A Ciência Moderna de Morin

SEMINÁRIO SOBRE O TEXTO DE RICARDO TIMM DE SOUZA:

NOTA: O TEXTO ANALISA A EXPERIÊNCIA DA FILOSOFIA DE UM PONTO DE VISTA EXISTENCIAL. ASSIM, ELE NÃO REDUZ A FILOSOFIA A UM INSTRUMENTO DE CONHECIMENTO DA REALIDADE MAS, SEM NEGAR ESTE PAPEL DA ATIVIDADE FILOSÓFICA, ELE MOSTRA QUE, ACIMA DE TUDO, A FILOSOFIA IMPLICA EM UMA TENTATIVA DE PENSAR NOVAS POSSIBILIDADES DE EXISTÊNCIA (DE SER-NO-MUNDO) PARA O SER HUMANO DE FORMA QUE UMA CERTA REALIDADE QUE VIVEMOS NÃO PAREÇA SER A NOSSA ÚNICA REALIDADE POSSÍVEL (PENSAR O SER HUMA NO COMO UM LEQUE DE POSSIBILIDADES, OU SEJA, COMO LIBERDADE). O AUTOR COMPARA O CAMINHO DE UMA PESSOA PARA A FILOSOFIA COM O PROCESSO DE AMADURECIMENTO PELO QUAL OS SERES HUMANOS PASSAM DURANTE A VIDA.

ESQUEMA DO TEXTO:

1-ASSUMIR A NOSSA VISCERAL UNICIDADE=TAL COMO, EM ALGUM MOMENTO DA HISTÓRIA, O SER HUMANO (EM FUNÇÃO DA CONSCIÊNCIA) TEVE QUE SE SEPARAR DO MUNDO E DE SI MESMO, CADA INDIVÍDUO QUANDO NASCE PASSA PELA DOR DA SEPARAÇÃO DAQUELE UNIVERSO PROTETOR E ACONCHEGANTE CONSTITUÍDO PELO ÚTERO MATERNO. ISTO FAZ O NOSSO PRIMEIRO CONTATO COM O MUNDO DOLOROSO E, AO PERCEBERMOS QUE NÃO É POSSÍVEL A VOLTA A ESTA PAZ INICIAL SÓ NOS RESTA ASSUMIR A NOSSA IDENTIDADE, A NOSSA CONDIÇÃO DE SER ALGUÉM QUE NÃO CONSEGUE SE FUNDIR COM A REALIDADE E PASSA A TER NECESSIDADE DE ASSUNIR-SE COMO UM SER RADICALMENTE ÚNICO.

2-O POTENCIAL POSITIVO DA PALAVRA CRISE=EXPULSOS DO MUNDO PERFEITO DO ÚTERO EXPERIMENTAMOS A NOSSA PRIMEIRA CRISE (RUPTURA, SEPARAÇÃO). COMO A CRISE, EM GERAL, NOS TRAZ DOR, NÓS NOS ACOSTUMAMOS A PENSÁ-LA COMO ALGO NEGATIVO E NOS ESQUECEMOS QUE ATÉ A DOR É IMPORTANTE PARA O SER HUMANO (O CORPO QUE NÃO SENTE DOR NÃO IDENTIFICA O MAL QUE O ATACA). A DOR DA CRISE NOS DESLOCA E NOS OBRIGA A ASSUMIR A NOSSA LIBERDADE SOB O RISCO DE, SE FICARMOS PARALISADOS, PODEREMOS SER ENGOLIDOS POR AQUILO QUE NOS AMEAÇA OU ESCRAVOS DE PESSOAS QUE SE PROPÕE A NOS MANIPULAR.

3-NOSSA EXISTÊNCIA COMO FORMA DA EXISTÊNCIA DA TEMPORALIDADE MESMA= SÓ SENTIMOS A CRISE, SÓ TEMOS MEDO, DESEJO, PRAZER E OUTRAS FORMAS DE SENTIMENTOS PORQUE VIVEMOS DE EXPECTATIVAS E ESTAS GARANTEM A NOSSA IDEIA DE FUTURO (DA MESMA FORMA QUE A MEMÓRIA GARANTE PRESENÇA DO PASSADO E O SENTIMENTO DE ESTAR NO MUNDO GARANTE O MEU PRESENTE. ASSIM, PASSADO, PRESENTE E FUTURO, DE UM PONTO DE VISTA EXISTENCIAL, NÃO SE REDUZEM A UM TEMPO OBJETIVO (O TEMPO DO RELÓGIO, DA FÍSICA TRADICIONAL), MAS DIZEM RESPEITO A UM TEMPO SUBJETIVO (A TEMPORALIDADE, QUE É UM TEMPO QUE SÓ EXISTE ENQUANTO SOU EXISTENTE E DESAPARECE QUANDO MORRO. COM A MINHA MORTE ELE PASSA A EXISTIR NA MEMÓRIA DOS OUTROS). DESTA FORMA, NOSSA EXISTÊNCIA SE CONFUNDE COM A PRÓPRIA TEMPORALIDADE.

4-ADOLESCÊNCIA, INDIFERENCIAÇÃO E MASSIFICAÇÃO=DIANTE DO PESO DA EXISTÊNCIA, NA ADOLESCÊNCIA -QUANDO NOS APROXIMAMOS DO MOMENTO EM QUE DEVEREMOS ASSUMIR TODAS A NOSSAS RESPONSABILIDADES – TENTAMOS DESAPARECER EM ALGUM COLETIVO (GRUPO DE AMIGOS, COLEGAS MAIS PRÓXIMOS DA ESCOLA, GRUPOS RELIGIOSOS, AS REDES SOCIAIS ETC.). TUDO ISTO PARA FUGIR DAS TRADIÇÕES QUE NOS ACOMPANHAVAM (EM GERAL VIDAS DA FAMÍLIA) E QUE DETERMINARAM PARA NÓS UM CERTO CAMINHO NO QUAL MUITAS VEZES NÃO ACREDITAMOS MAIS. ASSIM, A INDIFERENCIAÇÃO (PERDER-SE EM UM TODO) LEVA À MASSIFICAÇÃO (IDENTIFICAÇÃO ACRÍTICA COM UM TODO).