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A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA- NO BRASIL

Por:   •  6/1/2022  •  Trabalho acadêmico  •  5.606 Palavras (23 Páginas)  •  315 Visualizações

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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA- NO BRASIL

Márcia da Silva Fonseca¹

Lucia Kawamoto²

        

RESUMO

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil, configura se em uma modalidade de ensino destinada aos jovens e adultos que não tiveram acesso à educação ou não a concluíram em idade considerada apropriada. Diante do exposto, o presente trabalho objetiva, analisar e descrever sobre os movimentos e as campanhas em prol da EJA, como os movimentos da educação popular que deram início à discussão sobre educação, e também algumas das campanhas que foram realizadas, como a campanha de educação de adultos e adolescentes (CEAA); Campanha Nacional de erradicação do Analfabetismo (CNEA); Movimento de Educação de Base (MEB); Movimento de Cultura Popular (MCP) e o (MOBRAL), Movimento Brasileiro de Alfabetização. E sobre o direito constitucional subjetivo referente a EJA, descreve-se que esse direito, amparado na nova Lei nº 9.394/96 da LDB Lei de Diretrizes e Bases, é um direito constitucional subjetivo e que deve atender ao mais variado público conceituando-os como sujeitos da EJA, e que no entanto, esses sujeitos geralmente são pessoas que vêm dos mais variados lugares em busca de recuperarem o tempo perdido, pois devido as necessidades do dia a dia, de trabalho e principalmente o desejo de aprender, são o que levam esses sujeitos a retornarem à escola. E também sobre a influência de uma eficaz formação dos educadores, para a contribuição na qualidade do ensino desses educandos. Por fim, destaca-se que o presente trabalho de pesquisa realizado bibliograficamente, buscou-se uma fundamentação teórica amparada em pesquisas de autores que realizaram pesquisas sobre a mesma temática.

Palavras-chave: Educação. Analfabetismo. Jovens e adultos.

1. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa realizada a partir de revisões bibliográficas, consistiu em leituras e reflexões nas obras de alguns autores relevantes sobre a temática, o qual delimitou-se no tema Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil. No qual, essa modalidade de ensino da educação básica, visa ao atendimento educacional de pessoas que não tiveram acesso à educação na idade própria, ou jovens que por algum motivo não concluíram a educação básica na idade considerada apropriada. Pois conforme o Parecer CNE/CEB nº 11/2000, o acesso ou ingresso nessa modalidade de ensino limita-se na idade mínima para o ensino fundamental e ensino médio, sendo à partir de quinze e dezoito anos respectivamente. (BRASIL, 2000).

Durante toda a trajetória da educação destinada aos adultos no Brasil, foram várias medidas políticas e pedagógicas desenvolvidas em prol dessa educação, tais como: Programas, movimentos, campanhas, encontros etc.... Diante do exposto, o presente trabalho define por objetivos analisar e descrever sobre os movimentos e as campanhas em prol da EJA, e o direito constitucional subjetivo referente a EJA no que tange a LDB- Lei de Diretrizes e Bases; quem são os sujeitos da modalidade de ensino; o que os levam a retornarem à escola; e a influência de uma eficaz formação dos educadores para a contribuição na qualidade do ensino dos educandos.

 Entretanto, ressalta-se que o público da EJA é formado por pessoas maioria adultas que já trazem consigo uma história de vida construída, vivências familiares, sociais e de trabalho, ou seja, já trazem uma bagagem de experiências o qual devem ser valorizados pelos educadores, já que os mesmos não são detentores do conhecimento, e que esse conhecimento não deve ser transferido e sim, criar-se possibilidades para que os educandos possam desenvolver a sua própria construção do conhecimento. (FREIRE, 1996).

Portanto, é nessa linha de pensamento que se desdobrará o trabalho de pesquisa, analisando e refletindo sobre a influência da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, de acordo com os objetivos propostos.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Educação de adultos é notória desde o Brasil colonial, porém, a mesma só começa a “marcar sua posição na história da educação no Brasil por volta da década de 1930, quando iniciou a consolidação de um sistema público de educação elementar no país.” (LEITE, 2013, p. 81).

Sobre as primeiras ações educativas elementares, voltadas para o público adulto no país, Coleti afirma que:

As primeiras ações educativas voltadas para a clientela adulta já realizadas no Brasil ocorreram por volta da década de 30. Nessa época começava também a consolidar-se um sistema público de educação elementar no país. A educação gratuita [sic] crescia devido ao processo de industrialização e concentração populacional nos centros urbanos e isso impulsionava um movimento para o ensino elementar de adultos que não haviam frequentado a escola anteriormente. (COLETI, 2012, P. 2)

Entretanto, a educação nesse período ainda era muito deficitária, com alunos que não permaneciam por muito tempo na escola, um alto nível de repetência e de evasão escolar, e uma educação destinada mais às elites, sem contar com outro grave problema, a questão do “analfabetismo” que atingia grande parte da população. Devido ao fato do analfabetismo, o Brasil se via em atraso com relação aos países desenvolvidos, e passa então, a formular estratégias para a sua erradicação, uma delas e a educação de adultos, como nas palavras de Leite (2013, p. 89)

A educação de adultos sempre esteve atrelada ao problema do analfabetismo e considerada uma ferramenta para sua erradicação. Com o passar do tempo, a interpretação do conceito de educação de adultos foi sofrendo modificações e interpretações diferentes, sendo fortemente influenciada por documentos internacionais, tais como a Declaração dos Direitos Humanos e a I Conferência Internacional de Educação de Adultos. Outras influências foram manifestadas através das campanhas, fóruns e eventos que se dedicavam à luta pelo direito à educação para todos e àqueles que se encontravam à margem do processo de escolarização.

Pode se observar diante da citação que, a educação de adultos sofreu diversas modificações e influências em sua trajetória, tão importante quanto as influências citadas anteriormente, são os movimentos da educação popular que deram início à discussão sobre educação. Como bem nos assegura, Anzorena e Benevenutti, (2013), esses movimentos vieram com o intuito de defender uma instrução popular em seus aspectos metodológicos e político-social do país, o qual são denominados como: “Entusiasmo” pela educação; o “Otimismo” pedagógico; “Realismo” em educação e os “Tecnocratas” da educação.

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