Síntese: Letramento Digital: Desafios e Possibilidades Para o Ensino

O texto contextualiza que o surgimento das tecnologias digitais tem gerado mudanças em todas as áreas das nossas vivências e assim, é o caso das novas práticas de leitura, que são alicerçadas em textos híbridos. Com a internet tem-se uma infinidade de textos de gêneros diferenciados e esses não se restringem apenas a escrita alfabética, o que acaba gerando a necessidade de outras habilidades para interpretar, compreender e significar elementos da escrita e da leitura de textos multimidiáticos. Com isso a pedagogia do letramento impresso passa por profundas mudanças, ou seja, saber lê hoje não é mais garantia de sermos letrados amanhã, uma vez que as novas tecnologias se renovam continuamente e rapidamente, com isso a escola precisa está preparada para essas mudanças, incorporando em seu ambiente o ensino de diferentes mídias. O professor precisa identificar no ensino da leitura, além dos aspectos fonético-sintatico-gramatical, essas novas formas de letramento digitalizado e usá-las de forma a criar uma maior interação ensino/aprendizado dos alunos.

Durante muito tempo teve-se a valorização de um ensino hierarquizado no qual aprendiam-se palavras, frases e depois textos, porém com o surgimento de estudos psicolingüísticos e teorias construtivistas essa concepção passou a ser refutada e construiu-se que a leitura não é uma decodificação ou repetição e sim, o produto da interação entre leitor e o texto e com isso a leitura focou-se no sociocultural, nos aspectos dialógicos, comunicativos e históricos da linguagem. Assim, nesta perspectiva sociodiscursiva surgem os gêneros textuais para determinar a escolha dos textos a serem trabalhados em sala de aula. Dentre os gêneros em ascensão encontra-se os tipos digitais que estão produzindo mudanças na textualização e na forma como as pessoas produzem ou lêem os textos, por isso faz-se necessário incluir na escola uma

pedagogia que valorize e reconheça o ambiente multimidiatico e multissemíotico dos gêneros digitais.

Com o surgimento de aplicativos com o whatsapp e o facebook tem-se uma multimodalidade, hipertextualidade e interatividade dos gêneros textuais verbais e não verbais e é esse pluralismo que o letramento digital tem que levar para as salas de aula. Essa profusão de linguagens em mesmo suporte, como a tela, descentraliza o papel da linguagem verbal escrita e cede lugar às diferentes maneiras de produzir sentido durante a leitura com a combinação de várias semioses.

Em relação a hipertextualidade a autora esclarece que não é somente no ambiente virtual que os textos trazem esse recurso, todos os textos e leituras são hipertextos, ou seja, trazem recursos como nota de rodapé, índices, imagens, citações, referências bibliográficas, que são também exemplos de hipertextualidade, pois quem, ao final das contas, decide o caminho textual é o seu leitor. Zacharias ainda explicita que a expansão tecnológica da informação e comunicação modificaram nossa relação com os textos e que as ferramentas de interação, disponibilizadas pelos ambientes digitais oferecem a possibilidade de selecionar o conteúdo de acordo com os interesses e as motivações dos leitores, assim como permite a eles opinar, comentar e comprometer-se com o texto, favorecendo uma rápida evolução dos discursos digitais.

Todavia entre esse letramento digital e convencional está