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A DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

Por:   •  15/3/2018  •  Artigo  •  6.051 Palavras (25 Páginas)  •  246 Visualizações

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DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

Silvane Friebel [1]

Profº Orientador Msc. André Caixeta [2]

Especialista em Psicopedagogia - UNICAAPS

RESUMO

O presente estudo teve por finalidade realizar pesquisa na literatura acerca da Aprendizagem, bem como de seus distúrbios. Procurou-se oferecer subsídios relevantes à interpretação e compreensão das dificuldades no processo de ensino-aprendizagem, pretendendo-se estimular uma diminuição na discriminação sofrida pelos alunos devido à incompreensão de suas peculiaridades na forma de aprender. Ao longo deste estudo, foi possível concluir-se que a intervenção psicopedagógica se faz necessária e urgente. Quanto mais rápido o atendimento, mais fácil será a inclusão do aluno no universo escolar dos mais bem sucedidos, local este almejado por todos que entram na escola. Foi possível igualmente perceber, por meio do presente estudo, que o envolvimento dos profissionais da escola, dos familiares e principalmente do corpo docente, se faz primordial para que seja bem sucedido o trabalho do professor e, conseqüentemente, um melhor desempenho do aluno.

Palavras-chave: aprendizagem; dificuldades de aprendizagem; diagnóstico.

INTRODUÇÃO

Desde os primeiros dias de vida, a criança se lança na exploração do seu corpo e do seu ambiente, partindo para a descoberta de si mesma e do mundo em que está inserida. Dentro dela está o desejo e a necessidade do saber que vai se prolongar através de questionamentos que ela vai fazer posteriormente.

A curiosidade, o prazer da descoberta e da aquisição de conhecimentos faz parte da vida. Da aprendizagem pelo jogo, ela deve passar, durante a infância, a outra forma de saber, é o que a escola oferece. É frequentemente nesse momento, que o ensino- aprendizagem mecânica pára e ocorre uma recusa de aprender inconsciente para entrar no novo sistema de aquisição de conhecimentos. E essa dificuldade de adquirir conhecimentos continua atingindo cada vez mais crianças em idade escolar. É o fracasso escolar que parece ser mais cruel nos primeiros anos de escolarização, onde o foco principal é no aprender a ler e a escrever.

Apesar das novas metodologias, há uma presença intensamente significativa e diversificada da leitura e da escrita nas atividades cotidianas da escola que realizam com a criança, se deparando ainda com um alto índice de analfabetismo.

Será que se o professor explicar direita a criança aprende? Qual é a idade para uma criança aprender a ler? Quais são os pré-requisitos para aprender a ler e escrever? Se a criança não aprende, será sinal de algum problema? Que problema é esse?

Os questionamentos continuam: Quais são as possibilidades? Quais são os limites? O que é normal ou patológico? Como diferenciar? O problema sempre é originário na criança ou pode também ser produzido pelas condições sociais e pelo trabalho pedagógico? Que problemas são apresentados por parte da criança como interferência nesse processo educativo? Qual é a responsabilidade dos pais nesses problemas? E da escola? Quem pode e como pode ajudá-la?

Quando se pensa em toda essa complexidade que envolve o processo ensino aprendizagem na escola, percebe-se as diversas relações em que está envolvido o ensinar e aprender. Relações sociais e instrucionais, econômicas e materiais, conteúdos e métodos de ensino, concepções, crenças, teorias. O dia-a-dia da aprendizagem é sempre permeado de todos esses fatores, e dessa forma, aprendê-lo não é tarefa simples. São diversos os olhares possíveis na tentativa de aprender a complexidade desse processo, a Psicologia é um deles.

A Psicologia vem tematizando os processos de desenvolvimento e de aprendizagem, analisando a atividade da criança, produzindo conhecimentos que possibilitam ler e interpretar certos aspectos do ensinar e aprender.

Educação e Psicologia são áreas do conhecimento que sempre andaram juntas à procura de soluções para os problemas educacionais. A primeira no esforço do saber, do fazer humano. E agora, mais do que nunca, surge necessidade da união de ambas em busca de respostas concretas para essa criança, vítima do fracasso escolar.

Desta maneira, o objetivo desse trabalho é o de fazer um breve estudo acerca da Aprendizagem, bem como de seus distúrbios, suas causas e consequências, principalmente ao que se refere às dificuldades de aprendizagem, como também apresentar algumas dessas dificuldades.

O QUE SÃO DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Os problemas ou dificuldades de aprendizagem referem-se a situações difíceis enfrentadas pelas crianças, muitas vezes nem mesmo percebida por elas. Podem ser consideradas como um sintoma de não aprender, num quadro que pode ser modificado. É difícil, portanto, para o professor, diferenciar distúrbio de problema ou dificuldade de aprendizagem, pela intensidade que se apresentam os sintomas e comportamentos infantis, e pela participação da vida escolar e da vida familiar nesse processo problemático. Os próprios autores que se dedicam a esse assunto usam os termos problemas, dificuldades e distúrbio de maneira indiscriminada, ficando a critério do especialista, na área em que a deficiência se apresenta.

De acordo com Fonseca (1995, p.197): o conceito de dificuldade, não engloba qualquer perturbação global da inteligência ou da personalidade, ou, eventualmente, qualquer anomalia sensorial (auditiva ou visual) ou motora. Há um potencial de aprendizagem íntegro e intacto. As crianças com DA[3] são crianças intactas, portanto não são deficientes. Não são deficientes mentais ou emocionais, nem deficientes visuais, auditivos ou motores, nem devem ser confundidas com crianças desfavorecidas ou privadas culturalmente. Independentemente de terem uma inteligência adequada (média), uma visão, uma audição e uma motricidade adequadas, bem como uma estabilidade emocional adequada, tais crianças não aprendem normalmente. Esse aspecto é preponderante e fundamental para compreender e se definir esse grupo de crianças.

Quando falamos em dificuldades de aprendizagem não significa que falamos em problemas pedagógicos, essas dificuldades também podem nos projetar a problemas de fundo econômicos ou sociais. É o que nos assegura Fonseca (1995, p. 253-284): muitas crianças com dificuldades de aprendizagem podem apresentar diversos problemas; elas se esforçam para aprender, mas não conseguem, perdem objetos com facilidade por serem muito desorientadas, atrapalham-se ao falar; apesar de conseguirem aprender muitas coisas, têm grande dificuldade em aprender a ler. Elas podem apresentar: problemas de atenção se dispersando com muita freqüência; problemas perceptivos onde revelam dificuldade em identificar, discriminar e interpretar estímulos; problemas emocionais que as tornam inseguras e instáveis afetivamente podendo manifestar ansiedade, agressividade, regressões, oposições, negativismos; problemas de memória por não conseguirem a retenção da informação anteriormente recebida; problemas cognitivos em que estão envolvidas as aprendizagens simbólicas como a leitura, a escrita e o cálculo; problemas psicolingüísticos nas desordens da linguagem falada e escrita; problemas psicomotores apresentando em boa parte das crianças movimentos exagerados, rígidos e descontrolados.

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