em parceria com o jornalista Amado, conduz ilegalmente o processo de Arandir.

Amado Ribeiro: Jornalista inescrupuloso e oportunista, ávido por manchetes retumbantes,

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