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A EDUCAÇÃO E LUTA DE CLASSE

Por:   •  17/9/2021  •  Resenha  •  3.351 Palavras (14 Páginas)  •  325 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como finalidade apresentar uma abordagem dos capítulos II e III do livro Educação e Luta de classes do autor Aníbal Ponce, que coloca em sua biografia a importância do estudo da sociedade dividida em classes que encontram-se a principal característica da educação, a popularização.

Sendo assim, busca-se realizar uma resenha sobre a importância de se identificar os condicionamentos históricos da educação, iniciando-se com o ensino jesuítico, se dá no entendimento das prioridades dadas à educação nesses diferentes momentos.

Entende-se que ao estudar as origens das classes sociais, verifica-se que a tendência de supor que logo em seguida aparece a luta consciente entre essas classes. A classe em si, apenas com existência econômica, se define como uma classe que já adquiriu consciência do papel histórico que desempenha, isto é, como uma classe que sabe a que aspira.

O pequeno desenvolvimento das técnicas de produção e dos meios de transporte da época não poderia permitir um grande desenvolvimento ao pequeno comércio.

O escasso desenvolvimento dos meios de produção não permitia lançar no mercado um grande excedente de produtos. É sabido que quase toda a técnica dos antigos se resumia na força humana, ajudada por alavancas, roletes e planos inclinados.

Assim, mesmo quando se empreendiam trabalhos gigantescos, os processos empregados eram artesanais. O mesmo ocorria na agricultura: basta dizer que o primitivo e grosseiro arado permaneceu inalterado durante séculos.

2 EDUCAÇÃO E LUTA DE CLASSES

2.1 A EDUCAÇÃO DO HOMEM ANTIGO: ESPARTA E ATENAS

A classe em si, apenas com existência econômica, se define pelo papel que desempenha no processo de produção; a classe para si, com existência econômica e psicológica, se define como uma classe que já aderiu consciência do papel histórico que desempenha, isto é, como uma classe que sabe a que aspira.

Para ser eficaz, toda educação imposta pelas classes proprietárias deve cumprir as três finalidades essenciais: sendo a primeira em destruir os vestígios de qualquer tradição inimiga. A segunda está em consolidar e ampliar a sua própria situação de classe dominante. E a terceira finalidade está em prevenir uma possível rebelião das classes dominadas.

A partir do século VII a.C., com o aumento do rendimento do trabalho humano, a economia comercial começou a suplantar a puramente agrícola. Sob o controle e para o proveito das classes dominantes, onde o comércio foi confiado aos escravos e aos estrangeiros. Desta forma, desligadas do trabalho manual e do intercâmbio dos produtos, as classes superiores já eram nessa época socialmente improdutivas.

Verificou-se que o pequeno desenvolvimento das técnicas de produção e dos meios de transporte da época não poderia permitir um grande desenvolvimento ao pequeno comércio. Transportando-se poucas vezes de uma cidade para outra em sua própria cidade para outra com custosas caravanas ou, mais freqüentemente, comerciando em sua própria cidade, o pequeno comerciante se entregava a esse gênero de vida, porque não servia para nenhum outro trabalho.

O comércio marítimo enriqueceu a nobreza, e ainda que o leitor tenha ouvido muitas vezes que o único ideal do cidadão grego era a beleza, parece que esse ideal não era compatível com a mais iníqua usura.

Emprestando dinheiro sob hipoteca, o nobre que já era dono de muitas terras, ia se assenhorando de terras alheias. O cidadão pobre que perdera as suas terras poderia considerar-se feliz se lhe permitissem continuar cultivando essas mesmas terras na qualidade de colono, com a condição de entregar ao novo proprietário cinco sextos do seu trabalho.

Quando o valor tirado da terra não fosse suficiente para cobrir o adiantamento recebido, o devedor vendia os seus filhos como escravos. As dívidas se uniam à guerra para aumentar o número de escravos. Outra guerra, não externa, mas interna, começava agora a produzi-los: a guerra do credor contra o devedor, guerra que não cessa por um só instante durante toda a história da Antiguidade.

Desta forma, torna-se possível identificar, de um lado, a concentração gradual da propriedade em poucas mãos e, do outro, um empobrecimento cada vez mais acentuado das massas. Eis aí o problema social que aparece obstinadamente na Grécia antiga.

Ainda que se tenha falado muitas vezes da existência de um “comunismo aristocrático” em Esparta, a expressão não é inteiramente exata. É verdade que Licurgo repartiu em partes iguais a terra. Mas, também é verdade que não logrou êxito quando tentou distribuir, dessa mesma forma, os instrumentos de cultivo.

Apesar da reforma de Licurgo, continuou existindo desigualdade de fortuna entre os cidadãos espartanos, e essa desigualdade acentuou-se com o tempo. Temos por exemplo, a chamada oligarquia dos Iguais, que concentrou em suas mãos quase todas as terras e o poder.

O lote de terra que o espartano recebia do Estado era transmitido por herança ao filho mais velho e, na ausência deste, volvia ao Estado.

Além disso, o número de espartanos propriamente ditos – os nove mil cidadãos dos tempo de Licurgo – era bastante exíguo em relação ao número de habitante submetidos ao seu poder: os 220.000 ilotas, que tinham sido dominados depois de sangrentas batalhas e que estavam reduzidos à condição de trabalhadores agrícolas escravos.

É verdade que os mais modernos historiadores da Grécia negam que os ilotas tenham sido servos no mesmo sentido em que, na Idade Média, se empregava a expressão “servos da gleba”. Do ponto de vista da educação, a conduta das classes superiores se dirigia contra eles. Obrigados a viver entre uma população não inteiramente submetida e muito mais numerosa do que a sua, as classes superiores transformaram a organização social num acampamento militar e fizeram com que a sua educação estimulasse as virtudes guerreiras.

Aos sete anos, o Estado apoderava-se do jovem espartano, e não abria mais mão dele. De fato, até aos quarenta e cinco anos pertencia ao exército ativo, e até aos sessenta, à reserva. E como o exército era, na realidade, “a nobreza em armas”, o espartano vivia permanentemente com a espada em punho.

Como as mulheres também faziam parte desse exército e dirigiam um lar que não era francamente monógamo – até o extremo de ser freqüente o fato de vários irmãos terem em comum uma só esposa, elas se mantinham num nível não inferior ao do homem.

Ninguém ignora até

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