A Bioética de intervenção e pedagogia da libertação: aproximações possíveis
Por: silla • 1/11/2017 • Resenha • 891 Palavras (4 Páginas) • 326 Visualizações
A homologação da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos (DUBDH) da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 2005 é um documento normativo não vinculante e sem força de lei que funciona como instrumento bastante útil no sentido de orientar os Estados na construção de suas legislações neste campo. Esse documento visa construir uma bioética mais critica voltadas as classes menos favorecidas, vinculada as lutas pelas justiças sociais buscando melhor qualidade de vida dos menos favorecidos, fazendo ligação com as teorias de Paulo Freire em sua pedagogia da libertação.
Nessa perspectiva o pensamento de Freire tende em contribuir para a reflexão sobre os preceitos básicos da ética social na busca de solucionar os problemas que afetam a realidade dos desamparados ou oprimidos sócias, colocando a bioética em um papel de protagonista além dos conhecimentos biomédicos e biotecnológicos, a fim de construir um mundo mais igualitário, que possa proporcionar mais dignidade para os seres humanos que vivem em condições de inacessibilidade aos seus direitos mais elementares, como o respeito à pluralidade, à dignidade e aos direitos humanos universais e ao consequente aprimoramento da cidadania e da democracia.
Conforme os autores a bioética de intervenção diferente da bioética tradicional, visa trabalhar com as desigualdades e iniquidades sociais presentes no mundo onde as riquezas permanecem nas mãos de poucos em uma visão particular do hemisfério sul. A bioética de intervenção busca através da construção de espaços públicos que estudem alternativas para mudanças no quadro de desigualdades sociais, extrema pobreza, o desemprego, a fome, o analfabetismo, a precarização no campo da mobilidade urbana, saúde, educação etc..
Além disso, a bioética da intervenção também se preocupa com a questão da solidariedade, por se tratar de algo que envolve o social e a justiça social, com intuito de transformações dessa realidade de desigualdades sociais.
A Pedagogia da libertação de Paulo Freire que possui a ética humana como ferramenta de sua teoria em todos os seus escritos, mostra-o indignado com as injustiças aos pobres, desfavorecidos e oprimidos e lutando na busca da autonomia e libertação dos mesmos conclamando a tomarem consciência das suas situações-limite impostas pela realidade excludente e a lutar com esperança contra essas injustiças.
Freire coloca segundo os autores que o ser humano é capaz de lutar contra as injustiças e afirma que crê na humanidade e em uma realidade melhor para todos, independentemente de cor, nacionalidade, sexo etc., onde as pessoas possam viver plenamente sem exploração, discriminação e violência. Paulo Freire assume assim uma luta também contra o capitalismo que tem natureza anti-solidária sustentada por perversa lógica mercantil que provoca a fome e a miséria no mundo , afirmando que a luta para a superação das situações limite esta baseada em uma luta solidária onde as pessoas humanizam-se, ao mesmo tempo em que constroem, individual e coletivamente, novos sentidos e formas de estar no mundo .
Freire com sua pedagogia da libertação sugere um projeto educativo e libertador, que propõe um desenvolvimento da autonomia dos educandos, pois argumenta que com essa autonomia o sujeito assume a sua liberdade. Essa autonomia parte do pressuposto de uma total conscientização do educando onde ele supere as situações-limites das realidades em que se encontram. Nesse sentido Freire ainda afirma
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