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A Educação e Contemporaneidade

Por:   •  1/4/2022  •  Artigo  •  2.488 Palavras (10 Páginas)  •  93 Visualizações

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Universidade do Estado da Bahia – UNEB

Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias – DCHT

Campus XVII - Bom Jesus da Lapa - BA

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EDUCAÇÃO E CONTEMPORANEIDADE

Cynara Adriana Sento-Sé Magalhães Cordeiro Celestino Alves[1]

Eu quero desaprender para aprender de novo.

Raspar as tintas com que me pintaram.

Desencaixotar emoções, recuperar sentidos.

Rubem Alves

Sou eu menos o raciocínio e a afetividade

Fernando Pessoa

Resumo: Este trabalho discute as relações entre a educação e a produção de subjetividade. Parte de uma questão básica: como a ideologia, fenômeno social por excelência, encarna-se em cada indivíduo particular. Para respondê-la, resgata algumas concepções de ideologia. Como tais concepções não dão conta de uma resposta completa, afirma a necessidade de uma descrição fenomenológica da ideologia. Tal descrição leva à noção de subjetivação e análises sobre o papel da educação, como produtora de singularidade. Considera-se subjetividade, um sistema organizador e articulador dos sentidos produzidos pelos sujeitos nas situações diversas de vida. Esse trabalho foi resultado de uma discussão gerada na disciplina TEC II Educação e Subjetividade, durante o semestre 2012.1, no curso de Pedagogia do DCHT/Campus XVII, com a turma 2009.1.

Palavras Chaves: Educação. Sociedade. Sujeito. Subjetividade.

Introdução

O limiar do século XXI, envoltos num mundo que se modifica de maneira radical por conta da globalização, internacionalizada e desterritorialização da economia e da informação, vivemos um momento marcado por grandes transformações. Seus reflexos têm sentidos em todas as áreas da cultura e em todos os campos da atividade humana e tem causado insegurança e incertezas, uma vez que requerem revisão de propósitos, valores e procedimentos. Disto a educação não foge à regra e ela tem sido levada a viver em constante conflito. Assim é que num espaço especial, a educação deve responder aos desafios de seu tempo, num processo de interação constante, mediante o pensar, o saber e o fazer, artístico, político, pedagógico e ético. Parece estar claro que devemos empreender uma escola de maneira completamente nova, para ser o centro de um “mundo de aprendizagem”, em condições de transformar a informação em conhecimento. [pic 3]

         A escola não podem se eximir da construção de uma nova cultura, produzindo conhecimentos fundamentais para os novos tempos e, principalmente, assumindo a transformação por meios de suas atividades de pesquisa, de busca e reflexão permanente, de ética profissional e orientando suas ações na direção de um desenvolvimento humano e solidário.

             Neste sentido é preciso refletir sobre uma nova concepção de educação para que a escola possa antecipar-se ao seu tempo e produzir conhecimento capaz de transformar seu contexto, melhorando-os, clarificando as questões prioritárias que a escola precisa abraçar, por intermédio de um planejamento que organize a trabalho pedagógico ético, provocando a busca de novas formas de ensinar e aprender.

               O que se espera de um profissional de educação é que ele seja ético responsável, investigador, pesquisador, observador e mediador da aprendizagem levando os educandos ao caminho do conhecimento, abertos às transformações sociais, que se tenha paz interior para conduzir seu trabalho, com emoção, criatividade, respeitando cada educando com suas características próprias. Numa época em que o desenvolvimento científico e tecnológico vem se tornando preponderante para o funcionamento da sociedade em que vivemos, a educação deve ser vista como instrumento de valores de modo a criar uma conscientização permanente no que tange as questões do ser humano desenvolvendo propostas práticas e viáveis de aplicação cotidiana.

O conceito de educação está muito relacionado ao professor, com suas atribuições, organização e comando, a aos alunos a obedecer. Essa realidade já esta mudando, de forma gradativa, onde o aluno se torna participativo no processo ensino – aprendizagem, e os professores possibilitem a liberdade de expressão do aluno e a troca de experiências permitindo uma liderança, na cena contemporânea.

                       

Educação Contemporânea

Educação é um ato simbólico de inscrição do sujeito na sociedade e na cultura por meio da transmissão de conhecimento, de cultura, de significantes que tecem a vida social, é um ato que faz história, historiciza o homem, insere-o numa filiação e convoca-o como sujeito desta filiação. Requer no presente uma relação com o passado para operar a transmissão do conhecimento, cultura e com o futuro voltando-se para os ideais simbólicos éticos reelaborando constantes dos laços sociais.

A educação contemporânea apresenta hoje como uma mola mestra da sociedade no qual o ato de ensinar está sempre em constantes mudanças, pois a mesma é um ato histórico, critico político e social, com desenvolvimento crescente e sempre se adequando uma realidade. Assim, é impossível conceber um profissional da educação isolado da sua dimensão social e política e da força produtiva dentro da social.

Conforme Brandão (2000):

Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de outro todos nos envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. (BRANDÃO, 2000, p. 07).

Educamos na crença de que somos reprodutores de nós mesmos e produtores de subjetividades, ou seja, educamos na fantasia de que temos a potência de formar o cidadão educado. As coisas não surgem do nada. Exatamente por isso em todos os grupos humanos encontramos processos educacionais, formais e informais que se encarregam de transmitir os elementos necessários como ponto de partida da vida social (GOORDER, 2001, p. 05).

Neste século tanto as ciências sociais quanto nas ciências físicas e naturais começou a surgir na educação à tentativa da valorização da autonomia e de uma subjetividade como eixo articulador da mesma. O sujeito deixa de ser visto, apenas como o indivíduo com determinadas características pessoais para assumir o papel do sujeito social.

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