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A AUTOGESTÃO COMO UMA SOLUÇÃO PARA AS DIFICULDADES DA E.E. PROF. ARLINDO SILVESTRE

Por:   •  23/12/2019  •  Trabalho acadêmico  •  4.342 Palavras (18 Páginas)  •  185 Visualizações

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A AUTOGESTÃO COMO UMA SOLUÇÃO PARA AS DIFICULDADES DA

E.E. PROF. ARLINDO SILVESTRE

Carla Maria de Lara Campos Dorini Angelici

Resumo: Na atualidade a grande preocupação do governo é oferecer condições para melhoria da formação da criança e do adolescente para o mundo do trabalho. Com o crescimento do país e as melhorias implementadas pelos sucessivos governos populares o que o tornam uma potencia em desenvolvimento estudos e melhorias com foco educacional já sabidamente é determinante para políticas de melhoria na produção comercial, industrial e social. No entanto muitos estabelecimentos escolares sofrem com os problemas de falta de professores, abandono de alunos e desinteresse geral pela escola. A dificuldade em trabalhar conteúdos aliados ao cotidiano, a falta de materiais principalmente de profissionais torna o trabalho árduo e desvinculado, cansando e esgotando professores e alunos. Baseado em experiências bem sucedidas da Escola da Ponte e da Escola da Pagéia este trabalho mostra as melhorias que se pode fazer usando a gestão democrática e a autogestão observando o que os gestores de uma escola de ensino fundamental e médio a EE Prof. Arlindo Silvestre programaram para melhorar seus índices de desempenho e a convivência coletiva na escola.

Palavras chave: autogestão, dificuldades, modelos educacionais, autonomia.

Introdução

O objetivo do presente trabalho foi pesquisar escolas com realidades semelhantes a E.E. Prof. Arlindo Silvestre, isto é, onde a comunidade escolar sofre carência econômica e/ou sociocultural, porém que obtiveram sucesso em relação ao objetivo maior da escola, que é formar integralmente o indivíduo e desenvolver plenamente as competências que o capacitem para a vida, para o trabalho e para a prática da cidadania.

A escola em estudo está localizada no município de Limeira – SP, nos últimos cinco anos vem sofrendo uma significante diminuição (52%) na demanda de alunos.

Além disso, na última avaliação externa promovida pela Secretaria Estadual de Educação obteve os seguintes índices de desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (IDESP), que é um índice que considera a aprendizagem dos alunos.

Através dos resultados obtidos pelo Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP) também considera o fluxo (alunos aprovados) para avaliação da Escola a escola não teve um desenvolvimento muito aceitável conseguindo 2,27 pontos e para a 8ª série do Ensino Fundamental, 28% abaixo da média do município e 1,44 para a 3ª série do Ensino Médio, 31% abaixo da média do município.

O índice considera ainda a aprendizagem dos alunos, através dos resultados obtidos pelo Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP) também considera o fluxo (alunos aprovados, evadidos e transferidos) para avaliação da Escola.

Paralelamente durante este mesmo período a escola passou por cinco gestores diferentes.

Conforme pesquisa publicada pela Secretaria Estadual da Educação do Estado de São Paulo (SEESP, 2008), diretores fixos em escolas melhoram o desempenho dos alunos. Porém é um direito dos diretores concorrerem ao concurso de remoção conforme artigo 24, da Lei Complementar nº 444, de 27 de dezembro de 1985.

Os dados cobraram uma nova postura da escola em relação à aprendizagem dos alunos e o fluxo o que passa por uma reformulação de atividades, de currículo e aplicação de avaliações no decorrer do ano para favorecer que os alunos possam efetivamente estudar.

No entanto a essas medidas devem estar aliadas a essa realidade entender como é a residência dos alunos, o motivo pelo qual deixam a escola e a relação dos pais e comunidade com a importância do estudo e da frequência escolar.

1. A escola da Ponte em Portugal cidade de Porto

Para iniciar a discussão um bom exemplo é a escola Da Ponte na cidade de Porto em Portugal que traz um modelo de amplo sucesso em todo mundo e que anteriormente apresentava uma realidade muito próxima às escolas carentes e ainda possui.

A escola localiza-se em Vila das Aves (a 40 km da cidade do Porto), atende crianças do primeiro ao sexto ano, as quais se organizam em três núcleos: iniciação, transição e consolidação, de acordo com o estágio em que está em termos de apreensão das regras e valores da escola, da sua organização e dos conteúdos, independente da idade e do ano formal que frequentam.

José Pacheco (2008), professor envolvido intensamente em todo o processo de construção da proposta pedagógica da escola relata em seu livro que em 1976, a Escola da Ponte defrontava-se com um complexo conjunto de problemas, dentre eles o isolamento face à comunidade de contexto, o isolamento de professores, a exclusão escolar e social de muitos alunos, a indisciplina generalizada e agressões a professores, a ausência de um verdadeiro projeto de uma reflexão crítica das práticas.

Podemos perceber que essa é a realidade de muitas escolas na atualidade.

O pesquisador aponta que:

Nada foi inventado na Escola da Ponte, mas quando se compreendeu que era preciso mais interrogações que certezas, foram definidas como objetivos de concretizar uma efetiva diversificação das aprendizagens tendo por referência uma política de direitos humanos que garantem as mesmas oportunidades educacionais e de realização para todos, promover a autonomia e solidariedade e operar transformações nas estruturas de comunicação e intensificar a colaboração entre instituições e agentes educativos locais. (PACHECO, 2008, p. 34).

Atualmente José Pacheco (2004) define-a como uma escola sem muros, uma escola aberta como uma oficina de trabalho, de acordo com Freinet, ou uma escola laboratorial, segundo idéias de Dewey, com base numa pedagogia orientada para uma práxis social de integração do meio na escola e da escola na vida.

A ruptura com a organização em classe constitui, na avaliação de Canário (2004), o traço mais original e significativo da escola.

Essa ruptura segundo o autor justifica e exemplifica a ação coletiva do conjunto dos professores.

Para Sarmento (2004):

... A natureza distintiva do trabalho da Escola da Ponte reside na capacidade de assumir, enquanto escola pública como um sistema de ação educativa concreta, que

...

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