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Resenha do texto: A ESCRITA NA UNIVERSIDADE

Por:   •  5/6/2018  •  Resenha  •  922 Palavras (4 Páginas)  •  1.373 Visualizações

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Resenha do texto: “A ESCRITA NA UNIVERSIDADE”, Raquel Salek Fiad.

Referência: FIAD, Raquel Salek. A escrita na universidade. Revista da ABRALIN, v. Eletrônico, n. Especial, p. 357-369. 2ª parte, 2011.

Raquel Salek Fiad, no texto “A escrita na universidade”, realiza uma discussão acerca da escrita escolar, observando os recentes estudos sobre letramento acadêmico realizados por estudiosos dos “Novos Estudos do letramento”, além de perceber o que os estudantes universitários opinam sobre estes escritos e como estes textos influenciam/ajudam no contexto acadêmico.

A autora estrutura o artigo em cinco tópicos: Introdução, Questões iniciais, Os novos estudos do letramento, Conflitos: como eu escrevia e como devo escrever e Conclusão.

Na introdução, Fiad (2011) contextualiza o tema partindo do final da década de 70, período em que os estudos sobre escrita de crianças e jovens, no Brasil, com base em teorias linguísticas, foram iniciados. Neste contexto, a redação escolar começou a se tornar objeto de estudo de pesquisas acadêmicas, pois passou a ser parte de alguns exames vestibulares. A autora desta também que diferentes perspectivas teóricas linguísticas começaram a realizar diferentes análises de escrita escolares.

Neste percurso, até chegar às discussões sobre “letramento acadêmico”, destacam-se estudos que se preocupavam pelos textos escritos por vestibulandos e alunos calouros, além de textos de crianças no início da aquisição da escrita e nos anos escolares seguintes. São destacados ainda os estudos a partir da década de 80, influenciados, principalmente, por teorias linguísticas do texto e do discurso. É na década de 90 que surgem as teorias sobre letramento e estas, juntamente com as teorias linguísticas, embasadas nas teorias de gênero, tratam do tema da escrita escolar.

Após a contextualização, a pesquisadora inicia o tópico “questões iniciais” retomando o objetivo do texto: observar o que os estudantes universitários dizem sobre suas escritas no contexto acadêmico. Após isto, ela retoma a discussão dos anos 80, que questiona o porquê dos alunos chegarem à universidade após vários anos de classes de língua portuguesa “sem saber escrever”. Raquel Salek afirma que esta perspectiva mudou e não é possível dizer que o aluno não sabe escrever sem considerar o contexto sócio-histórico-cultural específico e assim não considera outros tipos de letramento, principalmente o que acontecem fora da escola.

O conceito de letramento adotado na pesquisa é “a relação de uso que um indivíduo ou uma comunidade estabelece com a escrita”. Este conceito é contrário, segundo a autora, a ideia de que os alunos “não sabem escrever”. Na verdade, “esses estudantes são letrados e não engajaram ainda nas práticas letradas esperadas no contexto acadêmico”. Baseado na afirmação anterior, ela justifica o objetivo do artigo e utiliza  textos escritos por alunos do primeiro semestre de um curso de Letras da década de 90. Estes textos foram produzidos num contexto diferente da atualidade, pois o objetivo da disciplina em que eles foram cobrados  era diferente do hoje. A ideia da autora foi retomar estes textos e confrontar as reflexões dos alunos na época com a ideias  atuais sobre letramento acadêmico baseado no “Novos Estudos do Letramento”.

No tópico denominado “Os novos estudos do letramento”, a autora apresenta pressupostos teóricos dos Novos Estudos do Letramento, principalmente os conceitos de “letramento no interior dos Novos estudos do letramento”, “letramento acadêmico” e “prática do mistério”. O primeiro conceito propõe as “práticas de letramento que são sociais, têm caráter situado, ou seja, têm significados específicos em diferentes instituições e grupos sociais”. O conceito de letramento acadêmico é defendido como “usos específicos da escrita no contexto acadêmico, usos que diferem de outros contextos, inclusive de outros contextos de ensino”. Fiad (2011) baseado em LILLIS (1999) defende o conceito de “práticas do mistério” como “as convenções da escrita acadêmica que não são tão transparentes para o estudante [...] , ou seja, “nessa prática, não são explicitadas ao aluno as convenções de escrita que regem especialmente os gêneros da esfera acadêmica pois o professor parte do principio de que os estudantes já as conhecem”.

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