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Resumo - “Afinal, o que é literatura?”, de Zappone e Wielewicki

Por:   •  17/9/2020  •  Trabalho acadêmico  •  456 Palavras (2 Páginas)  •  1.120 Visualizações

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Resumo - “Afinal, o que é literatura?”, de Zappone e Wielewicki.

Aluna: Tatyana Hondjakoff Mendonça

Professora: Jaqueline Donada

A associação entre o significado da palavra literatura e certos textos, como Dom Casmurro e Iracema, é tão natural e comum que faz com que, ao se pensar em literatura, se pense em um fato concreto e acabado. Tal associação, no entando, acaba por encobrir uma ideia essecial: conceito de literatura constrói-se através de um processo social e histórico, sempre. É assim que Zappone e Wielewicki, no texto “Afinal, o que é literatura?”, começam a abordar o significado histórico-semântico do termo.

Em meados do século XV até meados do século XVIII, as autoras explicam que o uso do termo já estava presente em diversas linguas, porém com um significado muito diferente do comumente atribuido hoje: literatura era uma qualidade. Qualidade esta de destinada a individuos capazes de ler, e que por isso dominavam diversos ramos do saber, desde arte até ciência. Era uma condição cultural destinada a classes privilegiadas: os leitores eram aqueles que possuiam literatura.

Ainda no século XVIII, o conceito de “sensibilidade” ou “gosto” passou a ser relacionado ao termo: esta foi a primeira mudança, que no entanto manteve certo vínculo com o significado anterior de literatura.

A partir das últimas três decadas do século XVIII, literatura incorporou o sentido de fenomeno estético e de produção artistica, sendo uma forma dos setores dominantes na sociedade disseminarem seus valores: literatura seria um texto bem escrito segundo o gosto burguês, e que também tivesse caráter imaginativo ou criativo.

Na segunda metade do século XIX e início do XX, passou-se a definir o termo como algo concreto e observável: textos literários teriam certas características estruturais e textuais, que poderiam ser constatadas. A literalidade teria como marco procedimentos de desautomatização de linguagem (a linguagem cotidiana seria aquela considerada automática, comum, e uma vez que um autor rompesse com isto, seu texto seria singular e artistico, logo literário).

Na década de 60 do século XX, o significado de literatura começa a se aproximar do leitor: o texto só existiria a partir do ato de leitura e seu significado só viria a tona após um ato interpretativo.  Zappone e Wielewicki ressaltam a noção elaborada por Candido, em seu conceito de sistema literário: com base em pressupostos sociológicos, o autor defende que !a literatura é coletiva, na medida que requer certa comunhão de meios expresssivo".

Ao fim do texto, as autoras afirmam não oferecer uma definição única de literatura, pois acreditam que as definições são parciais uma vez que tem vínculo a certo contexto histórico. O que, no entanto, não deve limitar a investigação teorica, pois esta permite reavaliações da realidade: "Assim, as histórias lidas ajudam a produzir novas histórias, únicas para aquele leitor. E isso, afinal, é literatura."

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