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A Construção da identidade de gênero na educação infantil

Por:   •  7/2/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.737 Palavras (19 Páginas)  •  220 Visualizações

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A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE GÊNERO

NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Alda Franciele Gomes Alves[1]

Profa. Pós Drª Sandra Elaine Aires de Abreu[2]

Resumo 

O presente trabalho apresenta aspectos relevantes para o entendimento do processo de construção da identidade de gênero na vida do indivíduo. O estudo bibliográfico analisa como ocorre a construção de identidade de gênero na Educação Infantil, bem como o olhar do professor e seus conceitos sobre o assunto. Discorre ainda sobre como o profissional da educação exerce influência nesta construção na vida do indivíduo. A partir do arcabouço teórico pesquisado depreende-se que o professor representa um agente importante na construção da identidade de gênero dentro do ambiente escolar, uma vez que este profissional da educação infantil é visto por seus alunos como modelo a ser seguido, e que o espaço escolar é um espaço privilegiado, tanto para legitimar desigualdades e discriminações, como pode ser um espaço de problematizações e discussões.

Palavras-chave: Educação Infantil. Gênero. Construção.

INTRODUÇÃO 

O desenvolvimento integral da criança, tem sido o objetivo central, bem como a missão do sistema educacional, a construção da identidade de gênero, faz parte deste desenvolvimento. Por essa razão preocupa-se aqui em entender e conhecer como ocorre essa construção.

        Felizmente, já se encontra algumas pesquisas, artigos e livros, que nos dá base para a composição do presente trabalho. Tais estudos sobre gênero evidenciam que sua construção ocorre desde o nascimento, a partir de interações sociais, Hall (2002), considera que o desenvolvimento dos papéis de gênero e a construção da identidade, são socialmente construídos e aprendidos desde o nascimento.

Autores como Ana Lúcia e Eliana Ismael (2013); Stuart Hall (2002); Lannoy Dorin (1974) tem realizado estudos que nos leva a repensar, sobre as construções de gênero e qual o papel do professor e dos pais neste processo.

Dorin (1974), ressalta que a educação formal através dos recursos que possui nas escolas, poderá contribuir muito para que os jovens se conheçam, e possam viver com menos problemas.

Sendo assim, os profissionais da Educação Infantil devem dar uma atenção especial com relação ao assunto. Constatou-se também que a família e o professor assumem um papel importante nesse processo, pois eles servirão de referência a essa construção.

Nesse sentido buscou-se, entender: O que é identidade de gênero? E como ela se classifica? Qual a concepção de identidade dos professores de Educação Infantil? Qual a influência que o professor exerce na construção das identidades de gênero da criança?

Por ser um tema pouco discutido e explorado na escola, e no ambiente familiar, pois encontra-se ainda muita resistência, tais questões se tornaram um tabu.

Diante de tais afirmativas, trazer algumas reflexões sobre como a escola está desenvolvendo essa etapa de desenvolvimento da criança decidiu-se pesquisar como ocorre a Construção da Identidade de Gênero na Educação Infantil.

Para tanto é necessário entender o que venha a ser identidade de gênero e como se classifica, pois, a partir de tais considerações pode-se alargar conceitos que outrora eram minimizados. O que nos leva a percepção das concepções dos professores e dos familiares a respeito do assunto, notou-se que muito ainda deve ser discutido, e que o discurso no ambiente escolar, bem como na formação docente, deve ser amplamente alargado. Daí compreender como o professor pode influenciar neste processo de construção da identidade de gênero na vida do indivíduo.

  1. A identidade de gênero e sua classificação 

O termo gênero pode ser compreendido sobre a descrição do dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2009 p.963), como um “conceito que engloba todas as propriedades comuns que caracterizam um grupo dado ou classes de seres ou de objetos”. Contudo para autores como Galinkin e Ismael (2013) o termo gênero se refere a categorias utilizadas para justificar as relações sociais entre os diferentes sexos, mais que uma justificativa, passa a ser como um norte comportamental das ações de cada indivíduo de acordo com o sexo que possui, estabelecendo “padrões” de condutas e ações a cada um dos gêneros.

Já Jane Felipe (2007) entende o conceito de gênero como uma ferramenta teórica e política na reflexão a respeito das subalternidades, abalando certezas tão firmemente alicerçadas em torno das diferenças biológicas, que serviriam durante muito tempo para justificar as desigualdades entre homens e mulheres.

Autores como Lago, et al (2004) defendem gênero junto a categorias como geração, etnia e classe. O gênero é atualmente uma categoria de análise social bastante reconhecida nas ciências humanas, sociais e biológicas. Trata-se também de uma categoria que implica uma perspectiva interdisciplinar e que visa contemplar uma análise histórica e cultural dos valores associados às masculinidades e feminilidades. Em realidade, a categoria gênero é um objeto de estudo de grande tradição nas ciências sociais, tais como a antropologia.

Na sociedade contemporânea se reconhecem dois sexos biologicamente distintos, mas nem sempre foi assim. Contudo, para entender como o lugar e os papéis sociais, assim como o próprio sentido do que venha a ser homem e mulher vem mudando no decorrer dos séculos, faz-se necessário uma busca na história, pois como sugere Scott (1995 apud GALINKI e ISMAEL, 2013), deve se pensar o gênero como uma categoria útil de análise histórica.

Segundo Laqueur (2001 apud GALINKI e ISMAEL, 2013), ao reconstruir a trajetória dos conceitos de sexo num período de tempo que se inicia em Aristóteles (séc. III a.C.) nas concepções religiosas e científicas ocidentais, discutia-se a noção de um único sexo, o que significa que durante séculos acreditava-se que as mulheres tinham a mesma genitália que os homens. Na concepção aristotélica, havia uma explícita hierarquia do masculino em relação ao feminino. Aristóteles acreditava que devido à natureza delicada da mulher isso a tornava inferior ao homem. Somente no século XVIII “descobre-se” a existência de dois sexos.

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