SOBRE O ABORTO, DEFICIÊNCIA E LIMITES

          SOBRE ABORTO, DEFICIÊNCIA E LIMITES

No Brasil, só é permitido o aborto perante três situações: caso de estupro, anencefalia do feto e risco de morte da gestante, porém segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são realizados mais de 1 milhão de abortos inseguros por ano no Brasil, principalmente por jovens com poucas condições financeiras. O aborto é a quinta causa de mortalidade materna, pois o custo para ser realizado de forma segura é muito elevado. Na novela Passione, da rede Globo, foi apresentado o caso de uma jovem que foi em uma clínica clandestina de péssima qualidade e logo após ficou entre a vida e a morte, o que acaba sendo a realidade de muitas brasileiras.

Com a epidemia da microcefalia, várias gestantes, até mesmo as que planejaram a gravidez, estão optando por abortar (o que ainda não é permitido nesse caso, como consequência, a pena de prisão), mesmo sem saber se o feto é portador dessa malformação, pois o suporte oferecido no Brasil para deficientes está muito longe até mesmo do suficiente, além do portador de deficiência ter de vencer barreiras físicas, também há de vencer as sociais.

O texto trabalha muito bem o problema de defender o aborto apenas em casos de microcefalia, pois assim pode haver uma má interpretação e apenas ser considerada uma vida indesejada ou algo que “deu errado”, e não é este o objetivo, e sim ampliar o direito da gestante de fazer sua escolha, e independente de sua decisão, o governo oferecer-lhe suporte, pois se a opção for abortar, além de enfrentar os tabus e julgamentos vindos da sociedade, também há de ”conversar consigo mesma”, e um tratamento psicológico seria de extrema valia. Já se a opção for de gerar a criança, o governo tem de proporcionar qualidade física, acessibilidade e demais recursos adepto a cada um.

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