Resumo Plagio nas Universidades
Por: Leonardo Augusto Paula da Silva • 30/5/2015 • Resenha • 751 Palavras (4 Páginas) • 7.606 Visualizações
ENTRE O PLÁGIO E A AUTORIA: QUAL O PAPEL DA UNIVERSIDADE?
LEONARDO AUGUSTO PAULA DA SILVA
No texto “Entre o plágio e a autoria: qual o papel da Universidade?”, Obdália Santana Ferraz Silva, Professora da Universidade do Estado da Bahia, expõe seu posicionamento a respeito do plágio no universo acadêmico. A articulista inicia seu trabalho com a pergunta feita por Michael Foucault: O que é um autor? Demonstra, com isso, a relevância do questionamento no contexto atual onde a tecnologia digital é um traço marcante. De acordo com a mesma os “labirintos hipertextuais” podem servir de fonte de criação ou simplesmente de reprodução.
A cópia de textos é uma prática comum que atravessa a história, se faz presente e se intensifica em função da facilidade que a internet proporciona, ilustra a autora. Considerando o grande número de estudantes que se apropriam de uma obra protegida por lei, Obdália busca compreender como graduandos de letras e professores em formação fazem o uso de hipertextos para a elaboração de textos acadêmicos. O que eles acreditam ser plágio? E, de que maneira a universidade trabalha a questão da cópia? Para responder tais indagações a Professora realizou uma pesquisa com vinte graduandos de uma universidade pública do Estado da Bahia, e foi detectado que os hipertextos digitais são cada vez mais utilizados como fonte de busca por serem caminhos mais fáceis e rápidos. Um dos graduandos envolvidos na pesquisa revelou que faz plágio, pois considera uma tarefa difícil não plagiar diante de tanta oportunidade. A autora enfatiza o fato de tal prática se caracterizar como uma “violação da propriedade intelectual”, ressaltando ainda, que vêm sendo feita uma pesquisa sobre o assunto no ambiente acadêmico por diversas áreas, como na saúde, no direito e, além disso, diversos pesquisadores se debruçam sobre o tema em diversas partes do mundo e parte desse cenário para buscar projetos/ações que contribuam para a busca da autoria/autonomia na universidade.
Obdália enfatiza a relevância deste trabalho, pois para a mesma, o plágio tornou-se uma questão grave, pois o sujeito subtrai de si mesmo a capacidade de ação criativa e aponta que a criação humana é a soma de diversas vozes de diferentes sujeitos. Demonstrando que todo texto carrega algo do outro. Ilustra apontando para a intertextualidade no hipertexto, onde um texto remete a uma outra obra, que, por sua vez, leva a uma outra, em uma cadeia infinita, levando o leitor a muitas vezes não conhecer o final de uma obra. Diversas vezes parece mais fácil a cópia de uma obra, porém a professora afirma que a facilidade que a internet proporciona, ao contrário de possibilitar o poder de criação, faz crescer vertiginosamente dentro da universidade a quantidade de plágios, principalmente, quando ao aluno é solicitada a elaboração de resumos, artigos ou outro trabalho acadêmico. São deixados de lado, de acordo com a mesma, três elementos básicos na construção de uma obra: a ética, a estética e a técnica.
Cabe ao professor contribuir para que o aluno supere sua insegurança, saia da condição de anonimato, conquistando autonomia e tornando-se protagonista do processo criativo ao se permitir lançar-se no universo da imaginação. Obdália lamenta o fato da escola e do poder de criação não caminharem juntos, pois no espaço escolar a escrita é tida apenas como uma prática que enfatiza a memorização. E, nesse momento, é negado ao aluno o poder de tornar-se sujeito-autor. A articulista enfatiza que se na educação básica o aluno tem seu poder de criação expropriado, na universidade isso ocorre com maior intensidade e retoma a questão do que poderia ser um autor? E responde: “entende-se então que o autor é o sujeito capaz de criar discursos com sentido, a partir da tecitura de palavras e teorias construídas no seu meio social e cultural”. Revela que é no processo de escrita que uma pessoa se insere no ambiente sociocultural podendo desvendar o mundo, dizer ou calar sobre algo, e ao se calar pode abrir um espaço a ser desvelado e desbravado.
...