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A AVALIAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR

Por:   •  2/10/2016  •  Artigo  •  3.068 Palavras (13 Páginas)  •  513 Visualizações

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A AVALIAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR[pic 1]

Aluna: Claudete Goulart

RESUMO

“Avaliação” é um tema pertinente nas atuais discussões pedagógicas e um dos mais polêmicos nas escolas, pois é um ato extremamente complexo, cujo enfoque deve estar não apenas nos resultados, mas também no processo. A presente pesquisa aborda a temática da avaliação sob o enfoque da avaliação emancipatória e transformadora, com vistas a uma mudança significativa na prática educativa. Ao analisar a prática de avaliação no contexto escolar, suas dificuldades e conflitos, observa-se uma crescente busca pela mudança, pelo crescimento, buscando instrumentos de construção do conhecimento e qualificação das práticas escolares, que transformem a avaliação em uma forma de inclusão social. A era em que vivemos exige uma ressignificação das práticas educativas, voltando-se à formação e educação de novos sujeitos, pois o sentido maior da avaliação é avaliar para que os alunos aprendam mais e melhor. Quando falamos em novos sujeitos, os queremos críticos, conscientes, participativos e autônomos significando que devemos realizar a avaliação segundo uma proposta emancipatória e transformadora.

Palavras-chave: Avaliação. Alunos. Rendimento Escolar.

1 INTRODUÇÃO

Esta pesquisa foi idealizada e desenvolvida com o objetivo de ampliar e refletir conhecimentos referentes à avaliação no cotidiano escolar, analisando sua prática e a necessidade da sua reconstrução no processo ensino-aprendizagem, pois avaliar é um ao extremamente complexo, cujo enfoque deveria estar não apenas nos resultados, mas também no processo. Afinal, avaliar para quê? Qual o sentido da avaliação na escola, (re) produzir conhecimento ou gerar ignorância?

Trata-se de um tema polêmico e crônico na educação. Na escola, quase sempre é utilizada como uma formalidade, cujo objetivo único é a promoção ou retenção do aluno.

O professor que convive humanamente com seus alunos não precisa desse recurso para avaliar a evolução de cada um em vez das provas, são trabalhos, cadernos, a produção escrita, a expressão de suas idéias e pensamentos, a força de vontade e o cumprimento dos deveres que indicam o desempenho individual.

Este estudo pretende ampliar conhecimentos referentes à avaliação, analisando sua prática e a necessidade de reconstrução do processo, oferecendo subsídios teóricos que contribuam para uma prática pedagógica comprometida com a inclusão, com a pluralidade, com o respeito às diferenças e com a construção coletiva.

Valendo-se de referencial bibliográfico e das experiências, o presente trabalho apresenta uma análise da avaliação escolar que é parte integrante e fundamental no processo educativo, entendendo que a escola é um espaço caracterizado pela multiplicidade, onde experiências, realidades, objetivos de vida, relações sociais, estruturas de poder, tradições históricas e vivências culturais diversas se plasmam nos diversos discursos que se cruzam em seu cotidiano, pondo em diálogo conhecimentos produzidos a partir de várias perspectivas.

Nesta visão de escola, a avaliação deveria ser a síntese do conhecimento atingido durante o processo ensino-aprendizagem com o acompanhamento do professor, de forma coerente com os objetivos e desejos dos alunos e professores, priorizando a identificação dos problemas, dos avanços e verificando as possibilidades de redimensionamento e continuidade do processo educativo, pois a mesma exige co-participação, comprometimento, auto-avaliação de todos que vivem esse processo, análise crítica das ações: que facilitam e orientam o re-planejamento, a elaboração de projetos coletivos, aprimorando as relações escolares. Ela não se justifica na educação para punir e selecionar.

Segundo Vasconcellos (1998, p.20), “uma prática bastante interessante é o professor interagir com o trabalho dos alunos até que chegue a um nível satisfatório; assim, passa-se de juiz da santa inquisição para interlocutor atento e qualificado”.

Salienta-se nesta pesquisa também, a avaliação frente a nova LDB, pois surge um novo olhar sobre a avaliação que deve ser calcada nos objetivos e não em notas. O enfoque da avaliação emancipatória como sendo um possível caminho para mudar as práticas de avaliação que se cristalizaram ao longo de muitos anos, assim como a responsabilidade e compromisso de todos, frente à transformação da realidade existente a respeito da avaliação.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 AVALIAÇÃO ESCOLAR

A escola é um espaço caracterizado pela multiplicidade, experiências, realidades, cosmovisões, objetivos de vida, relações sociais, estruturas de poder, tradições históricas e vivências culturais diversas se plasmam nos diversos discursos que se cruzam em seu cotidiano, pondo em diálogo conhecimentos produzidos a partir de várias perspectivas, e é neste local onde ocorre a avaliação escolar.

Quando se pensa a avaliação escolar, as primeiras idéias que surgem são: avaliação do aluno (realizada pelo professor), notas, aprovação e reprovação, sucesso e fracasso, prêmio e castigo. Mas, sempre do aluno. Será o aluno o único sujeito que merece ser avaliado na escola? Será que na escola é só ele quem deve aprender? Ora, o aluno, sim, aprender, pois é um personagem muito importante, senão o mais importante no contexto escolar.  Freqüentemente a avaliação feita pelo professor se fundamenta na fragmentação do processo ensino aprendizagem e na classificação das respostas de seus alunos, a partir de um padrão predeterminado, relacionando a diferença ao erro e a semelhança ao acerto. Seleção, classificação e hierarquia de saberes e de pessoas, marcas de um processo que faz das relações dialógicas, relações antagônicas. Processo que gera práticas que dificultam a expressão dos múltiplossaberes, negando a diversidade e contribuindo para o silenciamento dos alunos e alunas.

A prática escolar usualmente denominada de avaliação é constituída muito mais de provas e exames do que de avaliação. Esta pratica de provas/exames, tem origem na escola moderna a partir dos séculos XVI e XVII, excluindo parte dos alunos porque baseia-se no julgamento, enquanto a avaliação pode incluí-los devido ao fato de proceder por diagnóstico e assim incluir o educando no curso da aprendizagem satisfatória, que integre todas as experiências de vida.

Enquanto as finalidades e funções das provas e exames são compatíveis com a sociedade burguesa, as da avaliação as questionam, por isso, torna-se difícil realizar a avaliação na integridade de seu conceito, no exercício de atividades educacionais. Luckesi (1991, p.171)

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