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Resenha de A Língua Como o Objeto da Linguística, de Antônio Vicente Pietroforte

Por:   •  20/5/2022  •  Resenha  •  786 Palavras (4 Páginas)  •  300 Visualizações

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RESENHA

PIETROFORTE, Antônio Vicente. A língua como objeto da Linguística in FIORIN, José Luiz (org.). Introdução à Linguística I: Objetos Teóricos. São Paulo: Contexto, 2002, v.1, p. 75-93.

Antonio Vicente Pietroforte é professor de Semiótica e Linguística Geral da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), onde fez o bacharelado em Língua Portuguesa e Linguística e o mestrado e o doutorado em Semiótica.  É um dos autores dos livros Introdução à Linguística I e II, Semiótica Visual, Análise do Texto visual e Semiótica: objetos e práticas.

        O autor inicia seu capítulo no livro Introdução à Linguística I fazendo uma referência à obra de La Fontaine, O Lobo e o Cordeiro. Citando também outras fábulas com a mesma moral, o linguista aponta que muitas foram as línguas que costumavam narrar esse tipo de gênero, e, por isso, podem se tornar algo atraente para os estudiosos da língua.

         Após fazer uma breve comparação entre o português e o francês, que tiveram em comum a origem do latim, Pietroforte introduz o teórico Ferdinand Saussure, que além de contribuir para os avanços da linguística histórica, também definiu um novo objeto de estudo, o Curso de Linguística Geral, publicado após sua morte e elaborado a partir das anotações de seus alunos. O professor apresenta as quatro dicotomias em Saussure, sendo elas sincronia versus diacronia, língua versus fala, significante versus significado, e paradigma versus sintagma, explicando cada uma separadamente.

        Pietroforte começa a tratar sobre as dicotomias falando sobre sincronia versus diacronia. Explica como era feita a linguística antes de Saussure, classificando as línguas em grupos de família, tratando-as em termos de graus de parentesco. O autor traz de volta o exemplo do latim ser a língua-mãe de diversas outras, como português, francês, espanhol e italiano. Saussure denominou linguística diacrônica o estudo que se preocupa com o desenvolvimento histórico e com as mudanças que ocorrem na língua com o passar do tempo. A linguística sincrônica se opõe ao estudo anterior, já que estuda elementos linguísticos dentro de um dado período de tempo. Mais um diferencial entre essas duas dicotomias são as diferenças entre os fatos sincrônicos e diacrônicos: fatos sincrônicos são gerais e não imperativos, por estabelecer princípios de regularidade, e fatos diacrônicos são imperativos, por se impor à língua em todo o sistema.

        Em língua versus fala, o linguista informa que, para Saussure, a língua opõem-se à fala, por ser coletiva e sistemática, enquanto a fala é particular e assistemática. Logo, a comunicação pode ser feita na mesma língua, mas com diferentes tipos de fala. Saussure concentra a língua como seu objeto de estudo na linguística por ser definida como um sistema de elementos. Pietroforte também relembra o que é um signo linguístico, uma relação entre um conceito e uma imagem acústica.

        Seguindo para significante versus significado, depois de definir o conceito de signo linguístico, o autor apresenta uma nova concepção de língua, uma em que há relações entre coisas e palavras, passando a entender a língua como nomenclatura. Significantes e significados formam um signo dentro de um sistema, ou seja, um signo ganha valor entre outros signos. Segundo Saussure, “o signo não une uma palavra e uma coisa, mas um significante e um significado”.

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